sexta-feira, 26 de abril de 2013

COORDENADOR DA APTA PARTICIPA DA AGRISHOW HÁ 20 ANOS

Orlando Melo de Castro e outros pesquisadores ajudaram ativamente no crescimento da Feira e ainda hoje são consultados e colaboram com a organização do evento.
Todo o início do ano é a mesma história: “O que vamos levar à Agrishow? Quais variedades serão apresentadas? Quais tecnologias serão demonstradas?” Há 20 anos, o Instituto Agronômico (IAC-APTA), de Campinas, e mais recentemente as outras Unidades de Pesquisa da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA), têm essa preocupação. A preparação é a mesma nas outras coordenadorias da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo. Afinal, a Feira Internacional de Tecnologia Agrícola em Ação (Agrishow) é a maior do setor agro da América Latina. “Sempre priorizamos a apresentação das variedades e das tecnologias desenvolvidas durante o ano. A Agrishow sempre foi vitrine das nossas pesquisas”, afirma o pesquisador do IAC e hoje coordenador da APTA, Orlando Melo de Castro. Este ano, o evento acontece de 29 de abril a 3 de maio, em Ribeirão Preto, São Paulo. Castro esteve em todas as edições da Agrishow e juntamente com outros pesquisadores do IAC participou ativamente na busca pelo crescimento da Feira. “No início, tínhamos participação direta na organização, discutindo o que deveria ser levado e feito, além de auxiliar nas dinâmicas. O evento cresceu em importância e área e sua estrutura de organização foi se profissionalizando”, lembra Castro. Mesmo assim, as equipes técnicas dos Institutos de Pesquisa ligados à APTA e à Secretaria de Agricultura de São Paulo são consultadas e colaboram com a organização do evento, que acontece na área do Polo Regional Centro-Leste e do Centro de Cana IAC. Importância da Agrishow para as pesquisas - De acordo com o coordenador da APTA, a Agrishow é importante para os estudos realizados nos Institutos e Polos de Pesquisa, pois os pesquisadores podem ter contato direto com os produtores rurais, usuários das tecnologias e variedades desenvolvidas nos campos experimentais e laboratórios. “Os pesquisadores têm a oportunidade de estar em contato também com praticamente todas as indústrias de máquinas agrícolas, insumos e empresas do agronegócio”, afirma. Esse contato, segundo Castro, ajuda no fechamento de futuras parcerias e acaba servindo como um fórum para os pesquisadores terem acesso ao que a indústria e os produtores precisam. “Um exemplo claro foi a proibição da queimada da cana. Naquela época, durante a Agrishow, os pesquisadores, o pessoal das empresas de máquinas e os produtores discutiam o que fazer. O IAC incorporou então, em seus projetos de melhoramento genético de variedades, o desenvolvimento de materiais de cana que têm características interessantes para a colheita mecanizada”, lembra. A Agrishow dentro dos campos da APTA - A Agrishow acontece na antiga Estação Experimental do IAC, que desde a reforma administrativa de 2002, passou a se chamar Centro de Cana do IAC e Polo Regional Centro-Leste. A área total da APTA é de 818,9 hectares, divididas entre o Polo (436,7 hectares), o Centro de Cana IAC (170 hectares) e a Agrishow (212,2 hectares). “Com a nova estrutura da Agrishow, o público deixou de passar por dentro das nossas áreas de pesquisa. Isso foi muito bom porque a rotina dos trabalhos realizados não sofre modificações”, afirma Castro. Em 2012, o governador do Estado de São Paulo, Geraldo Alckmin, assinou decreto de lei para realização da Feira na área pelos próximos 30 anos. O coordenador da APTA lembra que quando o evento começou, apenas o IAC e a Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (CATI) expunham na Feira como representantes da Secretaria de Agricultura e Abastecimento de São Paulo. Hoje, o gabinete da Secretaria de Agricultura se transfere para o evento, há a participação de outros Institutos de Pesquisa e também de outras coordenadorias da Secretaria. Castro foi consultado para a elaboração de um livro comemorativo sobre os 20 anos da Feira, que será lançado na noite do dia 30 de abril, no Centro de Eventos Pereira Alvim, em Ribeirão Preto. Pesquisas paulistas expostas na Agrishow 2013 - No evento deste ano, como não poderia ser diferente, os Institutos de Pesquisa da APTA expõem tecnologias e novos materiais. É o caso da nova variedade de amendoim do IAC-APTA, chamada IAC OL 3. O grão tem entre 70% a 80% de ácido oleico, enquanto as outras variedades têm de 40% a 50%. Essa característica permite que o produto permaneça o dobro de tempo nas prateleiras sem perda da qualidade. O ácido é ainda promotor do bom colesterol. Com produtividade 10% superior e ciclo determinado entre 125 e 130 dias, o que permite o consórcio com a cana-de-açúcar, a variedade gera interesse de produtores, indústria e consumidores. O IAC também vai apresentar ao público a nova variedade de algodão IAC 26 RMD, 30% mais produtiva que as encontradas no mercado, com fibras brancas e de comprimento médio, características apreciadas pela indústria. O material possui resistência múltipla a doenças, porte médio e período de colheita de 150 a 180 dias, conforme as condições da cultura. Ainda em relação a novas variedades, o IAC vai apresentar pela primeira vez ao público da Feira, a triticale IAC-6 Pardal, 6% mais produtiva e resistente às principais doenças da cultura, o que reduz em até 60% a aplicação de agrotóxicos. Lançada em setembro de 2012, o material tem coloração branca, que serve para clarear a farinha de trigo e é utilizado na mistura para a produção de massa de pizza e quibe. Os clones de seringueira da chamada série 500, apresentados pelo IAC em 2012, serão expostos pela primeira vez na Agrishow. Os clones desenvolvidos pelo IAC são mais precoces e começam a produzir látex em cinco anos, quando o comum é em sete. Todos os 15 clones da série têm ainda maior produtividade que o material mais plantado em São Paulo, atualmente, o importado da Ásia RRIM 600, que produz em torno de 1.400 kg por hectare no ano. O novo IAC 500 – o mais produtivo dos selecionados – produz cerca de 2.000 kg de borracha seca por hectare, 40% a mais. São ganhos de cerca de 500 kg de borracha seca por ano. Na área de tecnologia, o IAC apresenta pela primeira vez ao público da Agrishow o sistema de Mudas Pré-brotadas (MPB), tecnologia de multiplicação que poderá contribuir para a produção rápida de mudas, associando elevado padrão de fitossanidade, vigor e uniformidade de plantio. É uma nova tecnologia desenvolvida pelo Programa Cana do IAC, direcionado a aumentar a eficiência e os ganhos econômicos na implantação de viveiros, replantio de áreas comerciais e possivelmente renovação e expansão de áreas de cana-de-açúcar. “Esperamos ter nesta edição da Agrishow uma discussão muito produtiva com as empresas plantadeiras de cana, devido à criação dessa tecnologia revolucionária”, afirma Castro. O Instituto de Pesca (IP-APTA) vai expor um aquário de 720 litros, com tilápias, lambaris e camarões de água doce. A produção paulista de tilápia era de aproximadamente 31 mil toneladas em 2010. Cerca de 60% dessa produção é destinada a filés congelados e outros 20% a filés frescos. A principal destinação do lambari é ao comércio de iscas vivas, mas o peixe pode ser comercializado como alimento vivo para outros peixes de aquário e para o consumo humano, fresco ou congelado. “O lambari pode ser criado em pequenas propriedades, não necessita de grandes instalações e viveiros, possui ciclo de produção curto e alcança tamanho comercial a partir dos três meses de idade”, afirma o pesquisador do Instituto de Pesca (IP-APTA), Eduardo Makoto Onaka. O Instituto Biológico (IB-APTA) vai levar publicações para venda. O Instituto de Tecnologia de Alimentos (ITAL-APTA) apresenta na Agrishow deste ano ideias de inovações tecnológicas desenvolvidas pelo Instituto. Os visitantes do stand da Secretaria de Agricultura e Abastecimento na Agrishow poderão degustar produtos que já estão disponíveis no mercado e agregaram valor à produção de micro, pequenas e médias empresas do País. No mês de agosto de 2013, o ITAL comemora 50 anos de história. O Polo Regional Vale do Ribeira, da APTA, vai expor variedades de antúrios, a IAC Eidibel, de coloração vermelho forte, e IAC Luau, de cor branca, além de mudas e hastes de palmito pupunha e mudas de banana. A Unidade de Pesquisa e Desenvolvimento da APTA de Jaú vai levar exemplares para venda do livro “Terra Roxa: Vida e Ciência na Estação Experimental de Jaú”. A publicação, escrita por Léa De Ungaro Almeida Prado e José Renato de Almeida Prado, retrata a história de 75 anos da UPD da APTA e o valor histórico do município de Jaú – região conhecida por suas terras férteis, que foi um dos principais centros produtores do café, sendo inclusive o município que liderou o embarque de café para o porto de Santos. O livro será vendido por R$ 38,59. - Ascom

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