Esta é a maior queda mensal desde fevereiro de 2012
e a maior para o mês de setembro desde 1994. O Índice de Preços dos Supermercados (IPS), calculado pela APAS/FIPE,
apresentou queda de 0,97% em setembro. De acordo com a Associação, esta é a
maior queda mensal desde fevereiro de 2012 (-1,11%) e é a maior queda para o
mês de setembro de toda a série histórica desde 1994. No acumulado de janeiro a
setembro, a alta foi de 8,29% e, em 12 meses, de 13,62%. Em comparação com
2015, a inflação em 12 meses (setembro de 2015) foi de 6,11%, o que demonstra
que entre 2015 e 2016 a inflação manteve sua trajetória de alta de maneira
persistente. Conforme comentou o gerente de Economia e Pesquisa da APAS,
Rodrigo Mariano, a queda nos
preços nos supermercados se deve à desaceleração nos preços dos produtos
industrializados e devido à queda no preço do feijão e do leite. Em setembro houve queda de 2,12% nos
itens que compõe o grupo Semielaborados (Carnes, Leite e Cereais), com
destaque para a redução do leite (-12,07%). A queda está diretamente
relacionada à retomada da recomposição dos estoques do produto, que em meses
anteriores haviam sido afetados por uma junção de fatores climáticos e
sazonais. No acumulado de janeiro a setembro, a alta nos preços do leite foi de
39,76% e, em 12 meses, de 34,63%. Em 12 meses, a alta nos preços dos
semielaborados foi de 15,56%, e, de janeiro a setembro, de 10,70%. Já os produtos industrializados tiveram alta de 0,22%. A desaceleração
em relação aos meses anteriores esteve relacionada, principalmente, à redução
nos preços de derivados do leite, que saiu de uma alta de 4,99% para 0,34% em
setembro. Esta desaceleração está relacionada à queda no preço do leite. Em 12
meses, a alta dos produtos industrializados foi de 15,16% e, no acumulado,
10,45%, patamares ainda altos e que pressionam os preços nos supermercados.
Conforme explicou o economista, as quedas nos preços estiveram presentes em
36,03% dos itens, de acordo com o índice de difusão (proporção das variações de
preços negativas), ficando abaixo da média para os últimos 24 meses, que é de
46,85%, o que reforça a disseminação da inflação sobre os diversos itens que
compõe o Índice de Preços dos Supermercados (IPS). Segundo Rodrigo, as perspectivas
são de queda nos preços para diversas categorias nos próximos meses “Há fatores
internos e externos que podem afetar os preços de outras categorias, mas até o
fim de 2016 deve haver uma desaceleração no indicador geral de preços, o que
tende a contribuir para que o IPS em 2016 fique em torno de 12%”, comenta.
OUTROS PRODUTOS - Produtos In Natura - queda
em setembro de 6,65%. O destaque são os tubérculos (-14,76%), diante da
retração nos preços da cebola (-3,48%) e da batata (-26,88%), redução relacionada
à maior disponibilidade do produto, diante da colheita de safra. Os preços dos
legumes tiveram queda de 12,64% impulsionados pelas quedas da cenoura (-5,36%)
e do pimentão (-18,58%). Em 12 meses, a alta nos Produtos In Natura foi de
8,75% e no acumulado de -1,79%. Bebidas alcoólicas - também apresentaram queda, com
variação de -0,16%, reflexo da retração no preço da cerveja (-0,48%). Em 12
meses a alta foi de 10,84% e no acumulado do ano, 5,03%. Bebidas não alcoólicas
- registram alta de 1,22%, diante
da alta do refrigerante (2,07%). Em 12 meses a alta nos preços foi de 10,53% e
no acumulado do ano 7,22%. Produtos de limpeza - ligeira retração de 0,06%, impactada
pela queda nos preços do sabão em pó, de 0,26%. Em 12 meses, a elevação nos
preços dos produtos de limpeza foi de 12,47% e, no acumulado do ano, 8,22%.
Artigos de higiene e beleza - alta
de 0,30%, impactados pelos preços do sabonete (alta de 0,33%). Em 12 meses, a
alta foi de 11,01% e, no acumulado, 5,59%. Ainda segundo Rodrigo, na avaliação
desde a criação do Plano Real, em 1994, o IPS/APAS apresenta variação acumulada
de 221,70%, o IPCA/IBGE tem alta de 452,97%, o IPC-FIPE tem aumento de 342,31%
e o IPA/FGV tem variação de 634,64%. Sobre a APAS – A Associação Paulista de Supermercados
representa o setor supermercadista no Estado de São Paulo e busca integrar toda
a cadeia de abastecimento. A entidade tem 1.328 associados, que somam mais de
2.830 lojas. – Secom
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