quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Ministro da Saúde apresentou oportunidades de investimentos em programas do governo federal, como a produção de medicamentos "Ninguém do governo defende qualquer aumento da carga tributária, ainda mais no momento atual de crise internacional", disse Padilha “O governo não vai permitir que outros países enviem lixo hospitalar ao Brasil”, em referencia aos lençóis provenientes dos EUA.
São Paulo, 24 de outubro de 2011 – O sistema público de saúde apresenta um grande mercado potencial para as empresas fabricantes de medicamentos e equipamentos hospitalares e todos os integrantes do setor de saúde suplementar. A afirmação foi feita hoje pelo ministro da Saúde, Alexandre Padilha, que participou de almoço-debate doLIDE - Grupo de Líderes Empresariais, presidido por João Doria Jr., no Hotel Grand Hyatt, em São Paulo. "O setor privado precisa perceber o potencial permanente de oportunidades que o setor público de saúde cria", disse. Como exemplo de oportunidade para o setor privado, Padilha citou o programa Farmácia Popular, que distribui gratuitamente medicamentos para pacientes com hipertensão e diabetes. Segundo o ministro, hoje o programa conta com 5 milhões de usuários. Entre as outras iniciativas do setor público que podem atrair investimentos do setor privado estão os produtos biotecnológicos, que hoje representam 1% em volume do total de compras do Ministério, mas cujo valor equivale a 34% do orçamento. O desenvolvimento de uma vacina contra a dengue e de produtos para o mercado de reabilitação física também foram citados por ele como oportunidades para o setor privado. Padilha lembrou que o setor de saúde movimenta 8,4% do PIB e emprega 12 milhões de pessoas. Padilha agradeceu a Joao Doria Jr. a oportunidade de debater com os empresários. "O SUS (Sistema Único de Saúde) não seria o que é hoje se não fossem as parcerias público-privadas (PPPs)", ressaltou. "Nós só vamos trazer de fato a agenda da saúde para a discussão do desenvolvimento econômico se desenvolvermos uma saúde forte, tanto pública quanto privada", observou. Sobre a CPMF Indagado sobre sua posição a respeito de um eventual retorno da CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira), Padilha afirmou que "ninguém do governo defende qualquer aumento da carga tributária, ainda mais no momento atual de crise internacional". Segundo ele, a questão foi colocada em debate pelo Congresso Nacional. "Em algum momento o Brasil e o Congresso terão que debater a questão de como financiar a saúde no País." O ministro ressaltou a importância da desoneração tributária do setor de saúde para atrair investimentos na produção de equipamentos e medicamentos no País. "Produzir no Brasil é fundamental para o sucesso dos programas de saúde", enfatizou. Em sua opinião, o "nó" da questão tributária está no ICMS. Sobre a corrupção, o ministro defendeu a "transparência total" nas ações do Ministério. Lixo Hospitalar  O ministro disse que o governo não vai permitir que outros países enviem lixo hospitalar ao Brasil, em referência à apreensão na alfândega de lençóis e outros tecidos sujos provenientes de hospitais dos Estados Unidos. Segundo Padilha, a prática é ilegal e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) teve uma postura correta ao detectar a importação desse material e informar à Polícia Federal. Ele, entretanto, ponderou que é preciso diferenciar o que é lixo hospitalar de outras situações que envolvem doação legal de materiais pelos hospitais. Segundo ele, a Anvisa está esclarecendo quais são as regras que caracterizam lixo hospitalar, para que as polícias proíbam a comercialização desses produtos. Clima empresarial  O índice LIDE-FGV de Clima Empresarial, mensurado durante o almoço-debate, ficou em 6,6%, ligeiramente maior que o do último levantamento (6,3%), realizado em setembro deste ano. De acordo com a pesquisa, 64% dos empresários entrevistados disseram que, em 2011, seus negócios serão melhores, se comparados a 2010. Outros 29% afirmaram que a situação permanecerá estável e 7% apostaram em piora. Sobre o LIDE Fundado em junho de 2003, o LIDE - Grupo de Líderes Empresariais possui oito anos de atuação, registrando crescimento de 700%. Atualmente são 826 empresas associadas (com os braços regionais), que representam 46% do PIB privado nacional. O objetivo do Grupo é difundir e fortalecer os princípios éticos de governança corporativa no Brasil, promover e incentivar as relações empresariais e sensibilizar o apoio privado para programas comunitários. Para isso, são realizados inúmeros eventos ao longo do ano, promovendo a integração entre empresas, organizações, entidades privadas e representantes do poder público, por meio de debates, seminários e fóruns de negócios. – Rose Rocha

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