quinta-feira, 25 de abril de 2013

POLÍCIA FEDERAL DESARTICULA REDE DE CORRUPÇÃO INFILTRADA EM INSTITUIÇÕES ESTADUAIS E FEDERAIS


Grupo liderado por assessor parlamentar corrompia servidores públicos  para facilitar a entrada de contrabando no país. A Polícia Federal em Curitiba deflagrou na manhã de hoje, 25, a “Operação Fractal”, para desarticular organização criminosa voltada ao contrabando e à exploração de jogos de azar no Estado do Paraná, mediante intensa corrupção policial. Cerca de 250 policiais federais cumprem 40 mandados de busca e apreensão, 23 mandados de prisão preventiva, seis mandados de prisão temporária e 29 mandados de condução coercitiva. As ordens judiciais estão sendo executadas nas cidades paranaenses de Curitiba, Maringá, Medianeira, Foz do Iguaçu, Faxinal e Matinhos; em Porto Alegre e Canoas, no Rio Grande do Sul, e em Laguna e Joinville, no estado de Santa Catarina. A Polícia Federal iniciou a investigação em 2010, após representação do Ministério Público Federal de Umuarama (PR), e apurou que a quadrilha se valia de um “braço armado” formado por policiais militares lotados, em sua maioria, em rotas de contrabando no noroeste do Paraná. Além de facilitar a passagem da mercadoria do grupo, os policiais extorquiam contrabandistas concorrentes, repassando parte dos valores e dos produtos desviados de apreensões ao núcleo central do esquema. A organização criminosa era liderada por um assessor de um Deputado Estadual do Paraná e por Oficiais da Polícia Militar ocupantes de postos chave, que, em contrapartida, mantinham os policiais aliciados em equipes móveis e os auxiliavam em procedimentos disciplinares para perpetuar as práticas delituosas. Ao longo dos trabalhos foi detectado o cometimento de diversos crimes, inclusive de alçada estadual e militar, tudo girando em torno da lucrativa prática do contrabando de cigarros. As somas dos valores oriundos da corrupção e repassadas ao assessor e seus contatos na corporação militar paranaense giravam em centenas de milhares de reais. Tal movimentação possibilitou a obtenção de grande patrimônio por parte dos integrantes da quadrilha, sendo que parte dos imóveis, bem como valores, foram bloqueados por decisão judicial. O nome da Operação é decorrente da capilaridade detectada nas investigações, que levou a quadrilha a infiltrar-se em todas as esferas do Estado. Por um conceito matemático, “fractal” seria um objeto que apenas encontraria regras na irregularidade, com grande capilaridade, definindo bem a atuação do grupo. Na investigação existem indícios de que a Organização Criminosa infiltrou-se, ou buscava influência, em setores das polícias Militar, Civil e Federal, Receita Federal, Receita Estadual, Ministério Público Estadual e Assembleia Legislativa do Estado Paraná. Vale ressaltar que ao longo da investigação foram realizados diversos flagrantes e prisões de servidores públicos por corrupção. A investigação, que está em segredo de justiça, deverá realizar outras diligências. - Ascom

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