segunda-feira, 1 de agosto de 2016

COOPERATIVAS VIABILIZAM NEGÓCIO DE PEQUENOS E MÉDIOS AGRICULTORES NO ESTADO


Grupos produtivos formalizados no sistema de cooperativismo recebem auxílio, capacitação e orientações do Governo de Minas Gerais para conquistarem mercados com qualidade. Diminuição dos custos operacionais, aumento do poder de negociação e possibilidade de agregar valor à produção. Estas são algumas das vantagens viabilizadas por um sistema de produção e trabalho que busca a união de esforços para atingir objetivos comuns: o cooperativismo. Em Minas Gerais, agricultores familiares, pequenos e médios produtores encontram apoio do Governo do Estado para se constituírem e se qualificarem enquanto cooperativa e, assim, aumentar seus ganhos. “As cooperativas possibilitam que um agricultor consiga atingir mercados que muitas vezes só uma grande empresa conseguiria. É uma forma competitiva de o pequeno ter o poder de um grande, por meio da união”, destaca o superintendente de Artesanato, Cooperativismo e Apoio ao Setor Terciário da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico (Sede), Fernando Passalio. Os números mostram a força do cooperativismo para o desenvolvimento da economia e do setor produtivo do estado. Atualmente, existem 792 cooperativas cadastradas no Sindicato e Organização das Cooperativas do Estado de Minas Gerais (Ocemg), que abrangem 1.282.665 cooperados e empregam mais de 35 mil pessoas. Em 2015, o PIB do cooperativismo mineiro foi de R$ 32,9 milhões, e Minas Gerais era o segundo estado com mais cooperativas no país, atrás apenas de São Paulo. Reguladas pela Lei 5.764/71, que definiu a Política Nacional de Cooperativismo e instituiu o regi­me jurídico das cooperativas, as cooperativas são associações de pessoas com interesses comuns, economicamente organizadas de forma democrática, isto é, com a participação livre de todos e respeitando direitos e deveres de cada um de seus cooperados, aos quais prestam serviços, sem fins lucrativos. Por meio da Superintendência de Artesanato, Cooperativismo e Apoio ao Setor Terciário, a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico (Sede) incentiva a cultura cooperativista no estado e apoia a criação dos grupos, oferecendo auxílio aos interessados. “Apesar de estar muito ligada ao agronegócio, por ser um dos ramos mais fortes do cooperativismo no país, existem 13 ramos de cooperativas, como, por exemplo, saúde, trabalho, educação, entre outros”, explica Passalio. A superintendência da Sede faz visitas aos territórios e oferece apoio aos produtores, disseminando o sistema. “Quando unidos em uma cooperativa, eles têm seu alcance de mercado potencializado. Porém, é importante saber que a cooperativa funciona como qualquer outro negócio, precisa de gestão. Assim, trabalhamos  com os grupos questões como gestão, estrutura e organização, enfim, dando toda esta consultoria e suporte”, conta Passalio. Um exemplo da força que as cooperativas podem alcançar é a Cooperativa Regional de Cafeicultores em Guaxupé (Cooxupé), que possui mais de 12 mil cooperados, sendo mais de 80% deles pequenos produtores que vivem da agricultura familiar, e opera em Nova York e outros mercados internacionais. Localizada em Guaxupé, no Sudoeste mineiro, a Cooxupé é considerada a maior cooperativa de cafeicultores do mundo. Observatório mineiro -Para promover o cooperativismo e o desenvolvimento do setor produtivo no estado foi criado ainda o Observatório Mineiro de Cooperativismo, parceria entre a Sede e a Universidade Federal de Viçosa. A iniciativa reuniu pesquisadores e entregou cinco proposições a partir de pesquisas feitas em cooperativas mineiras. “Este projeto culminou em um relatório de proposição de políticas públicas, que vai nortear nosso trabalho daqui para frente, inclusive no âmbito do Conselho Estadual do Cooperativismo - Cecoop”, diz Fernando Passalio. Emater-MG orienta e capacita cooperados - Em Jequitibá, no Território Metropolitano, o agricultor Márcio Martins dos Santos se uniu a outros produtores e, com auxílio daEmpresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG), montou há três anos a Cooperativa dos Agricultores Familiares de Jequitibá e Região (Cooperaje), da qual é presidente. “Estudamos bastante, recebemos muita capacitação da Emater, fizemos visitas a várias cooperativas da região e tivemos certeza que para nós seria bom”, conta. Hoje, são 38 associados, que vendem hortifrutigranjeiros para cinco municípios da região. Para Martins, os principais ganhos após a constituição da cooperativa foram o aumento do valor da mercadoria e a profissionalização do produtor. “Qualquer um que me perguntar hoje se vale a pena montar uma cooperativa, eu indico e afirmo que ele só tem a ganhar”, conclui o agricultor. A Emater-MG presta assistência para os produtores cooperados entrarem no mercado de forma organizada e qualificada. Segundo o coordenador estadual de cooperativismo da empresa, Cláudio Viana, a procura por esse tipo de orientação cresce no estado. “Oferecemos treinamentos, consultorias e assessoria aos agricultores familiares para eles gerirem o grupo produtivo. Trabalhamos, por exemplo, ensinando a fazer plano de negócios e também auxiliamos na inserção dos produtos no mercado”, relata Viana. Para tanto, basta que os produtores interessados busquem o escritório local da Emater-MG mais próximo. Oficinas técnicas de cooperativismo -A Secretaria de Estado de Desenvolvimento Agrário (Seda) também oferece apoio à constituição de cooperativas, por meio da Superintendência de Acesso à Mercados e Comercialização – Sumec, em todo o estado. A Cooperativa dos Apicultores e Agricultores Familiares do Norte de Minas Gerais (Copemapi), com 120 cooperados em Bocaiúva, foi uma das beneficiadas e há dois meses vê os negócios começarem a crescer após a formalização no sistema cooperativo. Para tanto, os cooperados participaram de diversas reuniões e receberam visitas da assessora técnica em cooperativismo da Seda, Eulália de Lima Gomes. “Fazemos atendimentos nos 17 territórios, oferecendo oficinas técnicas de cooperativismo. A ideia é mostrar o funcionamento de uma cooperativa, incentivar os produtores a se constituírem como tal e ampliarem seus negócios”, afirma. Segundo Eulália, a Seda está estruturando o Programa Estadual de Fortalecimento do Cooperativismo e Associativismo da Agricultura Familiar e Reforma Agrária de Minas Gerais (Cooperaminas), que busca fortalecer as cooperativas e associações da agricultura familiar no estado. “As diretrizes do programa estão prontas, e temos cinco eixos principais, que são fomento, crédito, assistência técnica, educação cooperativista e comercialização”, conta. O presidente da Copemapi, Luciano Fernandes, comemora o aumento das vendas. "Antes vendíamos na região, em pequena escala. Agora já estamos vendendo nosso mel para o Rio de Janeiro e vamos começar a vender para São Paulo e Brasília. Nossa meta é, em três anos, estar exportando o produto", conta. Após a constituição da cooperativa, que contou com auxílio da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Agrário até na captação de recursos, foram contratados três funcionários e a Copemapi conseguiu, ainda, uma parceria com a Emater-MG que disponibilizou três técnicos exclusivos para a apicultura na região. "Foi um ganho imenso pra nós. Com mais assistência técnica, vamos produzir mais e melhor", finaliza Fernandes. Serviço - Quem quiser receber orientações da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico (Sede) pode entrar em contato pelo telefone (31) 3915-2967  ou pelo email cooperativismo@desenvolvimento.mg.gov.br. Na Secretaria de Estado de Desenvolvimento Agrário, os contatos são o telefone (31) 3915-8445 ou pelo email eulalia.gomes@agrario.mg.gov.br. - Secom

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