O agro continua
salvando a pátria! 2016 foi um ano muito turbulento no Brasil e no mundo.
Apesar do agro não estar blindado com o
que ocorre na economia brasileira e mundial, continuou atendendo as
necessidades dos brasileiros e das pessoas de todo o mundo quanto as demandas
por alimentos, fibras e agroenergia. E as perspectivas são ainda mais
promissoras para 2017: o agro deve
liderar o início da retomada econômica do Brasil. Espera-se que novos mercados
sejam abertos no exterior para os produtos brasileiros. O desempenho do Brasil
será melhor que a média mundial até 2026, aumentando a participação do País no
mercado global. Em 2016 o mundo viu Trump vencer as eleições nos Estados
Unidos, o Reino Unido deixar a União Europeia, atos de terrorismo na França e
Alemanha, migrações e milhares de refugiados buscando oportunidades em diversos
países. Em 2017 é possível a vitória da ultra-direita na França e mudanças
políticas em diversos países. As preocupações com novos atentados terroristas
vão continuar, colocando mais pressão nas migrações. No Brasil, 2016 foi
marcado pela corrupção e recessão, crises ética/moral, econômica/financeira e
política. Houve manifestações, impeachment da Presidente, a destituição e
prisão do Presidente da Câmara dos Deputados, a Operação Lava Jato prendendo
empresários e políticos. Moro foi uma das principais figuras do país, seguindo
os passos de Joaquim Barbosa. O PIB caiu 3,5%, a inflação chegou a 6,40%,
os juros a 13,75% e o desemprego a 11,9 % da população: são mais de 12 milhões
de desempregados, três milhões a mais que no final de 2015. Tivemos a queda do
avião da Chapecoense que comoveu o mundo todo. Mesmo neste cenário, tivemos as
Olimpíadas, Paraolimpíadas e eleições municipais. As perspectivas para 2017 são
de atividades econômicas ainda em baixa, mas com mais austeridade e ajuste
fiscal, com crescimento do PIB de 0,5%, inflação de 4,9%, juros de 10,5%, taxa
de cambio a R$ 3,50 e desemprego começando a diminuir no segundo semestre. O
governo Temer ainda não está firme, podendo ocorrer novidades. Entretanto,
conta com uma equipe econômica respeitável e vem apresentando projetos
interessantes como o teto dos gastos, reforma previdenciária, trabalhista e
política, aumento das concessões etc. No agro,
o Brasil sobreviveu em 2016. O clima prejudicou a produção, com chuvas em
excesso ou falta devido ao El Nino. Mas os investimentos começaram a ser retomados.
E as inovações se fizeram mais presentes: foram 76 startups atuando, frente a
apenas nove em 2015. O valor da produção foi de R$ 523,6 bilhões de reais, 5% a
mais que em 2015. Produzimos 186 milhões de toneladas de grãos (10% menos que
em 2015), continuamos a exportar soja, milho, citros, café, açúcar, carnes
(frango, boi e suínos), frutas, celulose/papel, tabaco etc. O agro foi responsável por 38% das exportações,
contribuindo para o equilíbrio da balança comercial (saldo de US$ 72 bilhões).
O PIB do agro cresceu 3% em 2016, frente
a retração de 3,5% do PIB do Brasil. Houve retração no consumo de alimentos. O
consumo de fertilizantes aumentou mais de 11% em relação a 2015. Para 2017 as
previsões são positivas. A safra de grãos deve chegar a 213 milhões de
toneladas (novo recorde), com aumento de 26,5 milhões de toneladas (+ 14,2 %)
em relação a 2016; a área cultivada será de 59,2 milhões de ha (aumento de
apenas 1,4% em relação a 2016). A produtividade média de 3.6 t/ha (aumento de
13% em relação a 2016) será a grande responsável pelo bom desempenho das
safras. Destaque para as culturas de milho e feijão, com crescimento de 26% e
23%, respectivamente. O MS e o MT continuarão se destacando como os estados com
maior aumento da produção (22% e 21%, respectivamente). O Brasil continuará
sendo o segundo maior produtor (recorde de 102 milhões de toneladas) e primeiro
exportador de soja do mundo e o terceiro maior produtor e segundo maior
exportador de milho do mundo. A produção de açúcar e carnes (frango, bovina e
suína) continuarão a se expandir entre 2 e 5%. A safra de laranja em São Paulo
e Minas Gerais deve alcançar 244 milhões de caixas (40,8 kg), apesar da
ocorrência do HLB (greening). A produção de cana deve chegar a 694,5 milhões de
toneladas (4% a mais que em 2016), numa área de 9,1 milhões de ha (5,3% a mais
que em 2016). A produção de café deve ser 51,4 milhões de sacas (18% maior que
2016), ocupando área de 2, 2 milhões de ha. O VBP da agropecuária deverá ser de
R$ 552,5 bilhões em 2017, 5,5% a mais que em 2016. As lavouras vão contribuir
com R$ 365 bilhões (66%) e a pecuária com R$ 187,5 bilhões (34%). O PIB
do agro deve crescer 2% a 3,8%, frente a
0,5% do PIB Brasil. Assim, é fundamental que todos os segmentos reconheçam o
valor e a importância do agro para o
Brasil e para o mundo e apoiem os produtores rurais e os profissionais do agro em suas reivindicações. Os gargalos do agro, como as legislações trabalhista e ambiental, os
problemas de infraestrutura e logística, questões fundiárias, seguro e financiamento,
defesa agropecuária, ensino, pesquisa e extensão devem ser priorizados – Secom.
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