O
Índice de Preços dos Supermercados (IPS), calculado pela APAS/FIPE, apontou
redução de 0,38% nos preços dos itens da cesta básica, submetidos à desoneração
no mês de março. Dos 62 produtos, 38 já registraram quedas de preços. A medida
provisória nº 609 foi anunciada pela presidenta da República Dilma Rousseff no
dia 8 de março deste ano, e visa reduzir a zero as alíquotas da Contribuição
para o PIS/PASEP, da COFINS, da Contribuição para o PIS/PASEP Importação e da
COFINS-Importação, incidentes sobre a receita decorrente da venda no mercado
interno e sobre a importação de produtos que compõem a cesta básica. As carnes,
uma das prioridades do setor supermercadista quando trata-se de desoneração,
também apresentaram queda: -3,90% as bovinas e 5,49% as suínas. Esses baixos
preços contribuíram para a redução da inflação (3,90%), visto que, em março, a
comercialização desses produtos foi menor em virtude do período de quaresma,
que antecede a Páscoa. Segundo João Galassi, presidente da Associação Paulista
de Supermercados (APAS), essas reduções de preços deverão se repetir em abril e
maio, contribuindo para uma desaceleração da inflação. Em março de 2012, a
queda nos preços desses produtos foi de 0,24%. Isso representa uma redução de
0,14 pontos percentuais em relação a 2011. Nesse período, constatou-se que, dos
62 itens da cesta básica, apenas 17 registram redução nos preços. De modo
geral, o IPS registrou alta de 0,60% em março, quando comparado a fevereiro. Em
12 meses, a elevação dos preços nos supermercados foi de 12,89%; no acumulado
do ano (de janeiro a março), foi registrada elevação de 2,50%. Esse aumento
justifica-se pelos elevados preços dos produtos in natura — frutas, legumes e
verduras — (6,92%), em decorrência de fatores climáticos. Em 12 meses, o
aumento foi de 30,01%; no acumulado do ano (janeiro a março), a alta foi de
18,43%. Os preços dos produtos semielaborados (carnes, cereais e leite)
apresentaram queda de 1,29%, devido a redução dos preços das carnes bovinas
(-3,90%) e suínas (-5,49%), como citado anteriormente. Em 12 meses, a elevação foi de 14,72%,
refletindo no aumento de preços das aves (36,59%) e dos cereais (27,69%). No
acumulado de janeiro a março, a alta foi de 0,21%. Os preços das bebidas
alcoólicas apresentaram queda de 0,30%, diante da retração no preço da cerveja
(0,85%). Em 12 meses, a alta nos preços foi de 9,69%. No acumulado do ano
(janeiro a março), a elevação foi de 0,24%. As bebidas não alcoólicas
aumentaram 0,11%, principalmente por conta de elevação de preços dos refrigerantes
(0,47%). Em 12 meses, o aumento de preços foi de 9,11%, e no acumulado do ano
(janeiro a março) a elevação foi de 0,55%. Produtos industrializados
apresentaram, em março deste ano, alta 0,34%. Esse valor é representado pelo
aumento nos preços do pão de forma (3,59%), pela farinha de trigo (2,82%) e
pela farinha de mandioca (1,71%). Em 12 meses, a elevação dos preços foi de
11,42%. De janeiro a março, o aumento foi de 1,38%. Esse resultado reforça a
avaliação de uma inflação concentrada em produtos in natura. Os
hortifrutigranjeiros (Produtos In Natura) registraram aumento de 6,92% em
março, em especial pela alta das frutas (1,77%), dos legumes (16,42%), das
verduras (2,90%) e dos tubérculos (11,30%). Em 12 meses, a elevação de preços
dos in natura foi de 30,01%. No acumulado do ano (janeiro a março), a alta foi
de 18,43%. Os preços dos produtos de limpeza apresentaram elevação de 1,39%,
influenciados pela redução no preço do sabão em pó (1,98%) e do sabão em barra
(4,60%). Os valores dos artigos de higiene e beleza aumentaram 0,09%, por causa
da alta da escova dental (2,35%). Em 12 meses, as elevações dos produtos de
limpeza e dos artigos de higiene e beleza, respectivamente, foram de 6,49% e
7,92%. No acumulado de janeiro a março, houve queda dos preços dos produtos de
limpeza (1,37%) e alta dos preços de artigos de higiene e beleza (0,80%). Em
março, as variações negativas estiveram presentes em 39,55% dos itens, de
acordo com o índice de difusão (proporção das variações de preços negativas), ficando
acima da média, que é de 43,35%. “O indicador demonstrou, ainda, uma
disseminação da alta dos preços de modo generalizado. A expectativa para abril
e maio, no entanto, é que as variações negativas estejam presentes nos itens
que compõem o IPS”, finaliza Galassi. Desde a criação do Plano Real, em 1994, o
IPS/APAS apresenta variação acumulada de 145,99%. O IPCA/IBGE (São Paulo)
mostra que alimentos e bebidas têm alta de, aproximadamente, 245%. Já o
IPCA/IBGE (Brasil) aponta que alimentos e
bebidas têm elevação de 272%. O IPC-FIPE registra elevação de 250,11% e
o IPA/FGV tem variação de 476,56%. Assim, a evolução dos preços ao longo dos
anos mostra alta moderada no setor supermercadista, diante de sua
característica de concorrência, em que os ganhos de eficiência e produtividade
possibilitam preços mais competitivos. Nota Metodológica - O Índice de Preços
dos Supermercados tem como objetivo acompanhar as variações relativas de preços
praticados no setor supermercadista ao longo do tempo. O Índice de Preços dos
Supermercados é composto por 225 itens pesquisados mensalmente em 6 categorias:
i) Semielaborados (Carnes Bovinas, Carnes Suínas, Aves, Pescados, Leite,
Cereais); ii) Industrializados (Derivados do Leite, Derivados da Carne,
Panificados, Café, Achocolatado em Pó e Chás, Adoçantes, Doces, Biscoitos e
Salgadinhos, Óleos, Massas, Farinha e Féculas, Condimentos e Sopa, Enlatados e
Conservas, Alimentos prontos,); iii) Produto In Natura (Frutas, Legumes,
Tubérculos, Ovos, Verduras); iv) Bebidas (Bebidas Alcoólicas, Bebidas Não
Alcoólicas); v) Artigos de Limpeza; vi) Artigos de Higiene e Beleza. Assim, o
IPS se apresenta como instrumento útil aos empresários do setor na tomada de
decisões com relação a preços e custos dos mais diversos produtos. No que diz
respeito à indústria, de maneira análoga, possibilita a tomada de decisão com
relação a preços e custos dos produtos destinados aos supermercados. Ao mercado
e aos consumidores é útil para a análise da variação de preços ao longo do
tempo possibilitando o acompanhamento da evolução dos custos ao consumidor do
setor supermercadista.- Phábrica de Ideias
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