Um trabalho que busca o desenvolvimento psicossocial de adolescentes em
conflito com a lei é realizado pela Delegacia Especializada do Adolescente, de
Várzea Grande, desde outubro de 2014. O objetivo é ajudar os menores infratores
a retornarem ao convívio familiar e social, diminuindo assim a reincidência
infracional. O projeto de acolhimento psicossocial de menores infratores já
atendeu mais de 200 adolescentes apreendidos pela prática de atos infracionais
de crimes diversos, principalmente o homicídio, o latrocínio, o roubo, o furto
e o tráfico de drogas, delitos de maior incidência entre os jovens que passaram
pela Delegacia do Adolescente, entre outubro de 2014 a julho de 2015. Os
menores que chegam à Delegacia são encaminhados a equipe psicossocial, composta
por psicólogo e dois assistentes social, que além de conversarem com o menor,
também estendem o atendimento à família. "Todo adolescente que passa pela
Dea é acolhido por esse setor, que faz a identificação de onde vem, das
condições familiares, se usa drogas ilícitas e álcool", disse o delegado
Bruno Lima Barcellos. De acordo com o delegado, o relatório elaborado pela
equipe multidisciplinar fortalece as investigações dentro dos procedimentos
encaminhados ao Juizado da Infância e Juventude e ajuda o juiz na adoção de
medidas socioeducativas. "Facilita para o juiz a oportunidade dele
verificar a situação social e jurídica do adolescente. E com esse trabalho
queremos a médio e longo prazo reduzir a reincidência de menores e os atos
infracionais", explicou Bruno. O psicólogo da Dea-VG, Felipe Luiz
Resende Noga, disse que os adolescentes quando chegam na unidade estão bastante
agressivos e, na sua grande maioria, vem de famílias desestruturadas e de baixa
renda. "Fazemos o acolhimento desse menor e buscamos informações referente
sua família, situação escolar e uso de drogas para traçarmos um perfil e tentar
reinseri-lo na família, retorná-lo a escola no caso da evasão e tratamento
junto ao Centro de Apoio Psicossocial, para assim ajudar a diminuir na
reincidência infracional", explicou. Como exemplo de reincidência, o
psicólogo cita o caso de um adolescente, atualmente com 17 anos, que em menos
de três meses passou seis vezes pela Delegacia. Usuário de drogas, o garoto
cometia pequenos furtos para comprar entorpecentes e morava nas ruas de Várzea
Grande. Em sua última passagem pela unidade, a equipe conseguiu convencê-lo a
se submeter a tratamento em uma comunidade terapêutica. "Ele estava em uma
situação totalmente vulnerável, a família o tinha rejeitado e ele morava nas
ruas. Hoje é um caso de sucesso. O administrador da comunidade só tem
elogio", disse. As principais ocorrências registradas em 2015 envolvendo
menores como autores de delitos são de roubo (60), porte de drogas para consumo
(47), receptação (32), direção perigosa (29), furto (25), porte ilegal de armas
(19), homicídio (10). Ao todo, foram 302 ocorrências com adolescentes
infratores registradas em Várzea grande, no período de janeiro a junho de 2015.
- Secom
Nenhum comentário:
Postar um comentário