Cepea, 14 – A equipe Hortifruti, do Cepea
(Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, projeta
aumento na oferta de frutas e hortaliças em 2017, fundamentada na possibilidade
de clima favorável. A perspectiva de maior disponibilidade, por sua vez, vai
exigir incremento do consumo, para evitar excedentes de produção. Por outro lado,
as projeções são de recuperação na economia mais lenta que a prevista
inicialmente. A perspectiva positiva é que os custos não devem ter novas altas,
devido à melhora na produtividade e aos preços estáveis dos insumos. A
rentabilidade, por sua vez, pode ficar comprometida caso o aumento na
produtividade não reduza o gasto por unidade produzida e/ou o consumo não se
eleve. Essas e outras informações estão disponíveis no Anuário 2016-2017
(edição de dezembro) da Revista
HF Brasil, que traz a retrospectiva de 2016 e projeções do setor para
2017. Em relação às estimativas para a área de frutas e hortaliças em 2016 e
verão 2016/17, as pesquisas do Projeto Hortifruti/Cepea indicam aumento de 3,4%
frente ao mesmo período do ano anterior. Para batata, cebola, cenoura e tomate
industrial, houve elevação nos investimentos. A batata foi a que mais ampliou,
por conta da maior expansão industrial (batata pré-frita congelada) no País. Quanto
à alface, a área no cinturão verde de São Paulo continua estável. O tomate de
mesa teve recuo em regiões importantes produtoras, devido à baixa rentabilidade
do inverno anterior. A perspectiva de pesquisadores do Hortifruti/Cepea é de
estabilidade da área de tomate de mesa no verão 2017/18 frente à temporada
anterior. Para 2016, a área geral de frutas deve ter leve queda de 0,6% frente
à de 2015. Para banana, deve haver aumento em Delfinópolis (MG) e no Vale
do São Francisco, mas não deve compensar a forte queda do Rio Grande do
Norte/Ceará, onde a falta de água para irrigação pressionou a área. Para a
manga, a previsão é de aumento de área no interior de SP, norte de MG e
recuperação da área em Livramento de Nossa Senhora (BA), reduzida pela seca das
últimas quatro safras. Os investimentos em área para essas culturas deverão compensar
em parte a queda prevista para melão (Vale do São Francisco), mamão (Norte de
MG e Espírito Santo), uva (São Paulo e Paraná) e melancia. Para esta última
cultura, é prevista redução no Rio Grande do Sul, Tocantins e na safrinha de
São Paulo, por conta de dificuldades climáticas e da baixa rentabilidade no ano
anterior – sobretudo no Sul – Secom.
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