Variedade
de algodão 30% mais produtiva que as encontradas no mercado, com fibras brancas
e comprimento médio, características apreciadas pela indústria, é o mais novo
material IAC que estará na Agrishow 2013. O Instituto Agronômico (IAC), de
Campinas, da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo,
apresenta na Feira a IAC 26 RMD, que possui resistência múltipla a doenças,
porte médio, com período de colheita de 150 a 180 dias, conforme as condições
da cultura. “A variedade superou a testemunha quanto ao rendimento de pluma e
mostrou-se equivalente quanto à qualidade tecnológica da fibra”, afirma Milton
Geraldo Fuzatto, pesquisador voluntário do IAC. A testemunha é o material usado
no estudo comparativo de desempenho da
nova variedade durante o desenvolvimento da pesquisa. A variedade possui
resistência às principais doenças da cultura que ocorrem no Brasil, como os
nematoides Meloidogyne e Rotylenchulus, aos fungos murcha de Fusarium, manchas
de Ramularia e Alternaria, bactéria Mancha-Angular e o vírus Mosaico das
Nervuras. De acordo com Fuzatto, essa resistência leva à redução no custo da
produção, no uso de defensivos agrícolas e pode viabilizar a cultura em áreas
infestadas por nematoides. “O maior destaque da IAC 26 RMD é a resistência a
doenças, adaptação aos sistemas de produção e a estabilidade da produção”, diz.
Em ensaios realizados, a IAC 26 RMD teve produtividade máxima de 6010 quilos de
algodão em caroço por hectare, a variedade Nuopal que serviu de comparação
produz 5130 quilos de algodão em caroço por hectare. “Nos testes necessários
para seu registro, produziu em média 30% mais do que a cultivar testemunha. Na
presença de nematoides produziu 53% mais. Devido à resistência as doenças
revelou maior estabilidade da produção”, afirma o pesquisador. As principais
regiões produtoras de algodão no País são os Estados do Mato Grosso, com 537
mil hectares, Bahia, com 284 mil hectares, Goiás, com 50 mil hectares, Mato
Grosso do Sul, com 39 mil, Minas Gerais, com 21 mil, São Paulo, com 7,2 mil
hectares e Maranhão, com 17 mil. “São Paulo planta pouco algodão atualmente, a
região mais importante é a região de Paranapanema”, diz Fuzatto. O Brasil é 5º
maior produtor mundial e o 4º exportador de algodão. O desenvolvimento da IAC
26 RMD é resultado de um programa de melhoramento genético iniciado em 1982,
que tinha o objetivo de produzir variedades mais resistentes às principais
doenças do algodoeiro no Brasil. A pesquisa teve o apoio da Fundação de Amparo
à Pesquisa do Estado de São Paulo, do Instituto Mato-Grossense do Algodão e do
Fundo de Incentivo à Cultura do Algodão de Goiás. Programa de Melhoramento do
Algodoeiro - O Programa de Melhoramento Genético do Algodoeiro no Instituto
Agronômico iniciou em 1924. As pesquisas iniciadas em 1982 buscaram desenvolver
cultivares resistentes às doenças e nematoides, além de produtivas e estáveis.
As novas variedades são de plantas compactas, de ciclo relativamente
determinado, médio/precoce, e resistentes ao acamamento, características que
agradam os produtores. - Secom
Nenhum comentário:
Postar um comentário