São Paulo, 20 de junho de 2016 - No ano passado, a cadeia
produtiva da cana, considerando os segmentos de insumos, atividades primárias
(produção agrícola), indústria e serviços (transporte e comércio), registrou
expansão de 5% em relação a 2014, elevando a renda estimada de R$ 107,87 bilhões
para R$ 113,27 bilhões. Segundo o levantamento “Desaceleração da economia
brasileira reflete em baixa nas cadeias do agronegócio”, compilado pela equipe
de macroeconomia do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), o
setor sucroenergético teve um dos maiores PIBs do agronegócio brasileiro, que
no total acumulou alta de 0,54% no acumulado de 2015. No total, foram cinco
cadeias produtivas examinadas pelo Cepea – departamento ligado à Escola
Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo
(Esalq-USP) –, com o apoio da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil
(CNA). Além da cana, foram analisadas a soja, algodão, bovino de corte e de
leite. Somente soja, cana e a bovinocultura de corte tiveram elevação de renda,
com altas de, respectivamente, 9,7%, 5%, e, a mais modesta, 2,5%. O leite
(-12,3%) e o algodão (-16,1%) apresentaram desempenho negativo. Para o diretor
Executivo da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA), Eduardo Leão de
Sousa, as análises demonstram a relevância da indústria canavieira para a
economia do País. “Estes resultados traduzem a pujança do setor da cana na
agricultura nacional, mesmo em um cenário setorial ainda bastante complicado,
com muitas usinas em dificuldades financeiras, e um cenário nacional agravado
pela desaceleração econômica e falta de confiança. Boa parte deste desempenho
deveu-se ao aumento da demanda do etanol e do preço do açúcar no mercado
doméstico, em função do câmbio. Infelizmente, ainda não observarmos uma
reviravolta mais vigorosa e sustentável nas expectativas do setor”, justifica.
Considerando os segmentos analisados (insumos, atividades primárias, indústria
e serviços), o setor sucroenergético foi o único que apresentou saldo positivo
em todos eles: Insumos - O desempenho do segmento de insumos
adquiridos pelos produtores de cana apresentou elevação de 2,22% em 2015,
gerando renda de R$ 2,1 bilhões contra R$ 2,05 bilhões registrados no ano
anterior. Maiores preços de fertilizantes e óleo diesel, por conta da alta do dólar,
justificaram este crescimento. Atividades primárias - Em
relação aos preços e volumes de produção, a cadeia sucroenergética expandiu sua
renda em 7,16%, saltando de R$ 31,906 bilhões (2014) para R$ 34,192 bilhões.
Números da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) revelam que a área
plantada com cana cresceu 0,6% entre o ano retrasado e 2015, sendo que a
produtividade aumentou 3,9%. Indústria - As maiores cotações
de açúcar, motivadas pela desvalorização do real, e o maior volume de etanol
hidratado produzido, resultado da maior demanda pelo biocombustível no mercado
interno – em função do reajuste na gasolina –, geraram elevação de 4,9% na
renda da indústria canavieira; de R$ 47,027 bilhões em 2014 para R$ 49,331
bilhões. Serviços - Para este segmento, que inclui o
comportamento do comércio, transporte e outras atividades, o crescimento foi de
2,85%, com uma renda de R$ 27,645 bilhões ante R$ 26,880 bilhões registrados em
2014. Sobre a ÚNICA - A União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA - www.unica.com.br)
é a entidade representativa das principais unidades produtoras de açúcar,
etanol (álcool combustível) e bioeletricidade da região Centro-Sul do Brasil,
principalmente do Estado de São Paulo. As usinas associadas à UNICA são
responsáveis por mais de 50% da produção nacional de cana e 60% da produção de
etanol. Na safra 2015/16, o Brasil produziu aproximadamente 617 milhões de
toneladas de cana, matéria-prima utilizada para a produção de 31 milhões de
toneladas de açúcar e 28 bilhões de litros de etanol. - Secom
tvgazetalife@hotmail.com
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