O
Ministério da Justiça, por meio da Fundação Nacional do Índio (Funai), obteve
uma importante vitória para os indígenas da etnia Guarani Kaiowá na tarde desta
terça-feira (30/10). O Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF-3ª Região),
de São Paulo, emitiu decisão favorável à liminar da Funai de suspender a
decisão da 1ª Vara de Navaraí/MS que determinava a retirada imediata dos
integrantes da comunidade Guarani Kaiowá Puelito Kuê que se encontram no
município de Iguatemi/MS. Também foi revogada a multa estipulada para os
indígenas que descumprissem a determinação judicial. A decisão da Justiça
Federal foi comunicada ao ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, durante a
213º reunião ordinária do Conselho de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana
(CDDPH). O evento teve como tema central o conflito vivenciado pelos indígenas
Guarani Kaiowá e ocorreu nesta tarde na sede da Secretaria de Direitos Humanos
da Presidência da República (SDH/PR), em Brasília (DF). Outra medida importante
anunciada pelo ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, foi o reforço de
policiamento na região. “Diante desse cenário de conflitos, ameaças e delitos,
determinamos um reforço no policiamento da Força Nacional, que já está no local
com homens e viaturas. O novo efetivo já está em deslocamento. Estamos fazendo
um deslocamento por terra justamente por termos a necessidade de viaturas
circulando, já que é uma área muito grande. Dentro da análise técnica que foi feita
nós teremos um bom efetivo pra buscar dar o máximo de segurança e evitar os
conflitos na região” concluiu o ministro. De acordo com o despacho da
desembargadora federal relatora Cecília Mello, “a melhor solução é
circunscrever os índios num espaço de um hectare (10 mil m2 ) até o término do
procedimento administrativo de delimitação de terras da região. Os índios devem
ficar exatamente onde estão agrupados, com a ressalva de que não podem estender
espaço a eles reservado em nenhuma hipótese.” Foi determinado ainda que a Funai
deve adotar todas as providências para intensificar os trabalhos e concluir o
mais rápido possível o procedimento administrativo de delimitação e demarcação
das terras. Também participaram da reunião do CDDPH, além de representantes da
comunidade indígena Guarani Kaiowá, a ministra da SDH/PR, Maria do Rosário,
membros do Conselho de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana, e o representante
da Advocacia-Geral da União (AGU), Antônio Roberto Basso.
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