Trabalho é desenvolvido pela Emater-MG e Embrapa
como nova alternativa de renda na região. Um trabalho de pesquisa e extensão
rural que uniu a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do
Estado de Minas Gerais (Emater-MG) e a Embrapa Milho e Sorgo
conseguiu um resultado promissor na fabricação de aguardente e rapadura, tendo
como matéria-prima o sorgo sacarino. A experiência aconteceu em uma pequena
propriedade da comunidade rural Rio Pardinho, em Santo Antônio do Retiro, no
Norte de Minas. O município, com forte predominância da agricultura familiar,
tem tradição na produção de cachaça e rapadura artesanais, provenientes da
cana-de-açúcar. O teste, que ainda vai passar por mais uma etapa nesta safra,
deve concluir o que os técnicos já começaram a observar: o sorgo sacarino pode
ser mais uma alternativa para a produção desses mesmos produtos feitos de
cana-de-açúcar. Ao contrário da cana, cultura que precisa de ser irrigada ou
cultivada em baixadas úmidas e tem ciclo de 10 a 12 meses até a colheita; o
sorgo tem ciclo curto (cerca de 4 meses) e resiste melhor a climas secos,
devendo ser plantado no verão, durante o período chuvoso. Além disso, os
subprodutos do processamento como o bagaço e os grãos do sorgo também podem ser
utilizados na alimentação animal, o que agrega mais valor à cultura. “Não
queremos desvalorizar a cultura da cana, mas mostrar ao produtor que ele tem
mais uma alternativa para a produção de rapadura e aguardente. Isso é
importante para o Norte de Minas, que está na região semiárida, onde o volume
de chuvas e a estiagem são fatores naturais que limitam as produções agrícolas.
O sorgo sacarino tem maior resistência ao estresse hídrico”, explica o
coordenador técnico regional de Janaúba, o engenheiro agrônomo André Caxito. De
acordo com o coordenador, essa tecnologia que está sendo testada, mostrou num
primeiro momento a possibilidade de produção e a próxima etapa deverá apontar
como qualificar o produto para consumo. “A rapadura ficou salobra, mas estamos
deduzindo que foi a terra. No final do ano plantaremos em outras áreas para
compararmos a qualidade do produto final”, adianta Caxito. O sorgo sacarino foi
plantado em uma área de meio hectare, na propriedade do agricultor familiar
Iris Barbosa da Cruz Pinho, em novembro de 2015, e colhido na primeira quinzena
de março deste ano. O técnico agropecuário Sérgio Moreira dos Anjos, do
escritório local da Emater-MG de Santo Antônio do Retiro, que acompanhou todo o
processo de formação e desenvolvimento da lavoura, garante que os primeiros
resultados foram bem animadores. “A aguardente e a rapadura ficaram
excelentes”, garante, reforçando também que uma intervenção na acidez do solo,
poderá corrigir a salobridade da rapadura. O pesquisador da Embrapa Milho e
Sorgo, Rafael Parrela, que também acompanha a experiência de Santo Antônio do
Retiro, reforça as potencialidades do sorgo sacarino, como matéria-prima
alternativa para a produção de rapadura e aguardente no Norte. “O sorgo
sacarino possui alta concentração de sacarose, então pode produzir os mesmos
produtos da cana-de-açúcar. Além disso, o bagaço e o grão servem para a
alimentação dos animais. É, portanto, uma excelente fonte alternativa de
plantio, pois combina várias finalidades numa mesma cultura”, argumenta.
Parrela também considerou o resultado do estudo bastante favorável. “Embora o
plantio tenha sido feito em área pequena, tivemos um primeiro resultado bem
positivo”, conclui. Para o pesquisador da Embrapa, o cultivo de sorgo também
tem a vantagem de reduzir os custos com mão de obra, já que o manejo pode ser
mecanizado. O estudo realizado no município de Santo Antônio do Retiro com o
sorgo sacarino levou em consideração uma produtividade estimada de 30 toneladas
por hectare, em um volume de 582 milímetros de chuvas, concentradas no mês de
janeiro. Contou ainda com uma irrigação suplementar de 5 milímetros de água,
segundo o técnico agropecuário local Sérgio Moreira dos Anjos. Segundo Moreira,
a colheita e o processamento do sorgo para a produção da aguardente reuniu 26
agricultores familiares da região, que acompanharam atentamente a demonstração
técnica, realizada pelo coordenador regional Arquimedes Teixeira. De acordo com
Arquimedes, o caldo teve 17,5º brix e a fermentação foi satisfatória. “Ao final
todos puderam saborear a bebida e opinar sobre a qualidade”, relata Moreira. O
resultado geral também agradou o produtor que considerou ser possível melhorar
mais. “Vamos plantar novamente pra ver se a rapadura não vai ficar salobra,
porque a terra afeta o gosto”, avalia. O escritório da Emater-MG de Santo
Antônio do Retiro atende cerca de 1.300 agricultores familiares locais, em aproximadamente
30 comunidades rurais. Cerca de 600 famílias destes agricultores trabalham
artesanalmente com a produção de cachaça e a rapadura de cana-de-açúcar. O
técnico agropecuário Sérgio Moreira atribui às características do solo local,
que favorece o plantio da cana, e à tradição cultural, os principais atrativos
para a atividade no município. “Aqui até o cafezinho é adoçado com rapadura”,
afirma. –Secom
tvgazetalife@hotmail.com
JORNAL GAZETA LIFE
“A notícia levada a sério”
(34) 3427-1384
(34) 9929-5718 - VIVO
(34) 8424-0417 – CLARO
(34) 9177-6477 – TIM
(34) 9971-4879 - CTBC
Nenhum comentário:
Postar um comentário