Cidades brasileiras que fazem fronteira com outros países
chamam a atenção das agências, das operadoras de turismo e dos viajantes como
opção acessível aos que desejam fugir do carimbado passeio de férias para a
praia. Entre os 588 municípios brasileiros espalhados por 15,7 mil quilômetros
de faixa de fronteira, as atrações incluem safáris, belezas naturais, cultura
e, claro, turismo de compras. Apenas no ano passado, na região do Pantanal, 210
mil turistas gastaram cerca de R$ 36 milhões no comércio fronteiriço com a Bolívia,
localizado a menos de seis quilômetros do centro do município de Corumbá (MS).
A circulação de turistas dentro do próprio continente, passando por destinos
que integram mais de um país, é uma tendência mundial, segundo Nilde Brun,
presidente da Fundação de Turismo de Mato Grosso do Sul. Entre os dias 21 e 23
de outubro a cidade de Corumbá (MS) sediará o II Encontro de Turismo de
Fronteira – Brasil/Bolívia, evento que abordará os desafios e as oportunidades
para o fortalecimento de roteiros no Pantanal. O Ministério do Turismo debate
políticas de estímulo ao turismo de fronteira por meio do Programa de Turismo
de Fronteiras (Frontur), que envolve também representantes da Polícia Federal,
Receita e Academia. Entre as iniciativas do programa destaca-se o auxílio na
preparação para grandes eventos, tais como a Copa do Mundo e as Olimpíadas, em
2016. Além de fazer compras de produtos importados e artesanato andino
nas lojas e shoppings da Fronteira Binacional, o turista que vai a Corumbá pode
contratar safáris para observação de animais nativos como, jacarés, sucuris e
capivaras, entre outros. Há, também, a possibilidade de observar a habilidade
dos pantaneiros na condução do gado, nas fazendas da região. A cidade de
Corumbá tem ainda igrejas centenárias e antigos fortes com canhões erguidos em
posição de defesa da nação brasileira quando em guerra com espanhóis e
paraguaios. Na Tríplice Fronteira, em Foz do Iguaçu, turistas têm a
oportunidade de conhecer a diversidade cultural de Brasil, Argentina e Paraguai,
em um raio de 150 quilômetros. As belezas naturais e opções de compras são os
principais atrativos. Na região, é possível visitar as Cataratas do Iguaçu e a
Hidrelétrica de Itaipu. Já o Marco das Três Fronteiras é parada obrigatória
para quem vai à região. A chegada de turistas estrangeiros na região
cresceu 10% em comparação ao ano passado, segundo o diretor de operações de uma
agência que comercializa roteiros na Tríplice Fronteira, Pedro Falcon. Um dos
motivos, afirma, é o aumento de voos internacionais para o Paraguai. “Visitantes
de várias partes e, principalmente dos Estados Unidos, que chegam pelo Paraguai
esticam o passeio para o Brasil. É uma relação mutuamente benéfica entre os
dois países”, diz. Falcon defende que a evolução do turismo de fronteira passa,
necessariamente, pelo desenvolvimento de políticas unificadas entre os países
envolvidos – Ascom.
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