NÃO ADIANTA VENDER “O BRASIL", PRECISAMOS
VENDER “DO BRASIL”
A
agricultura no mundo representa apenas 3% do total do Produto Interno Bruto
(PIB) de todas as nações. Porém, significa mais de 30% de todos os empregos. Em
muitos países africanos, como o Quênia, quase 58% dos empregos são no setor da
agricultura; países asiáticos, como Índia, 44%. No Brasil, cerca de 10% dos
empregos são no agro, e nos países mais avançados o percentual pode ficar
abaixo de 4%. Dessa forma, o que vamos assistir nos próximos dez anos no Brasil
será cada vez mais tecnologias, mecanização de agricultura de precisão e a
transformação de uma mão de obra de ‘mão na massa’ por cérebro nos robôs. Por
isso, é fundamental para o planejamento brasileiro da economia passarmos a
compreender imediatamente o significado do conceito deAgribusiness.
O campo continuará sendo fundamental, pois ali ocorre a originação. Porém, os
empregos, o empreendedorismo, o cooperativismo, o comércio e os serviços serão
crescentes em tudo o que ocorre antes das safras e da criação dos animais terem
início. Ciência e tecnologia, e continua na agregação de valor agroindustrial,
comercial, terceirização de serviços, sistemas financeiros e seguros. Inclusive
iremos assistir empresas especializadas em produzir e administrar propriedades
rurais para investidores ou herdeiros que possuam terras, mas que não desejam
gerenciar. Dessa forma, se a agricultura significa 3% do PIB global e
gera 30% dos empregos globais, o agronegócio como um todo significa 20% do PIB
do mundo, e continuará absorvendo empregos, mantendo cerca de 35% de empregados
no sistema direto das cadeias produtivas, e impactando outros 35% ao seu redor.
Só para exemplificar, a grande indústria do turismo mundial significa uma
enorme conta para o agronegócio por meio de suas gastronomias, bebidas,
especialidades e especiarias, pois além de visitar museus e observar belas
vistas da natureza, o que mais se faz numa viagem turística é comer e beber.
A economia passará a determinar o sucesso dos governos, não importa mais se de
esquerda, centro ou direita. Dessa forma, chegamos a uma nova supersafra
no Brasil de 240 milhões de toneladas de grãos, mas já produzimos mais de um
bilhão de toneladas quando somamos diversos itens. Para a economia
crescer, não bastará a produção agropecuária sozinha, precisaremos de uma política
agroindustrial, comercial e de agressividade para conquistas de mercados
internacionais em todas as cadeias produtivas. Hora de um plano estratégico
nacional do brasileiro. Sem isso, não adianta vender o Brasil… precisamos
vender do Brasil.
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