Por Cid Sanches, Consultor Externo da Associação
Internacional de Soja Responsável (RTRS) no Brasil. A tecnologia e a inovação
propiciam possibilidades de rastreabilidade na agropecuária, conexão entre
compradores, distribuidores e vendedores separados por grandes distâncias e que
agora podem realizar negócios devido às facilidades tecnológicas. A agricultura
de precisão, os softwares de gestão agropecuária e a logística integrada
melhoram a gestão dos negócios e trazem mais transparência à comercialização e
mais oportunidades a todos. As inovações chegam cada vez mais rápido em nossas
vidas e, no futuro, essa velocidade e o número de aplicações deve crescer ainda
mais. Porém, a sociedade ainda não se deu conta do poder que tudo isto pode
gerar para o consumidor final, que pode se organizar e cobrar aquilo que deseja
ter em seus produtos e serviços. Pois se há mercado para determinada demanda de
algum grupo de consumidores, haverá sempre quem queira fornecer para este
mercado: a velha lei da oferta e da procura. Mesmo que hoje tenhamos um código
de defesa do consumidor exigindo informações mais claras dos produtos e que as
empresas procurem fazer melhores embalagens e sites com informações detalhadas,
muitos consumidores não conseguem ter todas as informações que precisam e
alguns ainda não entendem as informações fornecidas pelas empresas. Portanto, é
necessário um processo de capacitação e educação do consumidor para entender
toda a informação contida nos produtos e assim poder fazer melhores escolhas,
selecionando e valorizando o que deseja. Assim, é necessário que a demanda dos
consumidores impulsione uma maior ligação entre os elos das cadeias de
suprimentos, auxiliando a criar sistemas agroalimentares conectados, com
transparência e responsabilidade. Os consumidores precisam entender, por
exemplo, o que significam os selos nas embalagens dos produtos que promovem as
plataformas transversais e os seus sistemas de certificação que buscam promover
a comercialização sustentável de produtos agrícolas dentro das cadeias
produtivas. São iniciativas como a Associação Internacional da Soja Responsável
(RTRS), o Forest Stewardship Council (FSC) para a madeira e seus derivados, o
Bonsucro para o açúcar e seus derivados, o Better Cotton Iniciative (BCI) para
o algodão, dentre outras iniciativas e certificações. Portanto, quando um
consumidor adquirir um produto e quiser saber sua procedência, como se a
produção foi feita de maneira responsável, livres de desmatamento ou de alguma
prática trabalhista irregular, por exemplo, uma das maneiras é procurando se o
produto é certificado, pois estas iniciativas garantem a produção responsável. Sobre
a RTRS - Fundada em 2006, a Associação Internacional de Soja Responsável (RTRS)
é uma iniciativa internacional pioneira formada pelos principais representantes
da cadeia de valor da soja, como produtores, indústria, comércio, finanças e a
sociedade civil. Os atores dessas diferentes áreas se reúnem em torno de um
objetivo comum, garantindo o diálogo e a tomada de decisão por consenso. A
missão da entidade é promover o uso e o crescimento da produção sustentável de
soja e, por meio do Padrão RTRS de Produção Responsável da Soja, aplicável
mundialmente, garantir uma produção ambientalmente correta, socialmente
adequada e economicamente viável. É hoje o sistema mais confiável e avançado do
mercado de soja brasileiro para alcançar a sustentabilidade. Atualmente a RTRS
conta com mais de 200 membros dos países do mundo inteiro. Os princípios e
critérios da RTRS são o único padrão multipartes que garante o Desmatamento
Zero na produção de soja responsável. www.responsiblesoy.org/pt. Conheça os mapas RTRS em Secomhttp://www.responsiblesoy.org/projects/rtrs-maps/?lang=pt.
– Secom
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