sexta-feira, 21 de setembro de 2012

UFMG PROMOVE MAIOR ENCONTRO SOBRE NEUROCIÊNCIAS E PERCEPÇÃO DO BRASIL


O maior encontro brasileiro sobre Neurociências e Percepção será realizado na próxima semana na UFMG. Entre os dias 24 e 29 de setembro, especialistas brasileiros e estrangeiros se encontrarão na 2ª Semana Internacional de Neurociências e no 6º Simpósio Internacional de Neurociências, realizados pelo Programa de Pós-Graduação em Neurociências da UFMG, no campus Pampulha. Em torno do tema Neurociências e Percepção, o evento abrigará debates sobre algumas das mais recentes aplicações das neurociências em diversas áreas profissionais – acadêmica, saúde, tecnologia, estratégias de aprendizagem e tratamentos para dificuldades e disfunções –, além de atrações gratuitas para crianças e adultos, como oficinas, atividades culturais e palestras, abertas à comunidade. Apenas as atividades do simpósio, que tem caráter técnico-científico e se inicia no dia 27, são pagas.  Segundo a professora Ângela Maria Ribeiro, presidente do evento e coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Neurociências, este será o maior encontro já realizado no Brasil sobre Neurociências e Percepção, com diversidade de tópicos, convidados consagrados internacionalmente e profissionais também de fora do campo da saúde. “Daí a importância da contribuição do evento para o avanço de conhecimentos que vão ajudar a resolver questões relacionadas não apenas a doenças, mas também a alimentação, bem-estar, aprendizagem, robótica e outras”, afirma a professora. A palestra de abertura da 2ª Semana, na segunda-feira, dia 24, às 11h30, no auditório da Reitoria, com o tema Comparação do encéfalo humano com o de outros animais: como e por que nós fazemos o que fazemos, ficará a cargo da professora Suzana Herculano-Houzel, da UFRJ. Reconhecida por sua forma clara de explicar os mistérios da mente, a professora escreve para jornais como Folha de S. Paulo e apresentou o quadro Neuro Lógica no programa Fantástico, da Rede Globo. O encéfalo humano compõe o sistema nervoso, junto com a medula espinhal, nervos e outras estruturas sistêmicas. Ele é composto por cérebro, cerebelo, protuberância e bulbo raquidiano. Todas as ações dos seres humanos, conscientes e inconscientes, são coordenadas pelo sistema nervoso, em conjunto com o sistema endócrino. Para Suzana, neurociência é todo tipo de investigação sobre o sistema nervoso: como ele se desenvolve, como funciona ou deixa de funcionar, como promove o comportamento, desenvolvimento ou emoções e como se explica semelhanças e diferenças entre indivíduos e espécies.  Na quarta-feira, dia 26, a partir das 15h30, também no auditório da Reitoria, a mesa-redonda Neuromarketing, neuroeconomia: novas perspectivas em ciências sociais aplicadas reunirá pesquisadores brasileiros para um debate a respeito de como o marketing se vale das dimensões neurológicas para promover governos, empresas, produtos e serviços. Serão abordadas questões como “Por que e como tomamos decisões de compra” e “Por que não só mecanismos racionais ou econômicos, mas também outros aspectos perceptivos e emocionais nos guiam para escolher este ou aquele produto ou serviço”. A mesa, coordenada pelos professores Carlos Alberto Gonçalves e José Edson Lara, da UFMG, será composta pelos professores Rodrigo Affonseca Bressan (Unifesp), Erico de Castro e Costa (Fiocruz-MG) e Vitor Haase (UFMG) e pela doutoranda em administração pela UFMG Caissa Veloso e Sousa. Eles irão traçar o perfil do consumidor, alertar sobre armadilhas e analisar o processo de tomada de decisão de consumo, além de tratar das novas abordagens dos estudos de comportamento do consumidor, dentre outros aspectos. Simpósio - A palestra de abertura do 6º Simpósio de Neurociências, na quinta-feira, dia 27, às 9h, no auditório da Reitoria, será Neurociências das ilusões, a ser proferida pelos professores Suzana Martinez-Conde e Stephen L. Macknik, do Instituto Barrow de Neurologia, dos Estados Unidos. Será que realmente percebemos o mundo como ele é, de fato? Ou será que o que vivemos é uma ilusão, como um grande show de mágicas? Uma coisa é certa: toda ilusão nasce no cérebro. Foi por isso que o casal de pesquisadores americanos desenvolveu um campo inteiro de estudos neurocientíficos utilizando a mágica como um dos instrumentos de pesquisa. Os neurocientistas, formados em Harvard e agora também mágicos, defendem que conhecer o que acontece no interior do cérebro diante de truques de ilusionismo pode ajudar a abordar aspectos comportamentais, distúrbios de atenção e a entender questões relacionadas à consciência e à personalidade individual, dentre outras. "Queremos que você veja que a ilusão é parte integrante do caráter humano. Que enganamos uns aos outros o tempo todo. E que sobrevivemos melhor e usamos menos recursos cerebrais ao fazê-lo, por causa da maneira pela qual nosso cérebro produz a atenção", afirmam em seu livro Truques da mente: o que a mágica revela sobre o nosso cérebro. Os pesquisadores convenceram grandes mágicos a revelar suas técnicas para enganar o cérebro e as analisaram sob a luz das mais recentes descobertas da neurociência cognitiva. Às 15h da quinta-feira, dia 27, também no auditório da Reitoria, o professor Renan Domingues, da Santa Casa de Misericórdia-ES, ministrará a palestra Aura da enxaqueca e percepção. A migrânea ou enxaqueca tem alta prevalência na população: cerca de 15% dos adultos no Brasil têm esta doença. A migrânea resulta em grande impacto por comprometer a qualidade de vida, além de levar a custos sociais significativos, uma vez que compromete a capacidade de trabalho. Os sintomas mais frequentes são dor de cabeça, em geral pulsátil e de forte intensidade, além de náuseas, intolerância à luz e ao barulho. Além destes sintomas, alguns pacientes com enxaqueca apresentam um fenômeno chamado de aura. A aura caracteriza-se em geral por alterações da percepção visual, tais como alucinações visuais complexas ou perda de parte do campo visual. A migrânea resulta de predisposição genética que, por sua vez, determina alterações químicas cerebrais. Normalmente não há lesões cerebrais na enxaqueca, mas estudos recentes têm mostrado a presença de alterações sutis à ressonância magnética no encéfalo de portadores desta doença. Embora seja uma doença com bom prognóstico, alguns estudos recentes têm mostrado também que pacientes com migrânea, especialmente quando têm aura, apresentam risco ligeiramente aumentado de acidente vascular cerebral. As anormalidades cerebrais da enxaqueca e da aura serão discutidas com profundidade na palestra.  No sábado, dia 29, às 11h30, no auditório do CAD-I, o professor Ronaldo Laranjeira, da Unifesp, fará palestra sobre O consumo de maconha, cocaína e crack pela população brasileira.  A programação completa da 2ª Semana Internacional de Neurociências e do 6º Simpósio Internacional de Neurociências está disponível no site www.6simposioneurociencias.chsd.com.br, onde também podem ser encontradas informações sobre outros temas a serem abordados durante o evento – o olho e o cérebro, neurorrobótica, ilusão de ótica, o cérebro e a música, entre muitos outros – e efetuadas as inscrições para as atividades do simpósio.   Outras informações pelos telefones (31) 3409-2545 e 3409-2505 ou pelo endereço eletrônico simposioneuro6@gmail.com.

Nenhum comentário:

Postar um comentário