Cepea,
3 – Mesmo com o aumento na captação por parte da indústria, o preço do leite
pago ao produtor seguiu em alta no mercado nacional pelo quinto mês
consecutivo, de acordo com levantamentos do Cepea (Centro de Estudos Avançados
em Economia Aplicada), da Esalq/USP. O valor médio líquido do leite em julho,
na “média Brasil” – ponderada pelo volume captado em junho nos estados de MG,
PR, RS, SC, SP, GO e BA –, foi de R$ 0,9760/litro (sem frete e impostos), alta
de 2,34% frente ao mês anterior, mas queda de 11,5% na comparação com junho/14,
em termos reais (deflacionados pelo IPCA de jun/15). O preço bruto (inclui
frete e impostos) foi de R$ 1,0641/litro, elevação de 2,19% em relação a junho,
porém com recuo 11% de em 12 meses, em termos reais. Segundo pesquisadores do
Cepea, a valorização nos últimos cinco meses tem sido contínua, porém a
percentuais mensais menores que em anos anteriores. Isso porque a demanda pelos
lácteos permanece pouco aquecida, dificultando a recuperação dos preços ao
produtor em um menor período de tempo, como ocorre normalmente. Com relação à
produção de leite, o Índice de Captação de Leite do Cepea (ICAP-L/Cepea) teve
alta de 4,28% de maio para junho e de expressivos 11,12% em relação a junho/14.
De acordo com colaboradores consultados pelo Cepea, o bom regime de chuvas nas
regiões Sul e Nordeste, atrelado ao período de safra sulista resultaram nesse
cenário. Em todos os estados da “média Brasil” houve aumento na captação,
com destaque para Bahia, Santa Catarina e Rio Grande do Sul que registraram os
maiores aumentos, de 9,63%, 9,57% e 9,39%, respectivamente. Na sequência vieram
Paraná (5%), São Paulo (2,54%), Minas Gerais (1,39%) e Goiás (0,36%). Para os
próximos meses, as expectativas ainda são de aumento na produção sulista, visto
que a safra na região está no início, além de haver previsões de que as
cotações dos concentrados se mantenham em queda. A captação em algumas praças
do Sul, no entanto, pode ser limitada devido ao excesso de chuvas. Por outro
lado, as precipitações de julho em alguns estados das regiões Centro-Oeste e Sudeste podem influenciar no aumento
da captação nessas localidades. Para agosto, segundo laticínios/cooperativas
consultados pelo Cepea as previsões quanto ao comportamento dos preços são
divergentes. Enquanto 28,6% (representam 34% do leite amostrado) acreditam em
alta, 39,3% (56% do leite amostrado) sinalizam estabilidade. Já 32,1% dos
pesquisados (9,9% da amostra) indicam desvalorização. No mercado de derivados,
houve queda nos preços médios do leite UHT em julho frente aos do mês anterior,
porém, a cotação da muçarela não acompanhou o mesmo movimento, como normalmente
ocorre. O leite UHT se desvalorizou 0,73%, a R$ 2,34/l em média, e a muçarela
teve alta de 3,3% (R$ 13,98/kg) – ambos negociados no atacado do estado de São
Paulo. De acordo com colaboradores, o ritmo fraco das vendas do UHT não
permitiu a continuidade dos aumentos verificados desde março/15, porém e a
baixa oferta pontual de muçarela valorizou este lácteo. Este levantamento de
preços de derivados do Cepea é realizado diariamente com laticínios e
atacadistas e tem o apoio financeiro da Organização das Cooperativas
Brasileiras (OCB) e da Confederação Brasileira de Cooperativas de Laticínios
(CBCL). - Secom
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