sexta-feira, 25 de julho de 2014

PRODUTORES DE CANA PEDEM SOCORRO

Produtores de cana-de-açúcar da região de Piracicaba devem encaminhar, nas próximas semanas, pedido de auxílio ao Governo Federal. O intuito é que a União possa fornecer ajuda de custo aos pequenos canavieiros paulistas, com um valor que possa ressarcir os custos da safra, já que hoje, além dos baixos preços praticados no mercado, há ainda uma quebra de produção. A medida surge como uma alternativa para amenizar as crises pelas quais o setor vem passando e substitui a proposta de boicote no fornecimento de etanol à Petrobras, que havia sido sugerida pela categoria no início do mês. A intenção de paralisar a entrega do biocombustível à estatal dependia do apoio do setor industrial, que acabou não aderindo à proposta por ter compromissos contratuais prévios e que prevêem a garantia de entrega do produto às distribuidoras. O produtor e presidente da Coplacana (Cooperativa dos Plantadores de Cana do Estado de São Paulo), Arnaldo Bortoleto, afirmou que o pedido de apoio ao Governo é uma das últimas alternativas encontradas pela categoria, que já enfrenta problemas para manter a produção há pelo menos três anos. “Como as indústrias têm contratos que prevêem a garantia de entrega do etanol, um movimento de paralisação precisaria ocorrer na safra, o que é inviável neste momento, já que todo o Centro-Sul está em colheita e para ocorrer algo do tipo, precisaríamos estar no início da safra. Como o boicote não é mais uma possibilidade, resta aos produtores levar a nossa situação ao Governo e pedir que haja um apoio, uma ajuda de custo aos pequenos produtores.” O apoio seria uma espécie de ressarcimento aos produtores, com aporte entre R$ 10 e R$ 12 por tonelada de cana-de-açúcar colhida, valor que ainda está sendo levantada pela categoria. A medida seria estendida a todo pequeno canavieiro paulista — aqueles que produzem até 10 mil toneladas de cana por safra. Segundo Bortoleto, auxílios como o solicitado pelos produtores locais já foram concedidos a canavieiros do nordeste por duas safras. Na ocasião, além dos pequenos produtores de cana, indústrias produtoras de etanol daquela região também tiveram apoio nesse sentido. “Vamos apurar o que está sendo perdido nesta safra e levar o pedido à União.” Conforme os produtores, há mais de três anos os preços no setor estão estagnados, o que vem provocando inúmeros problemas para o setor. Enquanto os canavieiros deveriam receber entre R$ 75 e R$ 80 por tonelada de cana colhida, o preço praticado hoje gira em torno de R$ 63, o que prejudica o setor e inviabiliza novos investimentos – Ascom.

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