Após
ter elaborado um plano de sucesso, o estado de São Paulo está equacionando em
curto prazo a questão do uso do fogo controlado para a colheita de
cana-de-açúcar, conforme estabelecido em 2007 pelo Protocolo Agroambiental. O
acordo de adesão voluntária entre governo, usinas e fornecedores de
cana-de-açúcar visou organizar a atividade agrícola e industrial para promover
a adequação ambiental, salientou o assessor jurídico da União da Indústria de
Cana-de-Açúcar (UNICA), Francesco Giannetti, em evento realizado pela Sociedade
Rural Brasileira (SRB) na segunda-feira (13/05). De acordo com dados do
Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), em 2007, ano em que o acordo
foi firmado, apenas 47% da cana era colhida sem o uso do fogo no estado de São
Paulo. Em 2012, esse número passou para 73%, e a expectativa do Instituto é que
em 2013 chegue a 81% e em 2014 a 90%. “Há um grande esforço das indústrias
paulistas, como demonstram os dados colhidos via satélite pelo INPE, para
cumprir já em 2014 a meta do Protocolo Agroambiental, que prevê a colheita sem
uso prévio do fogo em todas as áreas mecanizáveis do estado por elas
exploradas,” afirma Giannetti. O evento, realizado na sede da SRB, debateu “A
proibição imediata da queima da palha da cana-de-açúcar no Brasil”. Com
abertura do diretor do Departamento Jurídico da SRB, Francisco de Godoy Bueno,
o tema foi abordado por Giannetti, pela diretora vice-presidenta da Organização
de Plantadores de Cana da Região Centro-Sul do Brasil (ORPLANA) Christina
Pacheco e pela advogada Angela Motta Pacheco, especialista nas áreas tributária
e ambiental com larga experiência no setor sucroenergético. Integrantes do
Departamento Jurídico da SRB moderaram a discussão. Na safra 2006/2007, as 164
unidades agroindustriais e 29 associações de fornecedores de cana-de-açúcar
signatárias do Protocolo Agroambiental declararam 753 colhedoras de cana
operando em território paulista. Na safra 2012/2013, este número atingiu 2.740
unidades, aumento que corresponde a um investimento estimado de mais de R$ 2
bilhões apenas em aquisição de máquinas. A UNICA e a ORPLANA participaram da
organização do evento como parceiras da SRB. O objetivo comum das entidades foi
aprofundar o entendimento sobre o tema, uma vez que é de interesse público e
está tramitando no Supremo Tribunal Federal (STF). “É fundamental mostrar aos
representantes do setor agropecuário e produtores rurais a importância de
apresentar informações claras e objetivas ao Poder Judiciário, de forma a
melhor aplicar o direito ao caso concreto,” explica Giannetti. Audiência
pública - No dia 22/04, foi realizada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), em
Brasília, uma audiência pública, convocada e presidida pelo Ministro Luiz Fux,
em que representantes de órgãos ambientais, academia, fornecedores de cana e
indústrias de açúcar e etanol mostraram o andamento da prática agrícola de
despalha da cana por meio do uso do fogo e das normas e resultados das políticas
adotadas por cada estado. Para Giannetti, esse cenário indica um amadurecimento
do setor, que se prontificou a mostrar os desafios enfrentados para extinguir a
prática do uso do fogo através de uma estratégia que tem trazido bons
resultados. - Unica
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