O PIB (soma de
toda a renda gerada no País) do primeiro trimestre de 2014 foi assunto de muita
discussão. Cresceu apenas 0,2% ante o trimestre anterior, trazendo
preocupações, devido, principalmente, as quedas no consumo das famílias, da
indústria e dos investimentos. As previsões de crescimento em 2014 estão sendo
revistas para baixo, variando entre 0,8 % e 1,90%, com mediana de 1,30%.
Trata-se de crescimento muito inferior ao desejado e abaixo do previsto para
outros países, tanto desenvolvidos como emergentes. Mais uma vez, o agro impediu que o crescimento do PIB
brasileiro fosse ainda mais desastroso. No primeiro trimestre, a agro cresceu
3,6% em relação ao trimestre anterior, graças, dentre outras, as safras de
soja, arroz, feijão e algodão. Outros setores positivos foram produção de
eletricidade, gás e água (1,4%), intermediação financeira, previdência
complementar (1,2%), atividades imobiliárias e aluguel (0,9%), transporte,
armazenagem e correio (0,8%) e indústria extrativa mineral (0,5%). Os serviços,
setor de maior peso na economia, cresceram apenas 0,4%. A construção civil
apresentou queda de 2,3%, a taxa de investimento foi de -2,1%, a indústria de
transformação -0,8%, e o consumo das famílias -0,1%. Considerando o acumulado
dos últimos 12 meses, o agro cresceu 4,8%, enquanto o PIB total foi de 2,5%.
O bom desempenho do agro não está sendo suficiente
para evitar o pífio crescimento do PIB do Brasil. Considerando a variação no
primeiro trimestre de 2014 em relação ao primeiro trimestre de 2013, o PIB
brasileiro cresceu 1,9%, abaixo da China (7,4%), Peru (4,8%), Coreia do Sul
(4,0%), Grã-Bretanha (3,1%), Japão (3,0%), Chile (2,6%), Estados Unidos (2,3%)
e Alemanha (2,3%). O Brasil só superou o México (1,8%), África do Sul (1,6%),
Portugal (1,2%), Rússia ( 0,9%), França (0,8%), Espanha (0,6%) e Itália
(-0,5%). As perspectivas não são
animadoras para 2014. Certamente não será repetido o resultado de crescimento
observado em 2013, de 2,5%, com o agro crescendo 7,3%. Mesmo com a estimativa
do agro apresentar bom desempenho em 2014, não será suficiente para evitar que
a economia brasileira cresça menos que seus principais competidores. O Brasil
continuará a apresentar baixa eficiência e capacidade produtiva. O agro deve continuar sendo o setor mais competitivo
da economia brasileira, representando mais de 20% do PIB (cerca de 1 trilhão de
reais) e com 41% das exportações e 25 a 30 milhões de pessoas trabalhando
(cerca de 30% da população economicamente ativa). A produção de grãos deve
atingir 191 milhões de toneladas em 2014, mantendo taxa de crescimento de 4% ao
ano. A expectativa é de que, no próximo trimestre, o agro mantenha a tendência
crescente devido ao término da colheita da safra de verão e inicio da colheita
da segunda safra e de algodão. Sobre o CCAS - O Conselho Científico para
Agricultura Sustentável- CCAS é uma organização da Sociedade Civil, criada em
15 de abril de 2011, com domicilio, sede e foro no município de São Paulo-SP,
com o objetivo precípuo de discutir temas relacionados à sustentabilidade da
agricultura e se posicionar, de maneira clara, sobre o assunto. O CCAS é uma entidade privada, de natureza
associativa, sem fins econômicos, pautando suas ações na imparcialidade, ética
e transparência, sempre valorizando o conhecimento científico. Os associados do CCAS são profissionais de diferentes
formações e áreas de atuação, tanto na área pública quanto privada, que
comungam o objetivo comum de pugnar pela sustentabilidade da agricultura
brasileira. São profissionais que se destacam por suas atividades
técnico-científicas e que se dispõem a apresentar fatos concretos, lastreados
em verdades científicas, para comprovar a sustentabilidade das atividades
agrícolas. A agricultura, apesar da sua
importância fundamental para o país e para cada cidadão, tem sua reputação e
imagem em construção, alternando percepções positivas e negativas, não
condizentes com a realidade. É preciso que professores, pesquisadores e
especialistas no tema apresentem e discutam suas teses, estudos e opiniões,
para melhor informação da sociedade. É importante que todo o conhecimento
acumulado nas Universidades e Instituições de Pesquisa seja colocado à
disposição da população, para que a realidade da agricultura, em especial seu
caráter de sustentabilidade, transpareça – ascom.
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