O
que é infecção urinária? - Ela é caracterizada pela a presença de
micro-organismos na urina. O líquido que enche a bexiga é estéril - ou seja,
livre de bactérias. Mas, quando esses bichinhos se multiplicam ao redor da
uretra e conseguem se infiltrar no canal da urina até chegar à bexiga,
desencadeiam uma infecção. "Em 85 % dos casos, o problema é provocado pela
bactéria Escherichia coli, que integra a flora intestinal", ressalta
Fernando Almeida, professor de urologia da Universidade Federal de São Paulo. - Existem tipos diferentes? Sim. O mais comum é a infecção na bexiga, a
famosa cistite. Mas os micro-organismos também podem atacar os rins, o que é
chamado de pielonefrite. - Quais são os sintomas? "Os clássicos são dor e
ardor na hora de urinar", afirma Eduardo Zlotnik, ginecologista e obstetra
do Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo. Pode haver também um
aumento da frequência de idas ao banheiro, sensação de bexiga cheia,
sangramento ou um simples mal-estar acompanhado de febre. A doença é
transmissível? "Definitivamente, não", assegura Fernando Almeida. Mas
é mais comum que ela dê as caras depois de relações sexuais, porque o pH da
região fica alterado. Entre mulheres que variam muito de parceiro, a incidência
é comprovadamente maior. Por que esse tipo de infecção é mais frequente em
mulheres? Elas têm o canal da uretra mais curto e, por isso, é mais fácil as
bactérias chegarem aonde não devem. Além disso, elas costumam ter o péssimo
hábito de segurar a urina por mais tempo que os homens - um prato cheio para as
bactérias se proliferarem. Por que algumas pessoas têm o problema com mais
frequência? Isso envolve fatores hereditários e imunológicos. A atenção com a
higiene é essencial, mas a infecção pode aparecer mesmo em quem toma todo o
cuidado do mundo. Por que as grávidas ficam mais sujeitas a esse tipo de
infecção?
Estima-se
que de 15% a 20% das gestantes terão ao menos uma vez esse tipo de infecção.
Isso acontece porque, durante esse período, o aumento da circulação sanguínea
na região pélvica faz a umidade vaginal aumentar, facilitando a passagem das bactérias
do ânus para a uretra. Os homens estão livres da doença? Não
é bem assim. É verdade que esse é um problema tipicamente feminino, mas a
infecção também acomete a ala masculina. Ela é mais frequente em pessoas
idosas? Sim.
"A resistência diminui com a idade e, no caso das mulheres, há uma queda
de hormônios que deixam a região pélvica mais sensível", diz Eduardo
Zlotnik. Existe alguma forma de prevenir? Segundo Zlotnik, a recomendação é
beber muita água para que as idas ao banheiro não fiquem muito espaçadas.
"Assim você vai limpando o trato urinário", explica. Urinar depois
das relações sexuais e evitar banhos de imersão também ajudam.
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