Cepea, 26 – Os preços do algodão no mercado
brasileiro avançam janeiro firmes, sustentados pela baixa disponibilidade da
pluma. Além da quebra na produção da safra 2015/16, boa parte da mesma
temporada foi comprometida antecipadamente. Na parcial deste mês (até o dia 25),
o Indicador CEPEA/ESALQ com pagamento em 8 dias, referente à pluma 41-4, posta
em São Paulo, registra média de R$ 2,7722, a maior desde junho de 2011, em
termos reais (valor deflacionado pelo IGP-DI de dez/16). Em relação a dez/16, a
valorização é de 1,9% e, sobre jan/16, de 7,3%. Quanto aos negócios, o ritmo
esteve relativamente aquecido até meados de janeiro, diante da postura mais
flexível de vendedores, principalmente tradings, quanto aos valores pedidos e
aos prazos de pagamento. A partir da segunda quinzena, porém, a liquidez voltou
a baixar. Apenas indústrias com necessidades imediatas se mostravam ativas. As
negociações para entregas futuras também estiveram maiores principalmente na
primeira metade de janeiro, envolvendo lotes referentes às safras 2015/16 e
2016/17, tanto para o mercado interno bem como para o externo. A alta nos
preços internacionais, tanto Cotlook A como dos contratos na Bolsa de Nova York
(ICE Futures), elevou a paridade de exportação, favorecendo alguns fechamentos.
Com a valorização do Real frente ao dólar no final do mês, porém, a paridade
voltou a cair, travando as efetivações. Na parcial de janeiro (até o dia 25),
conforme cálculos do Cepea, a média da paridade de exportação na condição FAS
(FreeAlongsideShip), porto de Paranaguá (PR), foi de R$ 2,2468/lp, queda de
2,12% sobre a de dez/16 (R$ 2,2955/lp). Também no comparativo mensal, o Índice
Cotlook A (referente à pluma posta no Extremo Oriente) subiu 2,82%, e o dólar
se desvalorizou 4,41% frente ao Real. Segundo dados da Secex, até a terceira
semana de jan/17, a média diária dos embarques foi de 1,6 mil toneladas, 51,7%
inferior à de dez/16. Em faturamento, a média estava em US$ 2,4 milhões
diários, 52,7% menor que os US$ 5,2 milhões/dia do mês anterior. Quanto ao
preço médio de jan/17 em dólares, segundo a Secex, houve recuo em relação a
dez/16, de 2,1%, a US$ 1.541,3/t; em Reais, a média está em R$ 4.946,33/t,
queda de 6,3% se comparado à de dez/16. NOVA SAFRA – Informações divulgadas
pela Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) no dia 10 apontam queda de
5,2% na área cultivada para a nova temporada (2016/17), totalizando 905,2 mil
hectares. Ainda assim, a produção brasileira aumentaria em 10,1%, impulsionada
pela estimativa de produtividade 16,1% superior à da safra 2015/16. Quanto ao
clima em novembro e dezembro de 2016, a Conab indicou condições favoráveis –
Secom.
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