Bioma é responsável pelo sustento das famílias que
ocupam área de 850 mil quilômetros quadrados. Reunião em Petrolina abre a
discussão sobre temas importantes do bioma, como sustentabilidade. Rafael
Silva O Ministério do Meio Ambiente promove em Petrolina (PE) , a partir da
próxima segunda-feira (23/04) oficina para a criação de novas unidades de
conservação em Pernambuco. A medida beneficiará a região de caatinga,
bioma semiárido mais diverso do mundo, que ocupa área 850 mil quilômetros
quadrados, o equivalente a 11% do território nacional. Engloba parte dos
estados do Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Bahia e Minas Gerais. O encontro
marcará a Semana da Caatinga e traz à tona a discussão de temas
importantes sobre o bioma, como sustentabilidade e criação de novas
reservas ambientais. Com vegetação de rara biodiversidade, a caatinga sustenta
a economia da região nordeste por meio de duas vertentes: fornecimento de
energia e produtos florestais não madeireiros. No primeiro caso, 30% da
matriz energética da região vem da lenha obtida por meio de exploração
não sustentável, utilizada por 70% das famílias na preparação de alimentos.
Em relação ao recurso florestal não madeireiro, em diversas atividades
econômicas. Desde o forrageiro para pastagem de gado e produção de mel,
passando pela comercialização de frutos nativos e plantas medicinais, chegando até às cerâmicas e industrias de gesso, que
geram divisas para o pais usando lenha como suprimento de energia. INTEGRAÇÃO -
O engenheiro florestal da Secretaria de Biodiversidade e Florestas do Ministério do Meio Ambiente, Francisco Barreto Campelo, não tem dúvida:
?A cada momento nos deparamos com vivências que demonstram que a relação do homem com a biodiversidade pode e deve ser a saída para um
amplo processo de conservação ambiental.? No que diz respeito aos aspectos
socioeconômicos, existem experiências com a perspectiva de integração do
recurso florestal na matriz produtiva dos projetos de reforma agrária,
que geram renda de até 1,5 salário mínimo por família. A cobertura florestal da
caatinga vem prestando serviços ambientais, proporcionando renda e
atendendo à matriz energética no Nordeste. ?Estamos vivenciando as
preocupações das mudanças climáticas, todos procurando alternativas e
clamando por modelos sustentáveis?, relata Campello. O uso sustentável
dos recursos florestais é uma realidade comprovada cientificamente e
observada nas diferentes formas tradicionais de convivência com o
semiárido pelas populações locais. Como os fundos de pasto, a pecuária
extensiva, o extrativismo sustentável do umbu, caroa, buriti, os sistemas
de pousio da terra para agricultura. São formas de assegurar a manutenção
da cobertura florestal, conjuntamente com o uso de praticas adequadas de
conservação de solo e o uso de sistemas ecológicos de produção. PARCERIAS - Nos
últimos anos foram criados,pelo governo federal, o Monumento Natural do
Rio São Francisco (Alagoas, Bahia e Sergipe), em 2009, com 27 mil
hectares, e ampliando em 300 mil hectares o Parque Nacional da Serra das Confusões, no Piauí, em dezembro de 2010, que ficou com cerca de 823 mil hectares. Algumas parcerias estão sendo desenvolvidas com os
estados para implantação de unidades de conservação estaduais. ?Os
processos foram agilizados e os primeiros resultados concretos já
aparecem, como a criação, neste ano de 2012, do Parque Estadual da Mata da Pimenteira, em Serra Talhada, Pernambuco?, diz o engenheiro florestal. Há, ainda, a destinação de recursos estaduais para criação de unidades no Ceará.
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