Pesquisa
encomendada pelo Ministério do Turismo revela que 58,9 milhões de pessoas
viajaram dentro do país em 2011. Um crescimento de 18,5% em relação a 2007 - Brasília
(DF) - O número de brasileiros que viajam pelo país nunca foi tão alto. Estudo
realizado pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) para o
Ministério do Turismo revela que 58,9 milhões de pessoas fizeram pelo menos uma
viagem doméstica no último ano. Na edição anterior do levantamento, em 2007,
eram 49,7 milhões de viajantes. O crescimento registrado foi de 18,5%,
impulsionado pela inclusão do turismo na cesta de consumo da população de baixa
renda, faixa que responde pelo maior salto: 21%. Os dados fazem parte do Estudo
da Demanda Turística Doméstica no Brasil 2012, que pesquisou o perfil das
viagens realizadas em 2011 por 39 mil famílias brasileiras. O Estudo revela
ainda que o número de viagens domésticas realizadas no Brasil saltou de 161
milhões em 2007 para 191 milhões em 2011. O crescimento na movimentação
internacional é ainda mais expressivo. Em 2007, apenas 2,7% das famílias haviam
feito viagens internacionais. Na última edição, o percentual subiu para 4,3%,
um salto de 57%.
O
gasto médio per capita dos brasileiros em viagem cresceu 18%. Em 2007, eram R$
956,9 por pessoa. Em 2011, o valor médio passou para R$ 1.128,3. O gasto nos
deslocamentos a negócios (R$ 985,9) é quase o dobro dos a lazer (R$ 494,4). “Temos
observado que, cada vez mais, o turismo faz parte da vida do brasileiro. É
papel do Ministério do Turismo criar um terreno favorável para o setor manter e
até acelerar o crescimento. Apostamos no aumento da competitividade dos nossos
destinos”, afirmou o ministro do Turismo, Gastão Vieira. Turismo interno - O
lazer ainda aparece como a principal motivação da movimentação interna
brasileira, com 81,4%. O meio de locomoção mais usado continua sendo o carro.
Para cada 100 pessoas em viagem pelo país, 44 usam o automóvel. O avião, no
entanto, responde pelo maior crescimento percentual (50%) desde o último
estudo. Atualmente 17% das pessoas usam a ponte aérea para se locomover. Em 2007,
esse índice era de 11,3%. Para cada grupo de 100 viajantes, 64 se hospedam na
casa de parentes e amigos. Essa modalidade apresentou um crescimento de 6,5
pontos percentuais, em grande parte justificado pela inclusão das famílias que
ganham até quatro salários mínimos no mercado de consumo. Todos os outros meios
de hospedagem – resorts, hotéis, pousadas, imóveis alugados ou próprios –
registraram queda percentual. O Estudo da Demanda Turística Doméstica no Brasil
2012 confirma o poder de distribuição de renda do setor. Para cada R$ 1,00
gasto pelos turistas nordestinos no Sudeste, entram R$ 2,95 provenientes dessa
região no Nordeste. A principal região emissora de viagens domésticas é a
Sudeste (40,8%), seguida de Nordeste (25,8%) e Sul (17,7%). Motivos - Quando o
entrevistado é questionado sobre a principal razão para não viajar pelo Brasil,
as restrições orçamentárias aparecem em primeiro lugar. Quarenta e sete entre
100 pessoas ouvidas afirmam que não viajam porque os gastos não cabem no
orçamento. Em segundo lugar, com 24,1%, aparece a falta de tempo. O Estudo da
Demanda Turística Doméstica no Brasil é realizado desde 1998, quando nove mil
famílias foram entrevistadas. Desde então, a metodologia foi aprimorada e o
universo pesquisado ampliado. Esta edição pesquisou o perfil das viagens
realizadas em 2011 por 39 mil famílias de 137 localidades diferentes – 27
capitais e outros 110 municípios de todas as regiões brasileiras.
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