Com o objetivo de conhecer a produção de soja
sustentável no Brasil, a Associação Internacional de Soja Responsável (RTRS)
participou de uma viagem a campo organizada pela FAPCEN (Fundação de Apoio à
Pesquisa do Corredor de Exportação Norte) com
Jaco Scheurwater, um comprador holandês representante da trading Groan, e
representantes do Rabobank no Brasil. As visitas ocorreram em três fazendas
entre Piauí e Maranhão, estados em que a Groan compra, há dois anos, créditos
provenientes de produção de soja com certificação RTRS. Depois das visitas nas
fazendas Progresso (PI), Serra Vermelha (MA) e Sol Nascente (MA), o grupo –
composto por representantes da RTRS, FAPCEN e Jaco Scheurwater – conheceu o
Porto de Itaqui, em São Luís-MA. O local possui oito berços, sete em operação e
um novo píer petroleiro. As principais commodities exportadas pelo porto são
soja, ferro-gusa, cobre, manganês e milho. Também foram apresentadas as
operações do Terminal de Grãos do Maranhão (Tegram), composto por quatro
armazéns e capacidade de armazenar 500 mil toneladas de grãos e despachar uma
média de 2.500 tons/hora. Para finalizar as visitas, o grupo se reuniu com
representantes do Governo do Maranhão: o Secretário da Agricultura Márcio
Hondiser e o Secretário de Indústria e Comércio Simplício Araújo. O encontro
teve como objetivo apresentar o trabalho da RTRS no Brasil e no mundo, bem como
demonstrar o potencial produtivo da região, por meio do trabalho realizado pela
FAPCEN. “Temos uma excelente terra e a melhor logística do país. Estamos
buscando a segurança alimentar, além de trabalharmos para unir novamente o
agronegócio e o governo. Nosso intuito é criar um novo cenário em que o
empreendedor pode ter condições de investir no setor”, destaca Simplício. De
acordo com Jaco Scheurwater, os consumidores na Holanda estão solicitando o
incentivo à produção de alimentos sustentáveis, como a soja. “Nós compramos o
crédito de soja certificada para fomentar a produção sustentável no mundo e
para fazer uma parceria de confiança com nossos clientes. Fiquei impressionado
com as visitas nas fazendas. Conversei com produtores e pude perceber a
preocupação não apenas com a produção da soja, pois também é realizado um trabalho
social com os colaboradores e com a comunidade local. Além disso, ainda é
trabalhada a proteção ambiental da área. Isso me deixou surpreso e feliz”,
comenta. A Groan compra créditos da RTRS desde 2014. No ano passado, a
companhia comprou mais de 450 mil toneladas. “Conhecemos o trabalho da RTRS por
meio de um representante de uma trading na Alemanha. O crédito verde nos
concede um diferencial perante aos nossos concorrentes. Tenho ótimas histórias
para contar aos meus clientes e muitos têm a ideia de que a soja no Brasil é
plantada apenas no Mato Grosso. Agora puder comprovar que outros estados, como
Piauí e Maranhão, têm grande capacidade e potencial para a produção de soja
responsável. Acredito que a parceria com a RTRS só tende a crescer. Foi um imenso
prazer realizar todas essas visitas”, declara. O Consultor Externo da RTRS no
Brasil, Cid Sanches, diz que a viagem a campo foi
um marco para a Associação, uma vez que foi realizado o primeiro contato entre
comprador, produtor e banco, representado pelo Rabobank. “Eles puderam
conversar e entender o processo de trabalho e desafios que cada um enfrenta. O
Jaco percebeu que está fomentando a soja proveniente de uma região com muita
desigualdade social. E a produção responsável faz com que os produtores pensem
no entorno da propriedade e na comunidade local, minimizando os impactos.
Acredito que outros compradores europeus irão se interessar em conhecer a
produção brasileira e, em consequência, divulgar ainda mais o nosso trabalho”,
assegura. Segundo a Superintendente da FAPCEN, Gisela Introvini, as
propriedades associadas à Fundação somam 400 mil toneladas certificadas,
distribuídas em 140 mil hectares. “Nosso trabalho tem como objetivo implantar
tecnologias em busca de sustentabilidade na região Norte do país. Começamos a
trabalhar com a RTRS em 2011 e percorremos mais de 50 propriedades para
identificar quais poderiam entrar nos padrões de certificação. Desde então,
nosso foco é apresentar para o mundo o nosso potencial produtivo. A região
Norte é rica em recursos e logística, buscamos investidores que incentivem cada
vez mais o nosso crescimento”, avalia – Secom.
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