Acordei neste domingo com uma notícia triste. Aos 57 anos, Socrates, meu ex-companheiro na seleção, com quem cheguei a jogar um pouco no Flamengo, faleceu. Magrão, como ele era conhecido, teve uma infecção e, por causa da fragilidade do organismo dele, nos deixou na madrugada. Já tinha ficado muito preocupado na noite de quinta quando recebi a ligação da esposa do Sócrates. Tínhamos combinado uma homenagem a ele no Jogo das Estrelas, dia 28, no Morumbi, e estava tentando falar com ele. Deixei uma mensagem no celular do Sócrates, mas quem me retornou foi sua esposa dizendo que ele tinha dado entrada há pouco e o estado era muito grave. As informações eram preocupantes, mas a gente sempre acredita na força de caras como o Sócrates. Dormi ainda confiante, acordei nese domingo com a certeza de que o destino nos levou o Sócrates no dia de uma grande decisão do futebol, esporte em que ele é um de seus mais importantes personagens. Sócrates era brasileiro desde o nome: Sócrates Brasileiro Sampaio de Souza Vieira de Oliveira. Jogando bola é difícil descrever tamanha classe, categoria e a inteligência extrapolou os campos de futebol. Além de médico, sempre foi engajado políticamente nas causas que acreditava. Era leal, obstinado, íntegro e sincero. Convivi bastante tempo com o Sócrates na seleção brasileira, juntos nas Copas de 1982 e 1986 com gols e muitas histórias. Mas, a convivência no período em que ele esteve no Rio jogando pelo Flamengo, em 1986, nos uniu ainda mais. Os filhos dele jogaram no Nova Geração, embrião do que é hoje o Centro de Futebol Zico. No Flamengo, atuamos pouco naquele ano difícil, mas amizade se consolidou ainda mais. Não há muito o que dizer nessas horas, apenas relembrar bons momentos e deixar meus sentimentos a todos os familiares do querido Magrão. Que ele descanse em paz! – Artur Antunes Coimbra
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