São
Paulo, 9 de outubro de 2014 – O
volume processado de cana-de-açúcar pelas unidades produtoras da região
Centro-Sul somou 28,82 milhões de toneladas na segunda quinzena de setembro de
2014. Esse volume, o menor registrado numa segunda quinzena de setembro das
últimas quatro safras, é 27,83% inferior aos 39,93 milhões de toneladas moídas
na quinzena anterior e representa um recuo de 15,40% sobre o valor observado no
mesmo período de 2013 (34,07 milhões de toneladas). No acumulado mensal, a
moagem caiu 10,9% em setembro comparativamente ao mesmo mês do último ano, para
um total de 68,76 milhões de toneladas processadas. “Essa redução na moagem
quinzenal é resultado das chuvas que atingiram importantes regiões canavieiras
ao final de setembro, prejudicando a operacionalização da colheita”, explicou o
diretor técnico da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA), Antonio de
Padua Rodrigues. De fato, as usinas paranaenses, por exemplo, registraram a
perda de aproximadamente sete dias de moagem na segunda metade do mês. Nos
Estados do Mato Grosso do Sul e São Paulo este índice atingiu em média 5,6 dias
e 5,1 dias perdidos, respectivamente. A menor oferta de matéria-prima para
processamento, resultante da intensa seca, também tem acelerado o término
antecipado da safra. Até o momento, dez usinas já encerraram a safra 2014/2015
na região Centro-Sul (uma empresa no Espírito Santo, duas em Minas Gerais e
sete unidades em São Paulo), enquanto apenas duas finalizaram suas operações em
igual período de 2013. Adicionalmente, uma usina iniciou a safra recentemente. A
produtividade agrícola diminuiu cerca de 9% nos canaviais colhidos na região
Centro-Sul em setembro comparativamente ao mesmo mês do último ano, segundo
dados preliminares do Centro de Tecnologia Canavieiro (CTC). No Estado de São
Paulo, esta quebra agrícola mensal supera 15%. No acumulado desde o início da
atual safra até 1º de outubro, o volume processado de cana-de-açúcar alcançou
441,54 milhões de toneladas, praticamente a mesma quantidade verificada em
igual data de 2013 (442,61 milhões de toneladas). Contudo, a produção acumulada
de açúcar diminuiu 1,05% neste período, somando 25,08 milhões de toneladas. Já
o volume fabricado de etanol aumentou 4,24%, para 19,68 bilhões de litros
(11,29 bilhões de litros de etanol hidratado e 8,39 bilhões de litros de etanol
anidro). “Estes valores confirmam a estimativa para a safra 2014/2015 divulgada
em agosto pela UNICA e mostram também a perspectiva de forte redução na
produção de açúcar para os próximos meses”, comentou o executivo. Os números
quinzenais reforçam maciçamente esta expectativa. Nos últimos 15 dias de
setembro, a proporção de matéria-prima direcionada à fabricação de açúcar
alcançou 39,19%. “Este percentual é o menor registrado para esta quinzena
dentre as últimas 10 safras”, destacou Rodrigues. De fato, o mix de 39,19% em prol da fabricação de
açúcar é muito inferior, por exemplo, aos 43,96% contabilizados na quinzena
anterior e aos 46,90% verificados na mesma data de 2013 – queda de quase oito
pontos percentuais. Com isso, a produção de açúcar somou apenas 1,64 milhão de
toneladas na última quinzena de setembro, contra 2,3 milhões de toneladas
observadas no mesmo período da safra 2013/2014 - queda de 28,84%. No
comparativo com o resultado dos primeiros 15 dias do mês (2,51 milhões de
toneladas) a retração é ainda mais expressiva, atingindo quase um milhão de
toneladas (34,59%). Já a produção de etanol totalizou 1,57 bilhão de litros na
última metade de setembro, frente a 1,6 bilhão de litros contabilizados na
mesma quinzena do ano passado. Deste volume, 635,06 milhões de litros
referem-se ao etanol anidro e 932,29 milhões de litros ao etanol hidratado
(alta de 4,68%, figurando novamente como o único produto dentre os derivados da
cana a apresentar uma maior produção quinzenal no comparativo com o resultado
da safra passada). Portanto, comparando-se os valores apurados nos últimos 15
dias de setembro em relação aos registrados no mesmo período de 2013, a
produção de açúcar apresentou a maior queda (28,84%). Por sua vez, neste mesmo
período a moagem e o volume produzido de etanol diminuíram em menor magnitude
(15,40% e 2,18%, respectivamente).
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