Foram
aplicadas multas que somaram mais de R$ 80 mil; 155 animais foram apreendidos.
Estão previstas mais operações em setembro e outubro. Fiscais da Secretaria de
Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) encerraram nesta
sexta-feira (21/8), no Triângulo Mineiro, a operação de combate ao tráfico de
animais silvestres principalmente na criação amadora de pássaros. A operação
iniciada no último domingo (16/8) prendeu 7pessoas e apreendeu 155 animais, 290
cartuchos de munição e algumas carcaças de animais. Foram aplicadas multas que
somam mais de R$ 80 mil.O tráfico de animais silvestres é um problema mundial.
Segundo dados da Organização das Nações Unidas (ONU), a prática é a terceira
atividade ilegal mais lucrativa do planeta. Os animais apreendidos pela
fiscalização serão soltos na natureza. Aqueles doentes ou que necessitem de
reabilitação para voltar ao seu habitat natural serão encaminhados para o
Centro de Triagem de Animais Silvestre (CETAS) em Belo Horizonte.A ação
aconteceu em cinco municípios: Uberlândia, Uberaba, Conceição de Alagoas, Campo
Florido e Pirajuba. A fiscalização foi feita em rodovias e nos criadouros
cadastrados pelo Ibama. Na operação foram verificadas origem e a idoneidade de
cada animal, informações como reprodução, quantidade de filhotes vivos ou
mortos e a comercialização.De acordo com o Diretor de fiscalização de Fauna e
Pesca da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sisema), Marcelo Coutinho,
esses dados apurados na operação são importantes. “Muitas vezes criadores
colocam anilhas de pássaros que já morreram em pássaros novos. Ou roubam ovos
de animais da fauna e falam que os cadastrados produziram”
ressalta. Marcelo Coutinho explica ainda que o Triângulo Mineiro faz
fronteiras com outros estados como São Paulo e Goiás, campeões no tráfico de
animais. Por isso, a região foi umas das primeiras a serem fiscalizadas, mas o
diretor enfatiza que todas serão monitoradas. Este ano estão previstas para
setembro e outubro mais operações para combater esse tipo de crime.A criação de
animal silvestre ou em extinção sem autorização é crime. Não é possível
legalizar animais comprados ilegalmente. E o cidadão que possui um animal nessa
situação precisa entrega-lo voluntariamente no Ibama. Quem se interessar em
adquirir um desses bichos, deve procurar criadouros cadastrados para realizar a
compra.Para ser um criador - O critério para ter um animal silvestre possuir o
Cadastro de Pessoas Físicas (CPF), pois o número é utilizado para emitir a nota
de compra com as informações do animal. E para identificar se o criadouro é
legalizado pelo Ibama, o comprador pode pedir um relatório de manejo para
saber quais animais podem ser comercializados pelo estabelecimento.Além disso,
para saber se o criadouro está em dia com o Ibama, o comprador pode pedir o
certificado de regularidade para o estabelecimento, que tem de ser renovado
trimestralmente. Os criadores cadastrados informam cada fase do animal para o
Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas) que funciona juntamente com o
Ibama. Neste relatório é preciso constar nascimento de filhotes, quantidade de
machos e fêmeas, animais que morreram ou que foram vendidos e transferidos para
outro dono.Animal de criadouro - De acordo com a bióloga Dênia Miranda,
funcionária de um criadouro de pássaros autorizado na Região Metropolitana de
BH, o animal silvestre comercializado legalmente precisa ter identificação em
seu corpo, como anilhas, no caso de pássaros, ou microchips, nos répteis.O
número de registro da espécie deve constar na nota fiscal, que apresentará os
dados relativos ao estabelecimento vendedor (como CNPJ) e ao comprador, além
dos nomes científico e popular do animal. “Alguns criadores podem fornecer um
certificado de propriedade, mas esse procedimento não é obrigatório”
enfatiza.Atualmente Minas Gerais possui 81 criadouros/estabelecimentos
comerciais sob a gestão do Instituto Estadual de Florestas (IEF). As atividades
de análise para autorização de processos referentes a empreendimentos
comerciais foram repassados para o estado desde 2013. Destes processos, 79
foram repassados pelo Ibama os demais são encaminhados de forma gradativa após
saneamento de pendências ao Estado.- Secom
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