Ex-volante de 49 anos teve pedido de prisão suspenso
pela justiça do Panamá e, no último fim de semana, disputou jogo festivo no
Marrocos ao lado de Diego Maradona. Retirado da lista de procurados da
Interpol (Organização Internacional de Polícia Criminal) em outubro, o
ex-volante Freddy Rincón esteve no Marrocos no último fim de semana, na
primeira vez que deixou a Colômbia desde que um juiz do Panamá suspendeu o
alerta vermelho que, há seis meses, o ameaçava de prisão caso transitasse entre
países. Ao lado de Diego Maradona e de vários outros ex-jogadores, como os
brasileiros Edmílson, Marcos Assunção e Gilberto Silva, o ex-jogador de clubes
como Palmeiras, Corinthians e Santos participou de um jogo festivo. Em
viagem muito festejada: – Foi uma alegria encontrar amigos, ex-companheiros,
dar risadas, viver momentos bons. Essas coisas nunca deveriam ter saído da
minha vida – disse o ex-atleta de 49 anos, por telefone. Rincón era
acusado de ser sócio do narcotraficante Pablo RayoMontaño, capturado no Brasil
em 2006 e que hoje cumpre sentença nos Estados Unidos. Nascidos no porto de
Buenaventura, fizeram negócios numa empresa de pesca. Segundo a justiça, o
negócio era usado para que o traficante lavasse dinheiro. Em 2007, já
aposentado, Rincón chegou a ficar detido no Brasil por quatro meses, passando a
responder o processo em liberdade. – Eu não tinha sociedade com ele. Emprestei
um dinheiro para uma empresa que eu não tinha conhecimento de que ele era o
dono. Em nenhum momento os donos se apresentaram, eram outras pessoas. Fizemos
um contrato e, pelo empréstimo que fiz, me deram ações da empresa como
garantia. Meu dinheiro tinha origem, era de uma conta minha nos Estados Unidos.
Não vi em nenhum momento que tinha coisa errada ali. Manipularam meu
nome – explicou. Acusado de crimes como lavagem de dinheiro e associação
ao tráfico de drogas no Panamá, Rincón prestou depoimento em outubro, numa
audiência em que 65 pessoas envolvidas no caso deram o seu testemunho. Nela, o
ex-atleta voltou a defender a sua inocência. Dias depois, o pedido de prisão
foi suspenso pelo juiz. – Além de ser um alivio, é a verdade. Muito se
especulou e falou. Essa é uma forma de mostrar a minha personalidade. O tempo
vai nos dando razão e vai mudando tudo o que se falava. Infelizmente, as pessoas
hoje já não falam disso como falavam antes, mas a verdade está aí. Pai de
quatro filhos (Freddy, Sebástian, Leonardo e Maria Clara), o ex-jogador diz que
o pior momento dos últimos nove anos aconteceu quando ficou preso no prédio da
Polícia Federal. – O pior foi quando tive que ir para a cadeia, foi muito ruim.
Deixar seus filhos por uma situação que você nunca fez... Mas sabia que a
verdade ia aparecer – destaca. Aposentado dos gramados desde 2004, mas com
uma passagem pelo América de Cali em 2012, aos 46 anos, para ajudar o time na
segunda divisão local, ele teve algumas experiências como técnico no Brasil, em
times como Iraty, São Bento de Sorocaba e Flamengo de Guarulhos. Na visão do
colombiano, porém, os problemas fora de campo foram adversários implacáveis. –
Isso tudo me atrapalhou muito. Foram nove anos de problemas. Joguei no mundo
todo, mas me limitaram a só viajar entre Colômbia e Brasil. Prejudicou a minha
família, meus filhos sofreram muito. Mas eles sabem o pai que tem, eu sempre
fazia colocações para eles do que acontecia. Me atrapalhou como treinador, eu
tinha projeção para isso, pelos mestres que tive, como Vanderlei Luxemburgo.
Poderia colocar em prática esse conhecimento em todo mundo, mas minha carreira
ficou prejudicada – lamentou. Perguntado sobre os planos para o futuro,
Rincón disse que, primeiro, quer curtir a liberdade: – Estou simplesmente
reformulando a minha vida para poder, aí sim, pensar no que vou fazer no
próximo ano com a cabeça mais tranquila. Ter a minha liberdade de volta representa
muito. Após se destacar em clubes como Independiente Santa Fé e América de
Cali, Rincón atuou por Napoli, da Itália, e Real Madrid, da Espanha. No Brasil,
foi campeão brasileiro pelo Palmeiras em 1994 e, entre 1998 e 2000, foi
bicampeão brasileiro, venceu um Paulistão e um Mundial pelo Corinthians.
Defendeu ainda Santos e Cruzeiro. Pela seleção colombiana, disputou as Copas do
Mundo de 1990, 1994 e 1998, ao lado de Higuita, Valencia, Vanderrama e
Asprilla. – Secom (globoesporte.globo.com)
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