Cientistas do Brasil e do Reino Unido reuniram-se em
um projeto para desenvolver métodos de identificar precocemente doenças no
trigo. O trabalho faz parte de convênio entre a Embrapa e o
BiotechnologyandBiologicalSciencesResearchCouncil (BBSRC),
criado com o objetivo de aproximar as relações de pesquisa entre Brasil e Reino
Unido. Um dos ramos da pesquisa binacional envolverá técnicas de fenotipagem
por imagens com uso de sensores (câmeras) de infravermelho para captar sintomas
não visíveis que ajudam a identificar precocemente uma doença e distinguir com
precisão plantas suscetíveis das mais tolerantes ou resistentes. Outros
equipamentos portáteis, como porômetro e espectrômetro, também podem ser
aplicados para medir níveis de estresses de plantas infectadas. Esses são
alguns exemplos utilizados em um projeto, iniciado no InstituteofBiological,
Environmental and Rural Sciences (IBERS), que pertence à Universidade de Aberystwyth, no País de Gales, em parceria com a Embrapa Trigo
(RS), no Brasil, e o NationalInstituteofAgriculturalBotany (NIAB),
na Inglaterra. Pesquisadores das três instituições estão desenvolvendo estudos
para aprimorar a identificação de doenças no trigo por meio de novas técnicas
que utilizam sensores de imagens para quantificar reações diferenciais de
plantas infectadas por patógenos. O alvo do trabalho no primeiro momento é o
complexo de manchas foliares, que podem comprometer até 40% da produção.
"O projeto tem como objetivo aplicar as novas técnicas de fenotipagem
visando a maior precisão e automação na avaliação de doenças no trigo",
explica o pesquisador Flávio Santana, líder do projeto na Embrapa Trigo. Como
primeiro resultado do projeto em parceria, foram caracterizados genótipos
parentais de uma população de trigo denominada "MAGIC population"
quanto à resistência à mancha-amarela. O interesse em caracterizar tal
população é o fato de ser possível encontrar novos genes de resistência à
doença. Cooperação Brasil e Reino Unido - A aproximação entre a Embrapa e o
BBSRC se iniciou em 2010, a partir da hospedagem do programa Embrapa Labex
Europa em um dos institutos do conselho (RothamstedResearch). Na mesma época,
foi assinado acordo de cooperação entre o Conselho Nacional de Desenvolvimento
Científico e Tecnológico (CNPq) e o BBSRC, viabilizando uma série de eventos
internacionais e intercâmbio de pesquisadores. Simultaneamente, foram desenvolvidas
atividades de articulação de projetos no Brasil e Reino Unido, incluindo um
workshop sobre trigo organizado pela Embrapa e BBSRC. No início de 2015, a
Embrapa, o BBSRC e o Fundo Newton, do Reino Unido, lançaram uma chamada para
financiamento de mobilidade de pesquisadores para elaboração de propostas a
serem submetidas em iniciativa posterior, liderada por Embrapa e BBSRC. "A
base da iniciativa era combater problemas de fitossanidade no trigo, comuns aos
dois continentes. Nós, brasileiros, temos expertise em driblar as adversidades
do clima, enquanto os pesquisadores do Reino Unido são pioneiros na geração de
conhecimentos científicos sobre a fitossanidade do trigo e contam com
tecnologia de ponta para buscar a solução de problemas com pragas e doenças em
cereais de inverno", explica o pesquisador Paulo Pereira, que esteve no
RothamstedResearch, em Harpenden, Inglaterra, entre outubro de 2014 a abril de
2015, estudando fatores relacionados aos mecanismos envolvidos na resistência
de gramíneas aos pulgões (afídeos), transmissores de viroses no trigo. A visita
resultou no projeto "Desenvolvimento de trigo resistente a afídeos: uma
nova abordagem", submetido na chamada conjunta Embrapa-BBSRC-Newton Fund.
Como resultado da primeira fase da iniciativa, o projeto liderado pelos
pesquisadores Anyela Camargo, do Reino Unido, e por Flavio Santana, do Brasil,
permitiu que os pesquisadores da Embrapa Trigo Eduardo Caierão, Sandra Mansur e
o próprio Santana visitassem, em julho de 2015, o NationalPlantPhenomics Centre,
no IBERS, na cidade de Aberystwyth, País de Gales; e o NIAB, em Cambridge, na
Inglaterra, para discutir a elaboração de projeto em parceria, intitulado
"Uso de métodos computacionais para caracterização da resistência a
manchas foliares em trigo", submetido em setembro de 2015. Os visitantes
brasileiros também realizaram treinamentos em técnicas de fenotipagem de
plantas. Na ocasião também foi visitado o ForschungszentrumJülich, em Jülich,
na Alemanha, um centro de excelência em fenotipagem de plantas. Como parte da
primeira fase da chamada, ao final de 2015, um workshop sobre fenotipagem
trouxe pesquisadores de três institutos do Reino Unido para o Brasil, com a
participação da Embrapa Trigo, Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e
Embrapa Instrumentação Agropecuária. Ainda em 2015, integrando as ações do
projeto, foi realizada a "FirstLatin American
ConferenceonPlantPhenotypingandPhenomics for PlantBreeding" em Talca, no
Chile, organizado pela Universidade de Aberystwyth e pela Universidade de Talca.
Na ocasião foi criada a Rede Latino-Americana de fenotipagem de plantas
(LatPPN). De acordo com Anyela Camargo Rodriguez, o projeto reforça os laços
entre pesquisadores da América Latina e do Reino Unido para resolver desafios
que são importantes a ambos. "Espero que este seja o primeiro de muitos
intercâmbios", diz Anyela. O coordenador de Cooperação Científica da
Secretaria de Relações Internacionais da Embrapa, Alexandre Morais do Amaral,
ressalta a parceria. "O trigo é um ingrediente presente e importante em
quase todas as culturas modernas. A troca de experiências e o trabalho conjunto
entre britânicos e brasileiros permite impulsionar o desenvolvimento do cultivo
desse cereal em ambos os países", acredita o gestor. –Secom
tvgazetalife@hotmail.com
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