O
papel que o Brasil desempenha no combate ao desmatamento e redução das emissões
de gases efeito fazem do país referência mundial no setor ambiental. A
afirmação foi feita pela presidenta Dilma Rousseff, na manhã desta quarta-feira
(05/06) na abertura do Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas (FBMC), em
Brasília. Durante o encontro, que marca as atividades do Dia Mundial do Meio
Ambiente, a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, anunciou os dados
consolidados do desmatamento de 2012, os planos setoriais de mitigação das
mudanças no clima e os resultados do Projeto TerraClass. “Todos esses
resultados apresentados hoje mostram como estamos evoluindo no setor da
economia de baixo carbono e faz com que as políticas públicas fortaleçam as
ações de combate e monitoramento do desmatamento e das emissões de gases
poluentes”, afirmou a presidenta. Ela ressaltou, ainda, que o Brasil está nos
padrões dos países desenvolvidos, com uma matriz energética cada vez mais
limpa, florestas protegidas, além do uso sustentável da água e dos recursos
naturais. “Assim como vemos em outras nações, é possível conservar, produzir e
gerar oportunidades de emprego e renda”, acrescentou. RESULTADOS - A ministra
destacou a queda de 84% na taxa de desflorestamento medida em 2012, comparada a
2004, na Amazônia Legal pelo Projeto PRODES de Monitoramento da Floresta
Amazônica Brasileira por Satélite. “Em 2012 o resultado foi de 4.571 km2, o que
equivale à menor taxa de desmatamento registrada na Amazônia Legal desde que a
sistemática foi implementada pelo Inpe [Instituto Nacional de Pesquisas
Espaciais] em 1988”, salientou. Izabella assegurou que, além da queda, o país
já conseguiu atingir 76% da meta voluntária de redução do desmatamento prevista
para 2020. Os principais resultados do
Projeto TerraClass, que mapeia o uso e cobertura da terra nas áreas
desflorestadas da Amazônia Legal, também foram apresentados. “Verificamos que a
vegetação secundária (áreas com floresta em crescimento) cresceu 22% comparando
os dados de 2010 com 2008”, revelou a ministra. As pastagens (pasto com solo
exposto, pasto limpo, pasto sujo e regeneração com pasto) e vegetação
secundária avançam ocupando cada vez mais áreas recentemente desflorestadas.
“Isso mostra que é possível produzir de forma sustentável com a preservação do
meio ambiente e que, por meio de práticas agrícolas sustentáveis, é possível
atingir resultados tangíveis dessa positiva relação da agricultura com o meio
ambiente”, completou. Os setores da indústria, mineração, transportes/mobilidade
urbana e saúde também apresentaram seus respectivos Planos Setoriais de
Mitigação de Mudanças Climáticas. “Os planos foram construídos com grande
pactuação entre os setores envolvidos, governo e sociedade e com posicionamento
de todos os interessados no tema”, ressaltou Izabella. A partir dessa primeira
discussão dos planos, será possível estabelecer uma agenda de acompanhamento,
por meio de grupos de trabalho. “A ideia do governo é alcançar a maior
convergência possível de modo que todos os setores saiam satisfeitos com as
propostas”, explicou. SETORES - Os planos setoriais de mitigação das mudanças
no clima foram elaborados entre junho de 2011 e abril de 2012, com a
participação de representantes dos setores produtivos e da sociedade civil,
indicados pelo FBMC e entidades convidadas pelas coordenações setoriais. O
plano da indústria é voltado para os setores da indústria de transformação,
bens de consumo duráveis, química fina, base, papel e celulose, construção
civil. Na primeira fase, serão trabalhadas as indústrias de alumínio, cimento,
papel e celulose e química. Na segunda, serão contempladas as indústrias de
ferro e aço, cal e vidro, com a incorporação progressiva de todos os demais
setores até 2020. O Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio
Exterior é responsável pela sua execução. O setor de saúde é voltado para os
serviços de saúde, com foco nas ações voltadas ao fortalecimento da capacidade
de resposta dos serviços de saúde frente aos impactos da mudança do clima e
será trabalhado pelo Ministério da Saúde. Já o setor da mineração abrange as
atividades de lavra, beneficiamento físico, pelotização e transporte interno e
será acompanhado pelo Ministério de Minas e Energia. O de transporte e
mobilidade urbana abordará os sistemas modais de transporte interestadual de
cargas e passageiros e transporte público urbano (o que inclui o transporte de
cargas e transporte público de passageiros) e será monitorado pelo Ministérios
dos Transportes e das Cidades. O Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas (FBMC)
foi criado pelo Decreto nº 3.515, de 20 de junho de 2000, e tem por objetivo
conscientizar e mobilizar a sociedade para a discussão e tomada de posição
sobre os problemas decorrentes da mudança do clima por gases do efeito estufa.
A Lei da Política Nacional sobre Mudança do Clima (PNMC) determina que o FBMC
acompanhe a implantação das ações de redução de gases de efeito estufa
estimadas para o Brasil, bem como desempenhe papel central no processo de
revisão do Plano Nacional sobre Mudança do Clima e seus planos setoriais. O
colegiado é presidido pela presidenta Dilma Rousseff e tem como
secretário-executivo Luiz Pinguelli Rosa. - Ascom
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