sábado, 21 de abril de 2012

CAATINGA TERÁ NOVAS RESERVAS AMBIENTAIS


Bioma é responsável pelo sustento das famílias que ocupam área de 850  mil quilômetros quadrados. Reunião em Petrolina abre a discussão sobre  temas importantes do bioma, como sustentabilidade. Rafael Silva O Ministério do Meio Ambiente promove em Petrolina (PE) , a partir da  próxima segunda-feira (23/04) oficina para a criação de novas unidades  de conservação em Pernambuco. A medida beneficiará a região de  caatinga, bioma semiárido mais diverso do mundo, que ocupa área 850  mil quilômetros quadrados, o equivalente a 11% do território nacional.  Engloba parte dos estados do Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Bahia e Minas Gerais. O  encontro marcará a Semana da Caatinga e traz à tona a discussão de  temas importantes sobre o bioma, como sustentabilidade e criação de  novas reservas ambientais. Com vegetação de rara biodiversidade, a caatinga sustenta a economia  da região nordeste por meio de duas vertentes: fornecimento de energia  e produtos florestais não madeireiros. No primeiro caso, 30% da matriz  energética da região vem da lenha obtida por meio de exploração não  sustentável, utilizada por 70% das famílias na preparação de  alimentos. Em relação ao recurso florestal não madeireiro, em diversas  atividades econômicas. Desde o forrageiro para pastagem de gado e  produção de mel, passando pela comercialização de frutos nativos e plantas medicinais, chegando até às cerâmicas e industrias de gesso,  que geram divisas para o pais usando lenha como suprimento de energia. INTEGRAÇÃO - O engenheiro florestal da Secretaria de Biodiversidade e Florestas do Ministério do Meio Ambiente, Francisco Barreto Campelo, não tem  dúvida: ?A cada momento nos deparamos com vivências que demonstram que a relação do homem com a biodiversidade pode e deve ser a saída para  um amplo processo de conservação ambiental.? No que diz respeito aos  aspectos socioeconômicos, existem experiências com a perspectiva de  integração do recurso florestal na matriz produtiva dos projetos de  reforma agrária, que geram renda de até 1,5 salário mínimo por família. A cobertura florestal da caatinga vem prestando serviços ambientais,  proporcionando renda e atendendo à matriz energética no Nordeste.  ?Estamos vivenciando as preocupações das mudanças climáticas, todos  procurando alternativas e clamando por modelos sustentáveis?, relata  Campello. O uso sustentável dos recursos florestais é uma realidade  comprovada cientificamente e observada nas diferentes formas  tradicionais de convivência com o semiárido pelas populações locais.  Como os fundos de pasto, a pecuária extensiva, o extrativismo  sustentável do umbu, caroa, buriti, os sistemas de pousio da terra  para agricultura. São formas de assegurar a manutenção da cobertura  florestal, conjuntamente com o uso de praticas adequadas de  conservação de solo e o uso de sistemas ecológicos de produção. PARCERIAS - Nos últimos anos foram criados,pelo governo federal, o Monumento  Natural do Rio São Francisco (Alagoas, Bahia e Sergipe), em 2009, com  27 mil hectares, e ampliando em 300 mil hectares o Parque Nacional da Serra das Confusões, no Piauí, em dezembro de 2010, que ficou com cerca de 823 mil hectares. Algumas parcerias estão sendo desenvolvidas com os estados para  implantação de unidades de conservação estaduais. ?Os processos foram  agilizados e os primeiros resultados concretos já aparecem, como a criação, neste ano de 2012, do Parque Estadual da Mata da Pimenteira, em Serra Talhada, Pernambuco?, diz o engenheiro florestal. Há, ainda, a destinação de recursos estaduais para criação de unidades no Ceará.

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