O biocombustível derivado da cana-de-açúcar
emite até 90% menos gases poluentes se comparado à gasolina. São Paulo, 13 de
agosto de 2015 – O inverno deste
ano não tem registrado as temperaturas frias típicas da estação, mas outra
característica da época permaneceu: o clima seco e a umidade relativa do ar
comparável a cidades localizadas no deserto. De acordo com o Inmet (Instituto
Nacional de Meteorologia), não chove na região metropolitana de São Paulo desde
o último dia 26 de julho. Com isso, a qualidade do ar da cidade tem sido
considerada preocupante para a saúde dos paulistanos, principalmente por causa
dos altos índices de poluição provenientes dos veículos automotores. Apesar do
cenário crítico, a situação poderia ser bem pior. Desde março deste ano, o
percentual de etanol anidro presente na gasolina passou de 25% para 27%,
reduzindo um pouco as emissões de poluentes a partir da queima do combustível
fóssil. Além disso, hoje, o volume consumido de etanol combustível (somando
etanol hidratado e anidro) supera o de gasolina pura em 75% em São Paulo.“A
redução da cobrança do ICMS sobre as vendas de etanol hidratado no Estado, de
25% para 12%, adotado desde janeiro de 2004, aliada à retomada da CIDE sobre a
gasolina neste ano e à paridade entre os combustíveis abaixo de 70% tem
tornando o etanol cada vez mais atraente para o consumidor, que também deve
levar em conta os benefícios para a saúde e meio ambiente na hora de optar pelo
biocombustível”, destaca o diretor Técnico da União da Indústria de
Cana-de-Açúcar (UNICA), Antonio de Padua Rodrigues.O etanol derivado da
cana-de-açúcar é uma alternativa de combustível proveniente de fonte limpa e
renovável, que proporciona ganhos à saúde pública. Um estudo desenvolvido por
equipe de médicos e especialistas da Universidade de São Paulo (USP), liderado
pelo médico e professor Paulo Saldiva, concluiu que o uso do biocombustível nas
oito principais regiões metropolitanas do Brasil foi responsável pela redução
de quase 1.400 mortes e mais de 9.000 internações anuais ocasionadas por
problemas respiratórios e cardiovasculares associados somente ao uso de
combustíveis fósseis. Trata-se de uma economia de R$ 430 milhões por ano para o
sistema de saúde pública e privada.Além disso, o etanol também apresenta
vantagens ambientais sobre a gasolina – reduz as emissões de gases causadores
das mudanças climáticas em até 90%. Só nos últimos 12 anos (de março de 2003,
quando a tecnologia flex foi lançada no Brasil, a maio de 2015), por exemplo, a
utilização do combustível produzido a partir da cana evitou a emissão de mais de 300 milhões de
toneladas de CO2 na atmosfera, valor que corresponde aproximadamente ao que a
Polônia libera por ano (317
milhões de toneladas de CO2). “Hoje, este é o único biocombustível produzido em grande escala no mundo
considerado ‘avançado’ pela Environmental ProtectionAgency (EPA), a Agência de
Proteção Ambiental dos Estados Unidos”, reforça
Alfred Szwarc, consultor de Emissões e Tecnologias da UNICA.
- Secom
Nenhum comentário:
Postar um comentário