quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

CADE APROVA FUSÃO DE CITROSUCO E CITROVITA, MAS IMPÕE ACORDO.


Órgão determinou que empresas se comprometessem a preservar a capacidade de barganha dos produtores independentes.

O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou hoje, por unanimidade, a criação da maior empresa do mundo de suco de laranja, a partir da fusão da Citrosuco/Fischer e da Citrovita, do grupo Votorantim. Determinou, no entanto, que as companhias assinassem um Termo de Compromisso de Desempenho (TCD) visando preservar a capacidade de barganha dos produtores independentes, que se sentem prejudicados pela operação.  Nesse documento, as companhias deverão abrir informações aos produtores. Além disso, o Cade determinou o congelamento da expansão de pomares próprios das empresas a fim de reduzir seu poder de barganha sobre os citricultores. Por fim, as empresas terão de assinar contratos de longo prazo com produtores, que terão mais segurança em sua atividade. Cade julga fusão entre Citrovita e Citrosuco nesta quarta-feira. O relator do processo, Carlos Ragazzo, explicou que sua intenção foi a de preservar ao máximo os citricultores da fusão que cria a gigante. Ele admitiu, porém, que o acordo não sana todos os desequilíbrios existentes no mercado entre a indústria e os vendedores de laranja. Ragazzo salientou que, após a fusão anunciada em maio do ano passado, a maior concorrente do negócio, a Cutrale, perderia a liderança. Se aprovado, o negócio criará uma empresa com 45% do mercado produtor de suco de laranja no Brasil e superará a Cutrale, que detém 35%. Ele também salientou que no período de 2003 a 2009 houve retração de 8% do consumo de laranja. No mundo, a queda foi de 6% no mesmo período. Há expectativa de crescimento de mercado no Brasil, já que o consumo per capita é inferior ao de países como Estados Unidos e Canadá. Poder de barganha. A avaliação feita do poder de barganha gerado pelas empresas não permite dizer, de acordo com o relator, que a perspectiva é positiva para os próximos anos e, no caso da concorrência, não prevê o aumento de rivalidade no mercado. "A avaliação sobre a imposição de preços aos produtores é complexa, já que a argumentação é a de que os menores custos de produção passem para o preço final para o consumidor e se torne mais competitivo no mercado", considerou. "Mas a relação não é direta e pode ocasionar distorções de preços."

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