O
deputado Sargento Rodrigues encaminhou para a Comissão de Direitos Humanos da
Assembleia Legislativa denúncias recebidas sobre a atuação de uma “máfia dos
caça-níqueis” em Juiz de Fora. No último dia 28 de março, em uma reunião
reservada, um oficial da Polícia Militar foi ouvido pelos deputados e pelo
Procurador de Justiça André Estevão Ubaldino. Ele relatou o envolvimento de
policiais civis e militares com caça-níqueis, incluindo recebimento semanal de
propina para não fiscalizar e/ou liberar máquinas apreendidas na cidade. Um dos casos ocorreu durante operação comandada
por esse oficial, quando o contraventor Frederico Márcio Arbex, de Juiz de
Fora, teve a ousadia de abordá-lo pedindo que cessasse a ação, chegando a citar
o nome de um Coronel da PM, hoje reformado, como seu amigo íntimo e sócio.
Frederico - que já foi preso outras duas vezes pela Polícia Federal -, ainda
disse estar cansado de bancar, em uma boate, da qual é proprietário, festas
para policiais regadas a mulheres e bebidas. Na
última segunda-feira (23/04), em outra reunião reservada, as declarações do
oficial foram confirmadas por mais quatro policiais militares e por um policial
civil, que entregou à Comissão um vídeo no qual o ex-sócio de Frederico Márcio
Arbex, Dimas Alves Rodrigues Vieira, faz um relato confirmando as informações.
Ele afirma que, durante uma operação de apreensão de caça-niquéis, o próprio
Frederico Arbex teria abordado o referido oficial, afirmando que só ele não
contribuía e não estava ajudando. No vídeo,
Dimas Alves, utiliza as seguintes palavras: “Ah, amanhã, mais cedo ou mais tarde,
ele cai na minha mão, porque não tem jeito. O resto todo come, e ele vai comer
também”. (Clique
aqui e
assista ao vídeo). Três dos policiais
militares citados já foram ouvidos em um Inquérito Policial Militar – IPM,
aberto pela corporação em junho de 2011, já que há envolvimento de outros
servidores. Apesar da gravidade das denúncias, nada foi apurado até a presente
data. A Corregedoria da Polícia Civil também está acompanhando o caso. O deputado Sargento Rodrigues, assim que recebeu
as primeiras denúncias, entendeu que a situação era gravíssima e que seria
necessário um acompanhamento mais rigoroso dos fatos. Assim, protocolou na
Assembleia Legislativa requerimento para instalação de uma Comissão Parlamentar
de Inquérito. Assinada por outros 39 parlamentares, a proposta da CPI tem como
objeto a apuração de ações da chamada “máfia dos caça-níqueis”. De acordo com o
Regimento Interno desta Casa, são necessárias, no mínimo, 26 assinaturas para
instalação da Comissão. Fato é que há cerca
de dez anos não é instalada sequer uma CPI na Assembleia de Minas. “Os
deputados assinam o requerimento e, depois deste protocolado, pressionados pelo
Governo, começam a aparecer os pedidos de retiradas de assinaturas até que não
se tenha mais o mínimo necessário. Desta vez não foi diferente”, esclarece
Sargento Rodrigues. Ele ressalta que, mesmo que a CPI não seja instalada,
continuará acompanhando os fatos. “A Comissão de Direitos Humanos, com a
participação do Ministério Público, continua e continuará recebendo as
denúncias, ouvindo os depoimentos e garantindo segurança a todos que quiserem
colaborar”.
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