Incentivar funcionários e servidores a reduzir
consumo de papel, energia e água, descartar resíduos corretamente, fazem parte
de novo comportamento no setor privado e público. CUIABÁ – Reduzir o consumo de
energia e água, diminuir o uso de papel e a geração de resíduos sólidos,
separar e descartá-los corretamente, envolvendofuncionários e fornecedores em
boas práticas de gestão sustentável, são ações que estão se tornando comuns
tanto no setor privado como no setor público. O objetivo não é só melhorar as condições
ambientais, o bem-estar das pessoas e preservar os recursos naturais. Trata-se
de também reduzir custos e cuidar da sustentabilidade da empresa, instituição
ou órgão público, ou seja, da continuidade no mercado e da prestação de
serviços à sociedade. Sustentabilidade significa durabilidade. Em Cuiabá,
empresas, indústrias, órgãos públicos e instituições estão aderindo à gestão
sustentável. As novas atitudes provocadas pela preocupação com a
sustentabilidade no ambiente profissional acabam indo muito além. O que se
aprende no trabalho pode ser praticado em casa e outros lugares. Dessa forma o
ambiente profissional adquire outro significado: de espaço de conscientização e
reeducação de pessoas. Todos saem ganhando, inclusive o planeta. Eficiência - "Sustentabilidade
e eficiência são a mesma coisa para nós. É um caminho sem volta. Não é opção, é
questão de sobrevivência da empresa. Ou se torna eficiente ou estará fora do
mercado”, dispara Valter Yamaguchi, gerente da Padaria do Moinho, um
empreendimento de 3 mil m², construído e equipado com tecnologia de ponta para
viabilizar a gestão sustentável do negócio e o conforto do cliente. Inaugurada
em agosto de 2014, esta panificadora e super loja de conveniência também
comercializa vinhos e produtos gourmet. A empresa reduz o consumo de energia
graças aos sistemas de alta tecnologia, que reaproveitam até a água gerada pela
refrigeração da loja, que depois de filtrada abastece os equipamentos de água
quente. Este sistema é único em Cuiabá. Os vidros duplos também geram
eficiência energética, pois evitam que o calor de fora entre na loja, e o frio
interno saia. A redução de consumo é de 10%, comparado com shopping centers e
grandes lojas comerciais, segundo Valter. Em relação a lojas convencionais, a
economia chega a 50%. O sistema de irrigação do ambiente interno da
panificadora é automático e só liga quando a umidade está abaixo do nível
saudável para as pessoas. Quando chove, praticamente não liga. Funcionários são
treinados para buscar eficiência em tudo: na maneira de limpar o chão; embalar
produtos; preparar um bolo. Reduzir a geração de resíduos é outra atitude.
" Num ambiente limpo as pessoas não descartam de qualquer jeito. Vira um
ciclo virtuoso. Menos lixo, mais lucro. Eficiência é infinita e há sempre como
se tornar mais eficiente, geralmente por meio de pequenas atitudes”, enfatiza o
gerente. Transversal - No Sebrae Mato Grosso, o Programa de Gestão Sustentável
está em vigor, desde 2007. "O tema sustentabilidade é trabalhado de forma
transversal. Sustentabilidade integra desde as ações internas de ecoeficiência,
treinamento constante do corpo técnico até a programação de cursos, oficinas e
palestras destinadas aos clientes. Também compensamos as emissões de CO2 de
nossos eventos”, afirma Renata Taques, analista do Centro Sebrae de
Sustentabilidade (CSS). Tudo começou com o controle de cópias e impressões na
sede em Cuiabá. Em seguida, o sistema de gerenciamento de impressão estabeleceu
limite de cota por colaborador. Um aplicativo de liberação manual reduziu em
até 98% as impressões e cópias esquecidas, que alcançavam mais de 100 folhas de
papel/semana. Apenas cópias em modo duplex são permitidas. Em termos de
eficiência energética, o CSS é referência e foi certificado pelo Procel
Edifica, programa da Eletrobras e Inmetro, com nível A, em 2012. Este selo
reconhece edificações com excelência nesse aspecto. No momento, o Sebrae MT
está construindo duas usinas de energia solar em seu estacionamento, com 460
placas fotovoltaicas que vão gerar 120 kWp e surprir 37% do consumo energético
da sede e 100% do centro. Estarão concluídas no final de abril. As equipes são
orientadas e monitoradas a manter computadores, ar condicionado e iluminação
desligados na capital e interior, no horário do almoço. Na gestão hídrica, é
feita análise trimestral da água dos bebedouros. Há captação de água de chuva
que é usada nos banheiros, jardins e limpeza de pisos. Resíduos orgânicos e de
alimentos da cantina são encaminhados para a vermicompostagem., A produção de
húmus é usada nos jardins. Os resíduos recicláveis são descartados
separadamente pelas equipes e depois doados para cooperativas de recicladores
de Várzea Grande ou encaminhados para empresas especializados (resíduos
eletrônicos, pilhas, baterias, lâmpadas, etc). Desde 2012, os colaboradores são
capacitados em sustentabilidade e as equipes são pontuadas em relação à
eficiência energética e descarte de resíduos. Estes pontos são considerados na
concessão de benefícios, no final de ano. As emissões de CO2 dos eventos da instituição
são compensados com plantio de árvores, entre outras ações. Exemplo - No
Tribunal de Contas do Estado (TCE) de Mato Grosso , a gestão sustentável já tem
seis anos e é realizada pelo Projeto TCE Sustentável, coordenada pelo Núcleo
Qualidade de Vida no Departamento de Recursos Humanos. Por enquanto, as boas
práticas são internas, mas a expectativa é de que passarão a ser implantadas e
exigidas nos órgãos públicos auditados, nos próximos anos. "Estamos dando
o exemplo para um dia chegar ao setor público e exigir como obrigação”, prevê
Estela Biancardi, coordenadora do Núcleo Qualidade de Vida. Gestão sustentável
induz a racionalidade no uso de recursos, reduz custos e isto é desejável na
gestão pública, justifica. Há três anos, os processos do TCE MT passaram a ser
digitalizados, eliminando a impressão, inclusive do Diário Oficial do Estado.
Só esta ação significou a redução de mais de 3ton de papel no período. "
Saímos da conta de água de R$23 mil, em fevereiro de 2015, para R$6 mil em
fevereiro deste ano”, comemora Estela. Na área de resíduos sólidos, há
coletores distribuídos no prédio do tribunal para descarte de garrafas pet,
papel, copos descartáveis, remédios vencidos, óleo de cozinha vegetal, pilhas e
baterias e vidros com tampa (para serem reutilizados pelo banco de leite
materno). Cooperativas de recicladores recebem os materiais recicláveis e os
demais são destinados a projetos de reaproveitamento ou empresas especializadas
e indústrias (no caso de pilhas e baterias e remédios vencidos). As lâmpadas
estão sendo substituídas aos poucos pelo tipo Led. O prédio conta com gerador
que é acionado, quando há queda de energia. Campanha é feita para os
funcionários desligarem a iluminação, computadores e ar condicionado, quando as
salas ficam vazias e no horário do almoço. Até o momento, 60% dos banheiros
receberam torneiras automáticas, vasos sanitários acoplados a descargas
econômicas, que reduzem o consumo de água. "Graças ao Projeto TCE
Sustentável cumprimos todos os objetivos do Programa A3P, implantado na
administração pública, há cinco anos, porque começamos antes”, informa Estela.
"Estamos criando a cultura da sustentabilidade junto aos nossos
servidores. As pessoas têm que aderir espontaneamente e acabam praticando em
casa e em todos os lugares”, ressalta. –Secom
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