Do total de meninas de Santa Catarina que deveriam
ter recebido a primeira dose da vacina contra o HPV (papilomavírus
humano), apenas 55% foram imunizadas, entre março e agosto deste ano. O volume
representa pouco mais da metade do resultado alcançado em 2014, quando a
cobertura vacinal da primeira dose alcançou 102%. E está bem abaixo da meta da
Secretaria de Estado da Saúde que é atingir, no mínimo, 80% do total de
146.961 meninas dessa faixa etária em Santa Catarina. A vacina é quadrivalente,
oferecendo proteção para os quatro tipos de câncer de colo de útero. Essa é a
terceira causa de morte por câncer entre as mulheres no país, atrás do câncer
de mama e de pulmão. Em Santa Catarina são 480 novos casos por ano e 160
óbitos. “Precisamos fazer com que essa vacina entre no calendário das famílias
para garantirmos a proteção das meninas catarinenses”, afirmou o secretário de
Estado da Saúde, João Paulo Kleinübing, em entrevista coletiva concedida nesta
terça-feira, 22. A estratégia lançada pela Secretaria de Estado da Saúde para
ampliar a cobertura da vacina contra o HPV é promover a articulação com a
Secretaria de Estado da Educação e com as Secretariais Municipais da Educação.
“Onde houver interesse, pretendemos realizar a vacinação nas escolas em
parceria com os municípios e com as instituições de ensino”, declarou
Kleinübing. Essa ação foi adotada em 2014 em todo o país e foi fundamental para
os resultados positivos apresentados em Santa Catarina. A vacina é oferecida
gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS) em todas as salas de vacina no
Estado. Site exclusivo - O lançamento de um hotsite (www.dive.sc.gov.br/hpv) também reforçará a disseminação
das informações sobre o vírus, as manifestações clínicas
relacionadas e a importância da vacinação. A ferramenta vai auxiliar no
controle das datas para aplicação das segunda e terceira doses. A
Secretaria de Estado da Saúde recomenda que pais e responsáveis orientem suas
filhas sobre a vacina, já que essa intensificação de rotina é muito importante
para elas fiquem protegidas na idade adulta. “Estudos internacionais comprovam
que 70% da população sexualmente ativa já entrou em contato com o HPV,
principal agente causador do câncer de colo de útero”, alerta o médico
infectologista Fábio Gaudenzi de Faria, superintendente de Vigilância em
Saúde. A transmissão do HPV ocorre por meio do contato direto com a pele ou
mucosa infectada, na maioria das vezes, por meio da relação sexual
desprotegida. No entanto, o vírus também pode ser transmitido através do
contato com mãos, objetos, toalhas e roupas contaminadas. Pessoas infectadas
podem não apresentar lesões visíveis e transmitir o HPV sem saber. Apesar da
alta incidência, o câncer de colo de útero pode ser prevenido por meio da
vacinação, do uso do preservativo nas relações sexuais e da realização do exame
preventivo (Papanicolau). O Ministério da Saúde recomenda que o exame
Papanicolau seja realizado regularmente a partir dos 25 anos de idade. Quem
deve receber a vacina - Devem ser vacinadas contra o HPV todas as
meninas entre 9 e 13 anos, conforme orientação do Ministério da Saúde. “Aquelas
que ainda não se vacinaram, devem procurar uma unidade de saúde e iniciar o
esquema de imunização. No total, três doses devem ser aplicadas: a segunda
acontece seis meses após a primeira; e a terceira, cinco anos depois da
segunda”, explicou a enfermeira Vanessa Vieira da Silva, gerente de Imunização
da Diretoria de Vigilância Epidemiológica (Dive). As meninas não necessitam de
autorização ou acompanhamento dos pais nas salas de vacina. Basta que
apresentem um documento de identificação ou a carteira de vacinação. - Secom
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