Produtores de cana-de-açúcar da região de
Piracicaba devem encaminhar, nas próximas semanas, pedido de auxílio
ao Governo Federal. O intuito é que a União possa fornecer ajuda de
custo aos pequenos canavieiros paulistas, com um valor que possa
ressarcir os custos da safra, já que hoje, além dos baixos preços
praticados no mercado, há ainda uma quebra de produção. A medida surge como
uma alternativa para amenizar as crises pelas quais o setor vem
passando e substitui a proposta de boicote no fornecimento de
etanol à Petrobras, que havia sido sugerida pela categoria no
início do mês. A intenção de paralisar a entrega do biocombustível à
estatal dependia do apoio do setor industrial, que acabou não
aderindo à proposta por ter compromissos contratuais prévios e
que prevêem a garantia de entrega do produto às distribuidoras.
O produtor e presidente da Coplacana
(Cooperativa dos Plantadores de Cana do Estado de São Paulo), Arnaldo
Bortoleto, afirmou que o pedido de apoio ao Governo é uma das
últimas alternativas encontradas pela categoria, que já enfrenta
problemas para manter a produção há pelo menos três anos.
“Como as indústrias têm contratos que prevêem a garantia de entrega
do etanol, um movimento de paralisação precisaria ocorrer na
safra, o que é inviável neste momento, já que todo o Centro-Sul está
em colheita e para ocorrer algo do tipo, precisaríamos estar no
início da safra. Como o boicote não é mais uma possibilidade,
resta aos produtores levar a nossa situação ao Governo e pedir que
haja um apoio, uma ajuda de custo aos pequenos produtores.”
O apoio seria uma espécie de ressarcimento
aos produtores, com aporte entre R$ 10 e R$ 12 por tonelada de
cana-de-açúcar colhida, valor que ainda está sendo levantada pela
categoria. A medida seria estendida a todo pequeno canavieiro
paulista — aqueles que produzem até 10 mil toneladas de cana por
safra. Segundo Bortoleto,
auxílios como o solicitado pelos produtores locais já foram
concedidos a canavieiros do nordeste por duas safras. Na
ocasião, além dos pequenos produtores de cana, indústrias
produtoras de etanol daquela região também tiveram apoio nesse sentido.
“Vamos apurar o que está sendo perdido
nesta safra e levar o pedido à União.” Conforme os produtores, há mais de três anos os
preços no setor estão estagnados, o que vem provocando inúmeros
problemas para o setor. Enquanto os canavieiros deveriam receber entre
R$ 75 e R$ 80 por tonelada de cana colhida, o preço praticado hoje
gira em torno de R$ 63, o que prejudica o setor e inviabiliza novos
investimentos – Ascom.
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