terça-feira, 8 de julho de 2014

COLHEITA MECANIZADA DE CANA NO BRASIL TEM TECNOLOGIA DEFASADA

Mesmo com o elevado nível de mecanização no Brasil, a colheita mecanizada da cana-de-açúcar ainda apresenta uma série de gargalos e desafios tecnológicos. Na avaliação do BNDES, ao longo das últimas décadas, a evolução das tecnologias agrícolas do setor canavieiro deixou a desejar. "O investimento no desenvolvimento tecnológico vem sendo feito em ritmo e intensidade aquém do desejado", diz o banco em umrelatório de 44 páginas. O órgão ouviu mais de trinta especialistas do setor, como diretores agrícolas dos principais grupos sucroalcooleiros, gerentes de pesquisa e desenvolvimento (P&D) de fabricantes de máquinas, além de diversos pesquisadores. A conclusão do banco é que os equipamentos atuais usados na colheita da cana "têm tecnologia defasada e pouco integrada a conceitos avançados de manejo eficiente" e que a rápida e intensa difusão da mecanização agrícola "revelou certas deficiências das máquinas e implementos utilizados pelo setor". Entre os problemas apontados estão a compactação do solo, causada pelo tráfego constante das máquinas, e o consumo excessivo de mudas. Os problemas estariam limitando o desenvolvimento e a difusão de sistemas de manejo mais eficientes. Mesmo considerando a extinção das queimadas e a redução do trabalho manual, a autarquia questiona o desempenho atual da mecanização, que já alcança 82% das sucroalcooleiras de São Paulo. "O avanço da mecanização tanto no plantio como na colheita vem revelando certas deficiências no desempenho e, em alguns casos, vem se mostrando menos eficiente do que o sistema atual", aponta. Ouvida pelo novaCana, a fabricante John Deere contesta esta visão. "A cana-de-açúcar tem um alto nível tecnológico. A colheita mecanizada tem, sim, um alto investimento em tecnologia, o que permite aprimorar cada vez mais as máquinas. E isso acontece tanto no caso da John Deere como no das concorrentes de mercado", diz o gerente de marketing estratégico da empresa para a América Latina, Marco Ripoli. A fabricante, que vê na indústria canavieira seu segundo maior mercado, logo após a indústria de grãos, defende que a nova tecnologia aumenta a produtividade, além de oferecer custo de operação e manutenção reduzidos em relação às máquinas mais antigas. Em 2014, a multinacional incorporou uma série de melhorias nas colhedoras 3520 e 3522, que agora utilizam o controle integrado do corte de base – Ascom.

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