segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

3ª EDIÇÃO DO PRÊMIO PERSONALIDADE AMBIENTAL VAI PARA O CASAL LÉLIA WANICK E SEBASTIÃO SALGADO


A restauração da Mata Atlântica no Vale do rio Doce (MG), a conservação e uso equilibrado do meio ambiente, promovendo a formação profissional, evitando o êxodo e trazendo de volta os habitantes que foram obrigados a migrar, além de estabelecer o Instituto Terra como um centro de excelência nas áreas de recuperação e educação ambiental, desenvolvimento sustentável e mobilização social. Essas são as motivações para a concessão desta edição do Prêmio WWF-Brasil Personalidade Ambiental ao casal Sebastião Salgado e Lélia Wanick. A premiação ocorrerá na próxima quarta-feira, dia 19, durante um jantar para convidados em São Paulo. “Ficamos muito felizes com esse prêmio, que não é apenas nosso, mas de toda a equipe do Instituto Terra. A Lélia é a principal gestora dessa iniciativa, e eu ajudo na captação de recursos”, afirmou Sebastião Salgado, fotógrafo reconhecido mundialmente e um dos mais respeitados fotojornalistas da atualidade, notabilizado por registrar a vida dos excluídos em diversas partes do mundo. Para o fotógrafo, um dos diferenciais do Instituto Terra é ser uma instituição que trabalha diretamente na implementação de projetos no campo. “Acredito que fazemos um dos mais interessantes trabalhos de conservação no Brasil, promovendo não apenas a consciência ecológica, mas a transformação na vida das pessoas, formando professores, alunos, técnicos agrícolas, gestores públicos, gerando promoção social e renda em nosso entorno”. Sebastião destacou algumas iniciativas inovadoras do Instituto Terra, como o laboratório de sementes e o viveiro de mudas, que produz atualmente 1,2 milhão de plantas de mais de 350 espécies nativas da Mata Atlântica. “Queremos chegar a 5 milhões de mudas, numa área de 10 hectares, em regime sazonal (novembro a janeiro), e ser uma referência botânica online”. Com parcerias de governos do Estado de Minas e Espírito Santo, o Instituto é financiado por empresas, doações de pessoas físicas, jurídicas e de fundações internacionais. Conta hoje com 130 funcionários e tem capacidade para receber 125 alunos-residentes. Entregue a cada três anos, o Prêmio WWF-Brasil Personalidade Ambiental é concedido a uma pessoa reconhecida por seu trabalho pela conservação da natureza e pela promoção do desenvolvimento sustentável no nosso país. Os candidatos ao Prêmio são indicados por especialistas em conservação da natureza, e o vencedor escolhido pelo conselho do WWF-Brasil. A primeira edição do prêmio foi entregue em 2006 a então ministra do Meio Ambiente, Marina Silva. Em 2009, foi a vez do climatologista Carlos Nobre, coordenador do Centro de Ciência do Sistema Terrestre do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), integrante do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) e atual secretário de Políticas e Programas de Pesquisas e Desenvolvimento do Ministério da Ciência e Tecnologia. Onde tudo começou - Fundado em 1999 por Lélia e Sebastião Salgado, o Instituto Terra está localizado na fazenda Bulcão, na mineira Aimorés. Com uma área de 676 ha, reconhecida como Reserva Particular de Patrimônio Natural (RPPN), a fazenda é a primeira RPPN criada em uma área degradada, neste caso por conta do processo de colonização, com a exploração comercial predatória de madeira, o desmatamento generalizado e atividades agrícolas e pecuárias irresponsáveis. Entre os objetivos do Instituto Terra estão: testar e avaliar técnicas para recuperação florestal, desenvolver novas tecnologias no uso das sementes e do viveiro, e na recuperação de áreas degradadas; documentação de técnicas de reflorestamento e de reabilitação do ecossistema da Mata Atlântica, fauna e flora; recuperação da água; silvicultura; fertilizantes orgânicos; promover o desenvolvimento sustentável no município de Aimorés com as comunidades, em ações que visam planejamento e ocupação sustentável e racional do território,por meio de reflorestamento dos 20% de reserva legal nas propriedades rurais em topos de morros, nascentes e matas ciliares; formação de cooperativas de pequenos produtores; difusão de tecnologias; elaboração de cadeias produtivas; desenvolvimento de sistemas agroecológicos; formação, capacitação e treinamento dos agricultores; orientação técnica; desenvolvimento de produtos caseiros e artesanais; fortalecimento da educação e saúde rurais; e aumento da ocupação e renda da população.

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