O
Dia Mundial de Combate a Hanseníase, celebrado no dia 27 de janeiro, foi
comemorado em Frutal com palestras para as agentes comunitárias de saúde que
atuam nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) do município. Na oportunidade, elas
puderam esclarecer dúvidas sobre a doença com a enfermeiras Patrícia Azevedo e
Gisele Cristina Mengatto. De acordo com as profissionais, a hanseníase é uma
doença infectocontagiosa, mas que atualmente tem cura em 100%. “O mais importante é o diagnóstico precoce.
Qualquer mancha que apareça no corpo deve ser examinada. Entretanto, para se
obter a cura é necessário seguir o tratamento corretamente”, explica enfermeira
Patrícia Azevedo. Patrícia conta que atualmente existem dois casos que estão em
tratamento em Frutal, mas o número varia, chegando às vezes a quatro pacientes.
Segundo ela, a UBS Dr. Sandoval Henrique de Sá é referencia no tratamento no
município. “Alguns pacientes já chegam à unidade com um quadro avançado, mas em
dois meses de tratamento apresentam melhoras significativas. Esse encontro é
muito importante, porque as agentes de saúde são os nossos olhos na comunidade,
porque elas que buscam os nossos pacientes, elas que fazem as visitas nos
domicílios e tem o contato direto com as pessoas”, destaca. A coordenadora
municipal de saúde, enfermeira Nice Helena Franco Botelho, relata que
hanseníase é uma doença marcada por grandes estigmas. Diante disso, foi feita
uma proposta pela Secretaria de Estado para chamar a atenção para doença, que
hoje é pouco diagnosticada. “O número de casos registrados é muito baixo, mas
isso não significa que não existe a doença, muitas das vezes não há a busca
ativa e também é de difícil diagnóstico”, afirma. Nice informa que hanseníase é
uma doença antiga e que no passado deixou várias pessoas com sequelas graves.
Após o diagnóstico realizado pela unidade de saúde, o tratamento é feito dentro
de 6 a 12 meses. “Pudemos estar colocando para nossos profissionais quais são
as formas da doença e qual o papel do agente comunitário no tratamento e
acompanhamento dos pacientes”, comenta. De acordo com a enfermeira Nice é
importante salientar que a pessoa atingida por hanseníase pode ter o convívio
normal na sociedade e com a família, não precisa separar copos e talheres, mas
a partir do momento que se faz o diagnostico, outras pessoas que tiveram
contato devem fazer exame para saber se estão com a doença. “A transmissão
acontece através do contato intimo e duradouro, mas também a pessoa precisa ter
predisposição à doença”, informa. Nice
conta que não existe uma vacina específica contra a doença, porém, a mesma
vacina que protege contra tuberculose oferece certa proteção contra a
hanseníase. Por isso é recomendado que se faça duas doses da vacina BCG para
dar maior segurança para os contatos de hanseníase. “Ao nascerem as crianças
tomam a vacina BCG que confere certa imunidade, por isso temos baixos casos
registrados em crianças. Mas é uma doença que não tem nenhuma preferência por
sexo, tanto homem como mulheres que tem predisposição imunológica de
adoecimento pelo contato intimo com quem é portador do bacilo da
hanseníase",reforça. A doença - A hanseníase é uma doença
infectocontagiosa causada por um bacilo que acomete a pele e os nervos. O tempo
de contágio e o aparecimento dos sintomas é longo, podendo variar de 2 a até
mais de 10 anos. A forma de contágio é de pessoa para pessoa, pelas vias aéreas
superiores (ao falar, tossir ou espirrar), por pessoas doentes que não estejam
em tratamento. Os sintomas são manchas brancas ou avermelhadas na pele, com
dormência, perda de pêlos, caroços pelo corpo, inchaço na face e orelhas.
Quando não diagnosticada e não tratada precocemente, evolui para incapacidades
físicas que geram processos de exclusão social. Atualmente, a doença tem cura,
com medicamentos gratuitos disponibilizados na rede do SUS, cujo tratamento
pode variar de seis meses a um ano, dependendo da quantidade de bacilos e
lesões. (SECOM)
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