sexta-feira, 9 de outubro de 2015

RODRIGUES PRESTIGIA AUDIÊNCIA PÚBLICA SOBRE CRISE HÍDRICA E GARANTE RETOMADA DO PROJETO MULTILAGOS EM CAMPINA

O Projeto Multilagos, destinado à construção de açudes, vai ser retomado pelo governo municipal de Campina Grande, conforme garantiu na manhã desta sexta-feira (2) o prefeito Romero Rodrigues. Segundo ele, a iniciativa atenderá comunidades da zona rural, historicamente carentes no setor de recursos hídricos. O prefeito anunciou a medida durante audiência pública promovida por iniciativa da Câmara Municipal e da Assembleia Legislativa da Paraíba com o objetivo de tratar da crise hídrica atual. A reunião, na Casa de Félix Araújo, com a presença de várias autoridades federais, estaduais e municipais, foi presidida conjuntamente pela deputada estadual Daniela Ribeiro e pelo vereador Antônio Pimentel Filho. Durante o encontro, o prefeito lembrou que o Multilagos foi concebido na gestão do ex-prefeito Félix Araújo, que administrou Campina Grande no início da década de 90, mas teve como marco inicial o açude José Rodrigues, implantado no Distrito de Galante. Agora, para a sua retomada, o governo municipal adquiriu uma nova frota de equipamentos como  trator de esteira, retroescavadeira, pá mecânica e mais três caçambas. O prefeito informou que a PMCG também está trabalhando, com recursos próprios, para a construção de cisternas, recuperação de açudes na zona rural, perfuração de poços, além da compra de uma máquina perfuratriz que será recebida na próxima semana, tendo o novo equipamento capacidade de atingir até 120 metros de profundidade. Quanto a uma solução definitiva para o problema da água, disse acreditar no projeto da transposição do Rio São Francisco, mas reconhece ser o momento preocupante, pois o açude de Boqueirão só tem apenas 15% da sua capacidade, havendo o perigo de se estabelecer o colapso no abastecimento d’água local. Por isso, quanto à transposição, defendeu celeridade nas obras. Neste contexto, entende que a transposição deveria ter sido feita através de um sistema de dutos e não exclusivamente por meio de canais. Segundo ele, a implantação de dutos seria uma saída mais rápida e mais econômica para solucionar a carência hídrica regional, mesmo porque poderiam ser evitados problemas como infiltração, irrigações ilegais e evaporação. Por outro lado , lamentou a existência de problemas de gestão dos recursos hídricos da região por parte da Cagepa, cuja concessão para atuar em Campina Grande já dura mais de 50 anos. Segundo Romero, o balanço financeiro daquela companhia na cidade sempre foi positivo, possibilitando  maiores investimentos em favor da nossa população. Assim, os recursos levantados no município deveriam ter sido, por exemplo, aplicados no uso racional do esgoto, o qual poderia, após o devido tratamento, ser usado no parque industrial, no setor comercial e na construção civil. “A Cagepa pecou por omissão nesta questão, não fazendo nenhum investimento sustentável para o abastecimento d’água local, mediante, por exemplo, o uso do sistema de irrigação por gotejamento, economizando mais água do Açude de Boqueirão. Infelizmente, predomina, naquele manancial, o sistema por inundação, agravando-se o quadro hídrico atual. Daí, pergunto: onde estão sendo investidos os recursos obtidos com o lucro por parte da Cagepa? Infelizmente, não há reinvestimento”, afirmou. Neste contexto, também lamentou o verdadeiro “jogo de empurra” entre a Cagepa e ANA (Agência Nacional das Águas) quanto à adoção de medidas de prevenção do uso indevido da água. “A Cagepa pode explorar economicamente o fornecimento d’água, mas por que não faz uma maior fiscalização na área, permitindo, com as devidamente limitações, apenas a irrigação por gotejamento?”, questionou o prefeito campinense. Apesar das dificuldades do momento, o prefeito concluiu o discurso defendendo a união de todos os setores governamentais, tanto em âmbito federal, municipal e estadual, para que se viabilizem saídas ou soluções imediatas quanto à atual crise hídrica, cujas conseqüências tendem a ser muito ruins para a população de Campina Grande. - Secom

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