sábado, 17 de agosto de 2013

EPAMIG CELEBRA 39 ANOS

Em comemoração aos 39 anos, pesquisadores elegem sete pesquisas de maior impacto para a sociedade.

Belo Horizonte (05.08.2013) – Sete pesquisas de grande impacto à sociedade em 39 anos de existência da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (EPAMIG). Essa seleção foi o desafio proposto aos pesquisadores da empresa. Por meio de votação, cada uma das sete unidades elegeu o seu destaque. “Queremos mostrar a sociedade que os pesquisadores da EPAMIG se dedicam há mais de três décadas a melhorar a qualidade de vida dos cidadãos e também a renda do produtor rural. O conhecimento está disponível e queremos intensificar a difusão dessas tecnologias”, explica Marcelo Lana, presidente da EPAMIG.  Pesquisa para a sociedade - 1. Café resistente à ferrugem e com alta produtividade – Quando o pesquisador Antonio Alves Pereira começou seus estudos sobre o café na década de 70, as lavouras de Minas estavam assoladas pela ferrugem, uma doença que pode reduzir a produção à metade. Pesquisadores da Universidade Federal de Lavras e da hoje EPAMIG se uniram e conseguiram desenvolver uma cultivar resistente à ferrugem. Atualmente já são 12 variedades livres dessa e outras doenças e com altíssima produtividade. Se na década de 70 a média de produção era de 11 sacas de café por hectare, hoje são 22 sacas por hectare. Uma diferença significativa na renda do produtor rural. Mini currículo - Antônio Alves Pereira é pesquisador da EPAMIG Zona da Mata. Engenheiro agrônomo, doutor em fitopatologia pela Universidade Federal de Viçosa, coordenou a implantação do Banco Ativo de Germoplasma de Café na Fazenda Experimental da EPAMIG no município de Patrocínio a 400 km da capital, um dos projetos de maior relevância para a cafeicultura nacional. 2. Qualidade do café - A pesquisa de Sara Maria Chalfoun desenvolveu um agente bioprotetor apelidado de “fungo do bem", que resulta para o consumidor um café de mais qualidade. O produtor que adotar essa tecnologia terá no mínimo 30% de valorização da sua safra anual. A técnica consiste em usar o fungo do bem para eliminar outros que causam mofo nos grãos de café, principalmente em lavouras próximas a represas onde o grão é mais afetado pela umidade.  Segundo a pesquisadora “o agente bioprotetor influencia no sabor, odor e cor”.  A tecnologia também assegura que pelo menos um terço dos frutos presentes nos cafeeiros e que secam na planta antes da colheita não sejam comprometidos pelos fungos prejudiciais.  Essa pesquisa é uma parceria da EPAMIG e Universidade Federal de Lavras, com o financiamento da Fapemig, desde 2004. Mini currículo - Sara Maria Chalfoun é Doutora em Agronomia, com trabalhos nas áreas de fitossanidade, microbiologia e gestão de qualidade na produção. Dedica-se à pesquisa há 40 anos e desde 1973 atua na EPAMIG Sul de Minas. Entre os temas de estudo estão os benefícios do café para saúde, a busca por uma produção de maior qualidade, o controle de pragas, a adoção de boas práticas agrícolas na cafeicultura e recentemente desenvolvimento de bioprodutos (produtos a partir de microorganismos) para a cadeia produtiva do café. 3. Soja – A pesquisadora Maria Eugênia Lisei de Sá desenvolveu uma variedade de soja que mantém a qualidade nutricional, mas é muito mais saborosa. Os estudos já comprovavam que a soja é um alimento com o dobro de proteínas do feijão, entretanto o sabor do grão era apontado como um dos motivos para o pouco consumo. Como solução para esse impasse, foram lançadas as variedades BRSMG 790A (soja amarela – usada no preparo de saladas, sucos e queijos) e BRSMG 800A (soja marrom- que pode substituir o feijão ou ser misturada a ele em preparo de pratos como a ‘sojoada’ e a ‘soja tropeira’). O projeto “Melhoramento Genético da Soja para a Alimentação Humana em Minas Gerais” é uma parceria da EPAMIG, Embrapa e Fundação Triângulo. Mini currículo - Maria Eugênia Lisei de Sá é pesquisadora da EPAMIG Triângulo e Alto Paranaíba. Bióloga, doutorada em Genética e Bioquímica, atualmente cedida à Embrapa atua em pesquisas sobre melhoramento genético, genética molecular e análises físico-químicas de soja, algodão e macaúba. 4. Leite – A pesquisa de José Reinaldo Mendes Ruas garante rentabilidade à produção de leite.  A adoção do sistema de gado F1 HZ (cruzamento de Holandês x Zebu – HZ) tem potencial para dobrar a média de produção leiteira de Minas Gerais de 1500 kg por lactação (IBGE 2011). Esse sistema de fêmeas mestiças desenvolvido pela EPAMIG e aprimorado desde 1998 é comprovadamente eficiente para produzir bezerro de corte e vaca de leite com rentabilidade em pastagens na região central do Brasil, segundo dados do Programa Minas Leite da Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa). Mini currículo - José Reinaldo Mendes Ruas é pesquisador da EPAMIG Norte de Minas. Médico veterinário, pós-doutorado em Zootecnia, é um dos autores do sistema de Gado F1. 5 - Queijo minas artesanal – A pesquisadora Denise Sobral desenvolveu estudo que alia a preservação de um dos sabores mais tradicionais do estado, o queijo Minas Artesanal, e também a demanda crescente do mercado por mais qualidade, higiene e apresentação do produto final. O foco da pesquisa foi a introdução de substância que controla o crescimento de microorganismos no queijo artesanal. O consumidor cada vez mais exigente, segundo Denise “estimula a busca permanente por boas práticas de fabricação que resultem em produtos seguros”, informa. Mini currículo - Denise Sobral é pesquisadora do Instituto de Laticínios Cândido Tostes da EPAMIG. É engenheira de alimentos, doutora em Ciência e Tecnologia de Alimentos e uma das autoras da edição da revista Informe Agropecuário sobre Queijos Artesanais Mineiros. 6. Integração lavoura-pecuária e floresta (ILPF)– A pesquisadora Maria Celuta Machado Viana desenvolveu estudos de culturas intercalares no sistema de integração lavoura-pecuária e floresta. É uma tecnologia sustentável que permite recuperação de pastagem degradada e consórcio entre lavoura, pecuária e floresta. A ILPF permite intensificação do uso de áreas agrícolas ao mesmo tempo em que melhora a qualidade do solo, reduzindo o uso de insumos e gerando maior renda. Mini currículo - Maria Celuta Machado Viana é pesquisadora da EPAMIG Centro-Oeste. Agrônoma, doutorada pela Universidade Federal de Minas Gerais, atua em projetos nas áreas de forragem, produção, pastagem e integração lavoura-pecuária-floresta. 7. Gestão sustentável de propriedades rurais – O pesquisador José Mário Lobo Ferreira desenvolveu a metodologia chamada ‘Indicadores de Sustentabilidade em Agroecossistemas (ISA)’ que abrange 23 critérios entre os quais  a qualidade do solo e da água, a diversificação da paisagem, o estado de conservação da vegetação nativa etc. Com o apoio de imagens de satélite e levantamento de campo é possível mostrar como está sendo usado e ocupado o solo. “Esse sistema já foi implantado em mais de 600 propriedades rurais em diferentes regiões do estado e até o final de 2013 deve ser adotado por mais 1000 produtores”, explica o pesquisador. Mini currículo - José Mário Lobo Ferreira é engenheiro agrônomo pela Universidade Federal de Viçosa, mestre em Agrossistemas e autor do livro “Indicadores de Sustentabilidade em Sistemas de Produção Agrícola” (2010).

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