Os
investimentos em tecnologia realizados pelos produtores mineiros para aumentar
a safra de mamão estão garantindo bons resultados. Conforme dados do Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), analisados pela Secretaria de
Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), a produção do fruto nas lavouras
do Estado, em 2012, deve superar a do ano passado, que alcançou 45 mil
toneladas e foi cerca de 50% maior que a
anterior. De acordo com a Seapa, o crescente índice de irrigação das lavouras
mineiras, inclusive de agricultura familiar, é o principal responsável pelo
aumento da produção de mamão nos últimos quatro anos. “Sobretudo no período
atual, marcado por estiagem prolongada”, observa o subsecretário de Agricultura
Familiar, Edmar Gadelha. Ele destaca a participação da agricultura familiar,
que tem melhorado o desempenho de suas lavouras mediante a utilização de
tecnologia e boas práticas que possibilitem o aumento da produtividade. Edjan Eustáquio Guerra, extensionista da
Emater-MG (vinculada à Seapa) no
município de Pirapora, informa que a produtividade nas propriedades que dispõem
de alta tecnologia em irrigação pode superar a marca de 100 toneladas por
hectare/ano. Já os agricultores familiares têm alcançado até 60 toneladas por
hectare. O Norte de Minas lidera a produção estadual de mamão com cerca de 34,0
mil toneladas registradas no ano passado. Segundo Guerra, Pirapora conta com 22
hectares plantados da variedade formosa, e o principal estímulo ao produtor é o
aumento da demanda pelo fruto. “A colheita segue com bons resultados”, diz o
técnico. Para mesa e indústria. O mamão de Pirapora é destinado exclusivamente
ao consumo de mesa, sendo comercializado por meio dos entrepostos da Ceasa
Minas localizados em Uberlândia, Patos de Minas e Contagem, na região Metropolitana
de Belo Horizonte. Dados da Ceasa Uberlândia mostram que, no período de janeiro
a setembro de 2012, foram colocadas no
entreposto 263,5 toneladas de mamão procedentes das lavouras de Pirapora. O
volume é 60% superior ao registrado em idêntico período de 2011. Já a empresa
Brasnica, com sede em Janaúba, também no Norte de Minas, estima para este ano
uma colheita de 200 toneladas das variedades papaia e formosa. “Contamos com
produção própria e de terceiros, e a esses fornecedores oferecemos condições
para agregarem valor ao mamão de suas propriedades, colocando inclusive à sua
disposição embaladores que trabalham conforme a exigência do mercado”. A
explicação é de Robson Versiani
Sindeaux, responsável pelo Setor de Comercialização de Mamão da indústria. O
produto tem alcançado na lavoura uma cotação de no mínimo R$ 0,45 o quilo e, em
muitos casos, atinge R$ 1,20 o quilo, acrescenta o executivo. Segundo Sindeaux,
o mamão da Brasnica, para consumo in natura, é oferecido também por meio das
unidades da empresa localizadas no Rio de Janeiro, São Paulo, Brasília,
Uberlândia e Belo Horizonte. Ele acrescenta que cerca de 7% da produção é
destinada a indústrias de doces do Rio de Janeiro. “Os contratos com as
fábricas de doces garantem bom reforço à receita da Brasnica e têm foco na
qualidade do fruto destinado à transformação, enquanto o mercado para consumo
in natura faz questão da aparência do produto”, finaliza o executivo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário