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é um dos mais animados na feira; armazenagem é alternativa para super safra. - Ribeirão
Preto, 30 de abril de 2013 - Da colheita à exportação, passando pelo transporte
e armazenagem, o Brasil perde 10% de sua produção de grãos. Se considerada a
safra 2011/2012, a perda de produtos como soja, milho, trigo e feijão chega a
16,5 milhões, com prejuízos que atingem R$ 15 bilhões ao ano. O assunto, em
voga no momento por causa da manutenção do bom preço das commodities, do caos
logístico brasileiro e da supersafra de grãos, também é discutido na 20ª edição
da AGRISHOW (Feira Internacional de Tecnologia Agrícola em Ação). Visando
diminuir tal perda, na abertura da feira (29/04), o ministro da Agricultura,
Pecuária e Abastecimento, Antônio Andrade, adiantou a criação do Plano Nacional
de Armazenagem, a ser anunciado oficialmente no Plano de Safra 2013/2014, em
julho. Mais recursos com juros mais baixos, prazos de pagamento maiores e carência
ampliada constam na medida. Para o segmento, um dos mais animados dentro do
setor de máquinas agrícolas graças ao bom panorama do mercado, as medidas
auxiliam ainda mais os negócios. “Hoje, o Brasil tem um déficit de armazenagem
de 30%. No Mato Grosso, por exemplo, falta até caminhão, que fica parado no
porto e acaba se transformando de maneira inapropriada em uma unidade
armazenadora temporária. Qualquer incentivo é bem-vindo”, afirmou o consultor
de vendas da Widitec, Alison Boeck. Apostando no bom momento, algumas empresas
aproveitaram a Agrishow para o lançamento de produtos. É o caso da KeplerWeber,
que apresenta na feira uma nova categoria de silos, com 156 pés (o anterior
chegava a 105 pés) e 25,6 mil toneladas de capacidade de armazenamento. “A
produtividade de grãos tem se intensificado, bem como os programas de
financiamento. É um bom momento para investir”, disse o gerente de marketing,
Felipe Maciel. O engenheiro comercial Sandro Homm, da Comil, lembra que o
Brasil, em especial o Centro-Oeste, tem 1 milhão de hectares de áreas de
pastagem degradadas, passíveis de serem cultivadas com grãos. “Há muito espaço
para crescer. Isto, somada ao alto valor das commodities e à falta de estoque
regulador, faz com que o segmento de armazenagem viva um bom momento”. Segundo
ele, nos quatro primeiros do ano, as vendas na empresa já superaram o total de
2012. Nos estandes, já é possível observar inclusive mudança no perfil dos
compradores. “Ultimamente, o pequeno agricultor está animado em investir.
Normalmente, ele só vai atrás de equipamento quando vislumbra grande
possibilidade de lucro, diferente do grande, que se vê forçado a investir por
necessidade. O momento da agricultura é muito bom”, observou o representante
comercial da Silomax, Washington Luiz da Silva. Contraponto. No entanto, para o
diretor da Weig, José Antonio Basso, as medidas adiantadas no Plano Nacional de
Armazenagem devem auxiliar apenas os fabricantes de grande porte. “No meu caso,
que comercializo equipamentos de até R$ 30 mil, não há grande ajuda. Ainda
assim, pretendo vender até 20% a mais na Agrishow deste ano, por causa do bom
momento do mercado.” O gerente de vendas da GSI Brasil, Otávio Isele, observa
outro ponto que precisa progredir. “O governo tem facilitado o crédito, mas o
processo de liberação ainda é lento, seja por causa da capacidade operacional
dos bancos, seja pela incapacidade dos clientes. Este ainda é um desafio.” Já o
diretor da Premag, João Batista da Cruz, identifica outro gargalo: a carência
de mão de obra capacitada para a fabricação dos equipamentos. “Uma máquina de
beneficiamento de grãos que a gente demoraria 15 dias para entregar, hoje a
gente leva 90 dias. A demanda é tão grande que mesmo os equipamentos em
exposição na feira já têm donos. Se aparecerem vendedores, temos de correr para
produzir.” Por sua vez, o gerente comercial da Saur Equipamentos, Guerson
Gausmann, aponta outro problema para o avanço ainda maior do segmento. “Apesar
da supersafra e tudo mais, as fábricas não conseguem aumentar a capacidade tão
rapidamente. Nossos fornecedores não acompanham o ritmo.” Ainda assim, ele
prevê um 2013 até 10% superior ao ano passado. Começa a 14° Rodada Internacional
de Negócios na AGRISHOW - Começou nesta terça-feira, 30 de abril, a 14° Rodada
Internacional de Negócios, do Programa Brazil Machinery, fruto da parceria
entre a ABIMAQ - Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos
e a Apex-Brasil - Agência Brasileira de Promoção de Exportações e
Investimentos. Participam desta edição compradores de países como Rússia,
Romênia, Zimbábue, Guatemala e Panamá, entre outros. O Programa visa a promoção
das exportações brasileiras de máquinas e equipamentos, assim como fortalecer a
imagem do Brasil como fabricante de bens de capital mecânico, este que é um
setor já reconhecido como um dos maiores e mais importantes da indústria
brasileira. “As Rodadas de negócios têm se mostrado uma ferramenta importante
para a exportação de máquinas e equipamentos brasileiros. A edição do ano
passado foi um sucesso e esperamos grandes negócios para este ano”, explica
Klaus Curt Muller, gerente do Brazil Machinery Solutions. As Rodadas têm
duração de 30 minutos cada e permite negociações efetivas e diretas. Nova
Diretoria da CSMIA-ABIMAQ toma posse na AGRISHOW. A AGRISHOW foi palco da posse
da nova diretoria da Câmara Setorial e Implementos Agrícolas (CSMIA) – ABIMAQ.
Gilberto Zancopé, economista e sócio fundador da Montana, foi apresentado como
novo presidente; ele substitui Celso Casale, que concluiu seu segundo mandato
consecutivo, somando um total de quatro anos. Segundo Zancopé, a safra de
grãos, se “quintuplicada”, colocará o Brasil como o primeiro produtor mundial
de grãos, porém esse registro demorará cerca de 20 a 30 anos para ser
concretizado. “Essa é uma visão de longo prazo que temos”, afirmou. Nos dias de
hoje o Brasil ocupa o 4º lugar no ranking mundial do setor. Entre as principais
propostas da nova direção da entidade estão: dar continuidade ao empenho pela
desoneração da carga tributária que incide sobre a cadeia produtiva do setor e
fortalecer tecnologicamente as indústrias de máquinas e implementos agrícolas. “No
ponto de vista interno, estimularemos a gestão e inovação das empresas
associadas. No ponto de vista externo, articularemos com o governo as políticas
públicas, como por exemplo, a desoneração de impostos na produção de máquinas
agrícolas”, afirmou Zancopé. – Mariele Previdi - Attuale
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