sexta-feira, 2 de agosto de 2013

OBJETIVO DO MMA É COMBATER A DESERTIFICAÇÃO POR MEIO DE AÇÕES ESTRUTURANTES PARA A CONVIVÊNCIA COM A SEMIARIDEZ

O uso eficiente e sustentável da floresta para geração de energia é tema da reunião que aconteceu nesta quarta-feira (31/07), na sede da Federação das Indústrias do Estado de Sergipe (Fies), em Aracaju. O encontro, o primeiro de uma série de eventos para discutir o Pacto de Sustentabilidade da Matriz Energética do Setor Cerâmico de Sergipe, reuniu representantes do Ministério do Meio Ambiente (MMA), do Fundo Socioambiental da Caixa Econômica Federal, do Sindicato dos Ceramistas e representantes de empresas do setor, além do governo sergipano, para promoção do combate à desertificação por meio de ações estruturantes para a convivência com a semiaridez. “O principal vetor do processo de desertificação no Brasil é o desmatamento para o atendimento da demanda energética da região Nordeste”, explica o diretor do Departamento de Combate à Desertificação da Secretaria de Extrativismo e Desenvolvimento Rural Sustentável do MMA, Francisco Campello. Segundo ele, a biomassa florestal está presente em 30% da matriz energética da região e responde por 40% da energia primária das indústrias da região. “A demanda de biomassa florestal para atender à matriz energética no Nordeste está em torno de 7 milhões de toneladas, que representam 200 mil hectares desmatados por ano”. BAIXO CUSTO –Campello ressalta que a biomassa florestal é uma fonte energética estratégica, inclusiva do ponto vista social, renovável, de baixo custo e descentralizada. “Essas características são almejadas pelo planejamento energético de qualquer país, o desafio no Nordeste é agregar a todas essas características a sustentabilidade ambiental”, afirma. Nesse contexto, os projetos que vêm sendo apoiados pelo Fundo Socioambiental da Caixa Econômica em parceria com o MMA, são estruturantes e estratégicos para o desenvolvimento socioeconômico.  A iniciativa é complementada com o apoio a projetos de manejo florestal comunitário sustentável de uso múltiplo, que promovem o planejamento ambiental de assentamentos, tornando recursos florestais em ativos ambientais, gerando renda para as famílias e assegurando a conservação da biodiversidade. “O manejo florestal de uso múltiplo além de ofertar lenha (biocombustível sólido), promove a segurança alimentar dos rebanhos e das famílias, por meio da oferta forrageira e de produtos como frutas e mel”, destaca. Os projetos para a construção de fogões ecoeficientes também são iniciativas que buscam a segurança energética doméstica, pois, além promover a formação de multiplicadores para a construção dos fogões, envolvem as famílias na gestão dos recursos florestais para que formem seus bosques energéticos. Além da parceria com o governo de Sergipe, MMA e Fundo Socioambiental da Caixa promovem iniciativas também com os governos de Pernambuco, Ceará e Paraíba, envolvendo os setores cerâmicos e gesseiro e promovendo o desenvolvimento local com ações de convivência com a semiaridez e de combate a desertificação de forma inclusiva e sustentável. Entre as ações está a elaboração de planos de manejo florestal comunitário em 15 mil hectares, a conservação sob produção sustentável em 20 mil hectares de Caatinga, gerando uma renda adicional para cada uma das 1.500 famílias envolvidas diretamente.  RUMO À EFICIÊNCIA - Também como parte dessas ações voltadas para segurança energética da região, no setor industrial, 280 empresas (cerâmicas e gesseiras) firmarão pacto para a sustentabilidade de suas matrizes energéticas promovendo a melhoria da eficiência energética das unidades fabris e a consolidação de alternativas de uso sustentável da biomassa florestal nativa na matriz energética. “Essas iniciativas incidem diretamente no combate a desertificação e apresentam alternativas inclusivas de convivência com a semiaridez para a socioeconômica regional”, diz Campello. Hoje, 16% do território brasileiro é de áreas que sofrem com a desertificação, abrangendo 1.488 municípios (27% do total de municípios brasileiros), e uma população de 31.663.671 habitantes (17% da população). Nestas áreas habitam 65% dos cidadãos considerados pobres do país, e nesse momento, com 8 milhões sendo afetados diretamente, pela maior seca dos últimos 40 anos.

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