BELO
HORIZONTE (12/09/2012) – O programa de Desenvolvimento da Cadeia Produtiva do
Leite em Minas Gerais (Minas Leite), criado pela Secretaria de Agricultura,
Pecuária e Abastecimento (Seapa), assiste atualmente a 1.107 fazendas no Estado
e até o fim do ano deverá alcançar mais 43 propriedades. Nessas fazendas são
introduzidas práticas gerenciais, técnicas e administrativas com o objetivo de
aumentar a produtividade e qualidade do leite diante dos crescentes custos
principalmente com a alimentação dos animais.
De acordo com o coordenador do Minas Leite pela Seapa, Rodrigo Puccini
Venturin, os dados dos últimos meses têm mostrado a importância de ações
simples de manejo e reformulação da dieta do rebanho leiteiro, que representa o
item de maior peso no custo do leite. “No acumulado de julho de 2011 a julho de
2012, o preço do litro de leite se manteve em R$ 0,87, mas o custo de produção
teve uma alta de 18,93%. Os principais responsáveis são os gastos com ração
concentrada, produto à base de farelo de soja e milho, que subiram 19,6%, e as
despesas com o volumoso, formado por silagem de milho e cana-de-açúcar, que
aumentaram 18,9% nos últimos doze meses, segundo a Embrapa”, diz Venturin. Por isso, o coordenador considera fundamental
uma boa gestão de manejo nos pastos, que pode ser por meio do pastejo
rotacionado. Este sistema consiste em áreas cercadas sobre o pasto, localizadas
nas proximidades do local de ordenha. De
acordo com a orientação dos extensionistas é estabelecido um um rodízio dos
piquetes utilizados pelos animais, permitindo a recuperação do capim no local em
que as vacas se encontravam. Durante a seca, os animais recebem nessas áreas o
alimento, que pode ser produzido na própria fazenda, à base de cana-de-açúcar
ou silagem de milho, aprimorando a qualidade da produção desse volumoso. É
necessário observar também a quantidade adequada para atender ao rebanho,
possibilitando a redução do uso de ração, que teria de ser adquirida fora da
propriedade. Lavoura e pecuária - Nas
propriedades assistidas pelo Minas Leite, os técnicos da Emater também
recomendam o desenvolvimento do sistema de integração lavoura e pecuária, que
pode ser conjugado com o plantio de florestas, contribuindo para a
diversificação da produção e, como consequência, para o aumento da renda. Venturin
diz que é necessário considerar também itens de gestão como o manejo da água
dos animais. Por isso, os extensionistas orientam os produtores na adoção de
medidas para a melhoria da disponibilidade e do fornecimento de água. “É
indispensável ter água de qualidade, sempre limpa e de boa quantidade, o mais próximo
possível das salas de ordenha e dos cochos de alimentação e dos piquetes”,
destaca Venturin. Para garantir a eficiência das ações destinadas à melhoria da
produção de leite e da gestão dos negócios das propriedades, os técnicos da
Emater-MG recebem primeiramente um treinamento na Fazenda da Epamig, em
Felixlândia, na Região Central do Estado. Atualmente há 240 extensionistas
envolvidos no trabalho nas propriedades e mais 180 se preparam para atender ao
programa lançado há seis anos e agora presente em todo o Estado. A coordenação
do programa está buscando a maior participação dos sindicatos rurais,
cooperativas e prefeituras. Venturin diz que a ajuda dessas instituições,
mediante convênio, garante o reforço da assistência técnica às
propriedades. Para participar do Minas
Leite o produtor deve procurar um dos escritórios da Emater-MG.
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