Novo
presidente da Embratur, Vinicius Lummertz, defende o desenvolvimento de uma
cultura a favor dos negócios que transforme o país em um “terreno prático, moderno
e leve” para investidores. Vanessa Sampaio - Ampliar a segurança jurídica,
simplificar os processos, investir em inovação e incorporar novas tecnologias
estão entre os principais desafios para qualificar a hotelaria no país, de
acordo com o recém-nomeado presidente da Embratur, Vinicius Lummertz, em
palestra para representantes do setor hoteleiro catarinense na tarde desta
quinta-feira (28), em Florianópolis (SC). Ele participou do ciclo de palestras
do 29º Encatho&Exprotel, encontro estadual de representantes de hotelaria,
que termina nesta sexta-feira (29). De acordo com Lummertz, o segmento de
hospedagem do Brasil ocupa a 47ª posição no ranking mundial de competitividade
em turismo, o tempo necessário para conseguir permissão para construção no país,
por exemplo, é um dos mais lentos do mundo – o Brasil é o 137º colocado, em uma
lista de 141 países. “São circunstâncias que não condizem com a nossa meta e o
padrão de excelência que perseguimos”, disse Lummertz. Segundo ele, não há
indústria competitiva sem um ambiente de negócios favorável.Uma nova prioridade
do Ministério do Turismo é a criação de zonas especiais de interesse turístico,
grandes áreas que poderão receber investimentos associados a medidas de
proteção ambiental em regiões hoje consideradas impróprias para se
construir. “Um novo marco regulatório
está em discussão pelo ministério; se aprovado, a maneira de incorporar
infraestrutura no país vai se transformar totalmente”, disse.Além disso, uma
medida adotada na última semana pelo Ministério do Turismo alterou as regras do
Fundo Geral de Turismo, o Fungetur, criado e mantido pela Pasta, no sentido de
facilitar o acesso ao crédito de R$ 170 milhões. Os encargos financeiros foram
reduzidos; o teto para financiamento, eliminado; e os investimentos
financiáveis, ampliados. “É possível induzir a modernização do setor e
estabelecer uma parceria para que a iniciativa privada empreenda mais”, disse
Lummertz, ao mencionar o desafio de simplificar exigências tributárias e
trabalhistas para atrair mais investidores internacionais.Lummertz destacou,
ainda, que apesar do cenário de ajustes econômicos, o turismo brasileiro deve
ganhar com os seis feriados nacionais que geram 20 dias extras para o
calendário nacional de viagens. O impacto das viagens extras na economia deve
chegar em R$ 18,6 bilhões, de acordo com projeção do Ministério do Turismo. Além
disso, com a valorização do dólar, os destinos nacionais ganham
competitividade, um fator importante para diminuir o desequilíbrio entre os
gastos no país e no exterior. Outro elemento importante de estímulo ao
desenvolvimento do setor hoteleiro é a tecnologia. Para Vinicius Lummertz,
inovar, hoje, é melhorar a comunicação com o turista, conhecendo melhor os
diferentes perfis de viajantes e modernizando as relações entre empresas e
hóspedes. “Não há nada mais definitivo que a revolução da tecnologia. E ela
chegou ao turismo, aos hotéis, às pousadas e aos resorts. Faz parte da nova
inteligência estratégica de mercado criar ferramentas digitais interativas que aproximem
o turista do destino e do produto que ele procura”, afirmou. Hotelaria em alta
- Um levantamento da consultoria BSH International, especialista em
investimentos hoteleiros no Brasil, mostra que o setor prevê investir R$ 2,3
bilhões ao longo de 2015. A expectativa é que sejam abertos 54 novos hotéis até
o final do ano, o que significa 8,9 mil novas unidades habitacionais para o
parque hoteleiro. As inaugurações devem gerar cerca de 5,2 mil empregos, de
acordo com a consultoria.Conforme estudo de caracterização das viagens internas
no Brasil, do Ministério do Turismo, a hospedagem corresponde a cerca de 13% do
gasto médio em viagens de brasileiros. Os serviços hoteleiros estão entre os
mais bem avaliados pelos turistas nacionais que fazem viagens internas: 93,7%
estão satisfeitos com a qualidade dos hotéis, pousadas e resorts. Para os
estrangeiros, a aprovação chega a 93,5% para a infraestrutura de alojamentos e
97,6% para a hospitalidade.
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