São
Paulo, 19 de novembro de 2014 – O longo período de
estiagem registrado este ano, que afetou severamente a produção da
cana-de-açúcar, contribuiu também para a piora na qualidade do ar no Estado de
São Paulo, que atingiu seu pior índice desde 2007, segundo dados recentemente
divulgados pela Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo). O grande
vilão que agravou ainda mais o quadro de poluição no Estado foi a emissão de
dióxido de carbono (CO2) e outras partículas por veículos automotores. Desde
que a Cide (Contribuições de Intervenção no Domínio Econômico) foi zerada no
preço da gasolina, em 2011, houve um aumento no consumo do combustível fóssil e
o etanol, uma fonte de energia mais limpa e renovável, perdeu competitividade e
a preferência dos consumidores na hora de abastecer. Produzido a partir de
fonte limpa e renovável, a cana-de-açúcar, as
vantagens ambientais do etanol sobre a gasolina com ganhos inclusive à saúde pública são amplamente reconhecidas como a
melhora na qualidade do ar, particularmente em regiões metropolitanas. Diversos estudos comprovam que o
etanol de cana reduz as emissões de gases causadores das mudanças climáticas em
até 90% quando comparado com a gasolina. Graças a
esse índice, o biocombustível brasileiro é o único etanol produzido em larga
escala do mundo considerado ‘avançado’ pela Environmental Protection Agency
(EPA), a Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos. Segundo o consultor
em Emissões e Tecnologia da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA),
Alfred Szwarc, de março de 2003, quando os veículos bicombustíveis foram
introduzidos no Brasil, até hoje, o uso do etanol nos veículos flex da frota
brasileira já evitou a emissão de aproximadamente 240 milhões de toneladas de
CO2, o que corresponde a três anos de emissão deste gás por um país do porte do
Chile. Trabalho desenvolvido por equipe de médicos e especialistas da
Universidade de São Paulo (USP), liderado pelo professor Paulo Saldiva,
concluiu que o uso do etanol combustível nas oito principais regiões
metropolitanas do Brasil tem sido responsável pela redução de quase 1.400
mortes e mais de 9.000 internações anuais ocasionadas por problemas
respiratórios e cardiovasculares associados somente ao uso de combustíveis
fósseis. Trata-se de uma economia de R$ 430 milhões por ano para o sistema de
saúde pública e privada – Ascom.
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