Antes de chegarem
às prateleiras dos supermercados de 13 estados do País, laranjas passam por
rigoroso processo de seleção
Após trabalhar 20 anos como safrista, Vera de Oliveira, 42, conquistou a carteira assinada
graças ao mercado nacional
Empresa
aposta no mercado nacional para driblar oscilação da demanda pelo fruto in natura,
gerada por países europeus. Antes destinada somente à exportação, a laranja
produzida e beneficiada pela Cutrale chega às prateleiras dos supermercados de
13 estados brasileiros, incluindo São Paulo. Cerca de R$ 4 milhões foram
investidos na construção de uma nova linha de produção, de acordo com
informações da empresa. A iniciativa, segundo o gerente de Operações da
multinacional, Gustavo Campanelli, visa driblar a oscilação da demanda pelo
fruto in natura, gerada pela Europa. “A Cutrale quer voltar às suas origens,
pois iniciou suas atividades comercializando a laranja para o mercado interno”,
explica Carlos Otero de Oliveira, diretor de Relações Trabalhistas. Cerca de 10
mil caixas —com 15 quilos — de laranja são embaladas por dia para atender
somente a procura nacional pelo fruto. De acordo com Campanelli, a fruta que
vai às prateleiras passa por um rigoroso controle de qualidade. “Essas frutas
passam por cinco etapas de seleção. Temos, inclusive, um equipamento importado
da Espanha que tira 40 fotos da mesma laranja”, explica Otero. Para atender os
pedidos vindos do exterior, a Cutrale conta com uma equipe de aproximadamente
600 pessoas, que trabalha apenas cinco meses por ano, em regime de safra. “Agora,
contratamos 80 funcionários que atuam o ano todo, a fim de suprir a demanda
nacional”, diz Campanelli. A embaladeira Vera Lúcia Silva de Oliveira, de 42 anos,
trabalhou como safrista durante 20 anos até conseguir registro definitivo em
sua carteira de trabalho. “Fiquei muito feliz, porque me deu mais segurança no
dia a dia. Venho para cá alegre só de saber que não precisarei mais procurar
emprego após o término da safra”, comemora Vera. Para o consultor empresarial Carlos
Macknamara, as grandes corporações mudaram o foco de seus negócios para suprir
a demanda do mercado nacional que, segundo ele, está cada vez mais aquecido,
principalmente com a abertura de postos de trabalho e com o crescimento da
classe média no País. “Na última década,
mais de 39 milhões de pessoas entraram na classe média, sendo que somente nos
últimos 21 meses, 13 milhões de brasileiros chegaram a esse estrato social.
Esses fatores transformam, por exemplo, um gasto antes tido como obsoleto em
algo necessário. Quem tem mais poder aquisitivo, vai deixar de adquirir a
laranja das bancas e passar a consumir esse produto tipo exportação.” – Araraquara.com
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